terça-feira, 31 de janeiro de 2017

BOMBA DE INFUSÃO

ENTENDENDO A BOMBA DE INFUSÃO


A bomba infusora ou bomba de infusão, é um dos mais práticos recursos hoje em dia disponíveis em Unidade de Terapia Intensiva, Salas de Emergência e até mesmo em algumas ambulâncias modernas. Através dela, podemos administrar de maneira totalmente confiável as drogas, fármacos mais delicados e de que precisam de mais atenção, de acordo com as vazões ou dosagem em mg/min ou ml/h.
É indicada para todo doente com prescrição de infusão de drogas vasoativas importantes, sedações contínuas, insulinas, soros de manutenção e reposição eletrolíticas, Nutrição parenteral prolongada ou Nutrição parenteral total, dietas enterais, antibioticoterapias rigorosas.
Há diversos modelos e tipos de bombas de infusão: Bomba de insulina, Bomba de ACP (Analgesia Controlada pelo Paciente), Bomba de seringa, Bombas peristálticas, Linear Peristálticas, Bomba de infusão volumétricas, etc. Os modelos variam de cada fabricante, portanto, uns são mais fáceis de aprender a manusear rapidamente do que o outro.
Segue na ilustração acima, dois modelos de bomba de infusão: Baxter Colleague com 3 canais diferentes, e Life Med monocanal.
São algumas das principais drogas utilizadas em UTI que requerem controle rigoroso por bomba de infusão (Veja mais sobre drogas utilizadas em UTI aqui):
  • As Vasoativas como Noradrenalina, dobutamina, dopamina, vasopressina, nipride (nitroprussiato de sódio), adrenalina.
  • As sedativas/analgesicas como Propofol, dormonid, fentanil, thiopental, precedex
  • Soros Compostos de manutenção que contenha KCL (Cloreto de potássio)
A Nutrição Parenteral Prolongada ou Total também utiliza de BI contínua.
Há também uma bomba de infusão específica para a dieta enteral:

Importante lembrar:
Para evitar erros em administrar as medicações e a dieta enteral, o fabricante disponibiliza equipos com coloração diferenciada. No caso da dieta enteral, o equipo tem toda sua coloração azulada e uma parte siliconada para encaixar no rolete da bomba, tendo sua saída com o encaixe diferenciado e uma tampinha azul para fechar a sonda caso desprezar a mesma, para colocar em sonda enteral, como ilustra na foto abaixo:

Para medicações e drogas que exigem proteção à luz por ter componentes fotossensíveis, a coloração é amarelada/alaranjada, conforme modelo de fabricante.


Conforme modelos de equipos fotossensíveis acima, a primeira foto corresponde à bomba de infusão Baxter, e a segunda foto corresponde à bomba de infusão Life Med. Claro que há outros diversos modelos de equipos e bombas, conforme a utilização dos mesmo no hospital, podem variar.
Cuidados de manuseio das Bombas de Infusão ao técnico de enfermagem
  • Fixar corretamente o aparelho ao suporte de soro e atentar para que o mesmo esteja realmente fixado para evitar quedas acidentais.
  • Sempre conectar a Bomba de Infusão à rede elétrica (110 ou 220V), para evitar danos à bateria interna, pois a mesma pode aguentar até 3 horas fora da tomada, e se manter sempre fora rede, pode acabar a eficiência da bateria, e também para caso precisar da mesma para transporte de paciente.
  • Fazer limpeza concorrente às bombas regularmente, limpando os canais, botões e roletes, evitando assim danos constantes aos aparelhos.
  • Ao instalar o equipo na bomba de infusão, atentar anteriormente ao preencher toda a extensão do equipo com a solução a ser infundida, assim evitando ter bolhas de ar em seu interior e assim não pausando a bomba a cada alerta de ar.
  • Nunca coloque o frasco do soro ou medicamento abaixo da bomba de infusão. Para manter um bom funcionamento da BI, mantenha a solução acima de 40cm do equipamento, evitando refluxo de solução ao copo do equipo e assim não alarmando o equipamento.
  • Atentar ao encaixe de silicone no rolete ou canal da bomba, de modo que os conectores fiquem justapostos e evite desencaixes acidentais, instalando primeiro o conector próximo ao frasco de soro e após o conector próximo ao paciente.
  • Verificar se o equipo já instalado a BI está conectado ao acesso do paciente.
  • Abrir a pinça corta fluxo do equipo.
  • Ligue a bomba, atentando pelo autoteste que o mesmo faz.
  • Programe a bomba de Infusão de acordo com o parâmetro exigido pelo médico ou pela prescrição médica.
  • Lembre-se que todo o equipo específico tem sua validade de 24 a 72 horas de uso contínuo (de acordo com cada protocolo hospitalar ou do fabricante), tomando o cuidado de sempre fechar a pinça corta fluxo antes de desconectar do paciente e do equipamento.
Fonte: https://experienciasdeumtecnicodeenfermagem.wordpress.com/entendendo-a-bomba-de-infusao/






segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Hemocultura

Hemocultura

Preparação para o exame:
Este exame não necessita de jejum, nem de preparação prévia.
Realização do exame:
A colheita do sangue exige uma técnica asséptica, ou seja, tem que haver o máximo de cuidado no manuseamento do material e ao colher, para diminuir o risco de contaminação da amostra de sangue com organismos da pele ou do material usado.
 O sangue é geralmente colhido de uma veia de cada braço, no mesmo local onde se colhe para uma análise normal ao sangue. O local da colheita deve ser bem desinfectado.
 Se o doente tiver um cateter numa veia de grande calibre (cateter central, de diálise), o médico pode pedir uma colheita de sangue pelo cateter e outra de uma veia do braço (periférico).
 O sangue é colocado com nova agulha, em frascos próprios, que contêm um meio de cultura específico e hermeticamente fechados.
 Após a colheita, aguarda-se no mínimo 24 horas para se poder verificar se há presença de microorganismos. Se houver, são colocados em novos meios de cultura para serem identificados e posteriormente feito um teste com vários antibióticos, afim de se poder verificar a qual eles reagem, são sensíveis e a quais são resistentes. Nesta situação é necessário cerca de 5 dias, para se obter o resultado.
 O médico prescreve um ou mais do que um dos antibióticos, dependendo da situação e número de microorganismos, a que o microorganismo é sensível.

Referencias: Manual de Enfermagem: Exames Laboratoriais e Diagnósticos – Editora – Editora Nova Guanabara
Fonte: http://www.conhecersaude.com/exames/h/3242-hemocultura.html

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Necrose – Causas e Tipos


Dá-se o nome de necrose á morte de um conjunto de células ou de qualquer tecido, causada por um agente nocivo que provoca uma lesão incurável.

A necrose pode desencadear-se por exemplo devido a insuficiência no fornecimento de sangue para os tecidos ou isquemia; devido a um traumatismo; exposição a radiação ionizante; pela ação de substâncias químicas ou tóxicas; através de uma infecção; ou pelo desenvolvimento de uma doença auto-imune ou de outro tipo. Uma vez produzida e desenvolvida, a necrose é irreversível. É uma das duas expressões morfológicas reconhecidas de morte celular dentro de num tecido vivo.

Lesão celular

A célula tem uma extraordinária capacidade de adaptação. Quando um agente externo ou interno altera em grande parte a sua fisionomia, excedendo os limites de adaptação, surge a lesão celular que pode ser reversível ou irreversível.

Causas da Necrose

– Isquemia e hipoxia (baixo teor de oxigênio)
– Traumatismo
– Substâncias Químicas
– Agentes Infecciosos
– Variações térmicas
– Radiações Ionizantes
– Agentes imunológicos
– Alterações genéticas
– Desequilíbrios Nutricionais

Adaptação celular

Para os diversos estímulos a célula sofre algumas mudanças que servem para a célula se adequar a cada situação. Estas modificações são as seguintes:
Atrofia: diminuição do tamanho do órgão devido a uma estimulação insuficiente (é o que ocorre por exemplo aos quadríceps (quadricípites) quando um paciente está na cama por um longo período de tempo).
Hipertrofia: situação contrária em que o tamanho do órgão aumenta por hiperestimulação, esta hipertrofia deriva de um aumento da quantidade dos componentes intracelulares, ou seja, no tamanho das células que formam o tecido e não se trata de um aumento do seu número. A hipertrofia pode ser fisiológica (músculos de um atleta) ou patológica.
Hiperplasia: neste caso, aumenta o número de células no órgão, fazendo com que este órgão aumente de tamanho. Também pode resultar de um processo fisiológico (aumento do tamanho dos seios durante a amamentação) ou de um processo patológico (aumento do endométrio também conhecido como hiperplasia do endométrio devido a uma estimulação hormonal excessiva desencadeada pela existência de um tumor no ovário).
Metaplasia: Mudança de uma célula madura/adulta para outra com uma maior capacidade de adaptação. Este é geralmente o resultado de uma agressão, e incluiu a metaplasia (alteração) do epitélio respiratório por outro epitélio do tipo malpighiano em pessoas fumadoras. Alterações do tecido epitelial para coincidir com a agressão que é a fumaça. O risco da metaplasia encontra-se no tecido, que é muito mais suscetível a desenvolver doenças malignas.

Morte Celular

Quando todos os mecanismos de adaptação e de resistência foram esgotados ocorre a morte celular.
A célula pode morrer de duas formas diferentes:

Necrose

A necrose compreende um estado irreversível da célula, com a incapacidade de manter a integridade da membrana plasmática e escapar dos elementos citoplasmáticos, desnaturação das proteínas pela ação dos lisossomos ou lisossomas (autólise ou citólise) ou proveniente de enzimas líticas de leucócitos vizinhos (heterólise ou ruptura heterolítica). Todas essas alterações condenam a célula a perder a sua função específica e apenas formar parte dos restos celulares que serão fagocitados pelos macrófagos (células do sistema imunitário que estão localizadas nos tecidos.
As alterações típicas de uma célula necrótica incluem: aumento de eosinófilos e aparência homogênea, por perda de ARN e por desnaturação das proteínas; surgimento de figuras de mielina; cariólise ou cromatólise do núcleo (dissolução completa da cromatina do núcleo com perda da coloração), picnose ou núcleo picnótico (contração do núcleo celular e condensação da cromatina) e cariorrexe (fragmentação do núcleo picnótico).

Apoptose

Também referida como morte celular programada, a apoptose é uma forma de morte celular desencadeada por sinais celulares controlados geneticamente. A apoptose tem uma função muito importante nos organismos, pois faz ser possível a destruição das células danificadas geneticamente, evitando o aparecimento de doenças como o cancro.

Tipos de Necrose

Dependendo do mecanismo da lesão existem vários tipos de necrose:

Necrose Coagulativa

A necrose de coagulação ocorre devido a isquemia tecidual (isquemia do tecido) que gera uma coagulação das proteínas intracelulares, tornando-se inviáveis ​​(que é o que ocorre por exemplo no enfarte agudo do miocárdio). A zona da necrose é substituída por tecido fibroso.

Necrose de Liquefação

Na necrose de liquefação ou necrose liquefativa produz-se uma autólise ou citólise rápida que faz com que a área necrosada fique liquefeita, de etiologia bacteriana ou fúngica. É típico do sistema nervoso central, mas, neste caso também pode ser causada por processos hipóxicos (baixo teor de oxigênio).

Esteatonecrose (Necrose Gordurosa)

A. Traumática: não é habitual, é causada por um traumatismo que excede as capacidades de adaptação celular.
B. Uma série de eventos fisiológicos ou patológicos gera algumas alterações bioquímicas na célula e esta “decide” a sua própria morte, de uma forma ordenada, desintegrando-se em pequenas vesículas que serão fagocitadas pelos macrófagos e sem maior repercussão para o tecido em questão.

Necrose Gangrenosa

A necrose gangrenosa ou simplesmente gangrena não é um tipo de necrose, mas sim um termo usado pelos patologistas ou clínicos para descrever a necrose nas extremidades de um membro, pode ser seca ou úmida.

Necrose Caseosa

O termo caseoso deriva do queijo e da aparência macroscópica branca e aspecto semelhante a um queijo, que pode ser observada em doenças, tais como a tuberculose ou pseudo paratuberculose, blastomicose (Doença de Chicago ou Doença de Gilchrist) e tularemia.

Necrose Fibrinoide

A necrose fibrinoide é uma forma de necrose ou morte do tecido, na qual há acumulação de materiais amorfos, e os tecidos tem uma coloração que faz lembrar a fibrina (uma proteína fibrilar com a capacidade de formar redes tridimensionais). Este tipo de necrose está associada a doenças como a vasculite ou angiite (por exemplo: Púrpura de Henoch-Schönlein ou púrpura alérgica, uma vasculite sistêmica; hipertensão maligna (Emergência hipertensiva); pré-eclâmpsia ou toxemia gravídica, ou Rejeição hiperaguda pós-transplante.
Fonte: http://www.especialista24.com/necrose/