sábado, 29 de agosto de 2015

Hipercolesterolemia Familiar

O que são HGs?
 
Hipercolesterolemia Familiar (FH)
 
por Mafalda Bourbon (investigadora) e Quitéria Rato (cardiologista)
 
 
O que é a Hipercolesterolemia Familiar?

A hipercolesterolemia familiar (FH) é uma patologia genética onde os indivíduos atingidos apresentam níveis de colesterol elevado desde a nascença, tendo por isso um risco elevado de doença cardiovascular.
A FH afecta igualmente ambos os sexos. A forma heterozigótica da patologia é bastante frequente, embora estejam poucos casos identificados no nosso País; segundo as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Portugal devem existir cerca de 20 000 indivíduos afectados. A FH homozigótica é muito grave, mas felizmente muito rara; segundo as estimativas da OMS devem haver cerca de 10 pessoas com FH homozigótica em Portugal.

Os doentes com FH homozigótica apresentam valores de colesterol total entre os 600 e os 1000 mg/dL e desenvolvem doença cardiovascular na primeira década de vida. Como a FH homozigótica é rara, não será abordada neste texto; assim, quando falamos apenas em FH, referimo-nos à hipercolesterolemia familiar heterozigótica. Os indivíduos afectados têm habitualmente valores de colesterol total acima dos 300 mg/dL e valores de trigliceridos dentro da normalidade.

A presença de crianças com colesterol elevado numa família e/ou a existência de doença coronária prematura em qualquer membro de uma família, aumenta a probabilidade do diagnóstico de hipercolesterolemia familiar. (Nota explicativa: fala-se em doença coronária prematura quando esta se manifesta antes dos 55 anos nos homens ou antes dos 65 anos nas mulheres, seja através de angina de peito ou de enfarte do miocárdio).


O que é um cromossoma? O que é um gene? O que é o genoma?

O nosso corpo é formado por milhões de células. Cada célula do nosso organismo tem vinte e três pares de cromossomas, vinte e dois chamados de autossómicos e um sexual, que como o nome indica define o sexo de cada pessoa.

Existem duas cópias de cada cromossoma; um herdado do pai e outro da mãe, e o conjunto de toda a informação genética armazenada nos cromossomas constitui o que chamamos o genoma. Cada cromossoma é constituído por vários genes. Uma vez que os genes fazem parte dos cromossomas, temos também duas cópias de cada gene, um proveniente do pai e outro da mãe.

Os cromossomas são o "manual de instruções" que o nosso corpo necessita para funcionar, um verdadeiro "micro-chip" fisiológico. Os genes são como as páginas desse manual, constituídos por "grandes cadeias de letras", que codificam proteínas diferentes e com funções distintas, indispensáveis para o normal funcionamento do organismo. O processo é muito complexo, mas tão bem codificado que raramente ocorrem erros na transcrição da informação genética nas células.

Se ocorre um erro num gene (em linguagem mais científica, mutação), esse erro vai condicionar o funcionamento de uma determinada proteína, podendo ser mais ou menos grave. Mas o processo é tão perfeito, que a ocorrência de um erro genético de novo é rara, habitualmente as alterações encontradas num indivíduo são herdadas de um dos progenitores e depois transmitidas aos descendentes. É por isso que se fala em doenças familiares ou genéticas.

Quais os genes responsáveis pela hipercolesterolemia familiar?

O colesterol é eliminado do sangue através de proteínas específicas, os receptores das lipoproteínas de baixa densidade (LDLR), localizados principalmente no fígado. A maioria dos indivíduos com FH tem uma mutação num dos genes do receptor das LDL, que codifica para uma proteína com o mesmo nome.

Cada pessoa tem dois genes que codificam para estes receptores, localizados no cromossoma 19: como referimos anteriormente um é herdado do pai e outro é herdado da mãe. Um indivíduo com FH e com uma mutação num dos genes do receptor das LDL tem 50% dos receptores LDL funcionais e 50% ausentes ou a funcionar inadequadamente (FH heterozigótica), em virtude de ter um gene normal herdado do progenitor sem FH e outro gene anormal, ou seja, com uma mutação ou erro, herdado do progenitor com FH. Ao ter só metade dos receptores funcionais o colesterol das lipoproteínas de baixa densidade (LDLc), também chamado na gíria comum de "colesterol mau", aumenta significativamente no sangue, favorecendo o seu depósito nas artérias e aumentando a probabilidade de vir a ter um enfarte do miocárdio.

Alguns indivíduos com FH apresentam mutações noutros genes, nomeadamente no gene da apolipoproteína B (APOB) ou no gene recém descoberto PCSK9, mas estas mutações são uma causa mais rara de FH.


Qual o modo de transmissão da FH?

A FH transmite-se de uma forma autossómica dominante, o que quer dizer que uma pessoa com hipercolesterolemia familiar tem 50% de probabilidade de transmitir o gene anormal à sua descendência. Por esta razão metade dos filhos de um indivíduo com FH tem a probabilidade de ter FH.

É muito importante que todos os familiares de primeiro e segundo grau de um indivíduo identificado com FH conheçam os seus valores de colesterol. Os familiares com valores normais de colesterol em princípio não terão a patologia, pois terão herdado o gene normal. Os familiares com colesterol elevado deverão ser estudados, pois a probabilidade de terem herdado o gene anormal é elevada, tendo nesse caso hipercolesterolemia familiar.

Na figura 1 ilustra-se um caso de uma família com FH onde se pode ver que o gene anormal, ou seja com uma mutação, é herdado pelos indivíduos com colesterol elevado. A identificação clínica destes indivíduos é importante mas, sempre que possível, o diagnóstico clínico deve ser confirmado pelo teste genético, pois este possibilita a identificação da causa exacta do aumento de colesterol.
 
 
(legenda: FH = hipercolesterolemia familiar; EAM = enfarte agudo do miocárdio; CT = colesterol total)
 
 
Figura 1. Representação da árvore genealógica da família do caso-índex com FH, representado por uma seta. Pode-se verificar que os indivíduos que herdaram o gene anormal apresentam todos valores de colesterol muito elevados, tendo também FH. A situação do irmão do caso-índex comprova a importância do diagnóstico genético, pois apesar de apresentar um valor de colesterol elevado, não apresenta a mutação encontrada na família, o que quer dizer que ele não tem FH.

A história familiar do caso-índex é severa, vários indivíduos apresentam valores de colesterol elevado, incluindo uma criança de 10 anos, e também há história de doença cardiovascular prematura, neste caso a mãe do caso-índex. Esta história familiar é característica de uma família com FH.


Qual o tratamento mais adequado para um indivíduo com FH?

Os indivíduos que tenham FH devem cumprir com rigor as orientações do seu médico, mas uma alimentação saudável, exercício físico regular e abstinência tabágica são essenciais para a prevenção da doença cardiovascular, comum nestes doentes.

Quanto à terapêutica farmacológica, esta deverá ser prescrita individualmente e mantida sob controlo médico. A terapêutica nestes doentes é para ser mantida por toda a vida, pois estamos perante uma situação crónica, de modo a evitar o aparecimento da doença cardiovascular.


Quando se deve identificar um indivíduo com FH?

Num recente encontro realizado em Londres com especialistas de FH de toda a Europa sobre "Hipercolesterolemia em Crianças: Detecção e Tratamento" foi referida a importância da detecção da FH na infância, já que existe um risco acrescido de doença cardiovascular na idade adulta.

Se tratadas e aconselhadas desde a infância estas crianças com hipercolesterolemia familiar poderão, graças à medicina preventiva, vir a ter a mesma esperança de vida que o resto da população. Sem tratamento, o risco de doença coronária fatal em adultos com idade entre os 20-39 anos de idade é 100 vezes superior ao da população normal.


Qual a importância da identificação precoce de indivíduos com FH?

O estudo desta patologia tem também grande importância no contexto sócio económico das famílias e da sociedade. O diagnóstico atempado e a terapêutica adequada podem reduzir significativamente o número de eventos cardiovasculares e evitar mortes prematuras, o que tem "custos" familiares incalculáveis.

As autoridades de saúde chamam cada vez mais a atenção da comunidade médica e da população em geral para os custos das intervenções em saúde, sejam elas farmacológicas ou outras, já que os recursos são limitados e há que optimizá-los.

Um estudo de viabilidade económica efectuado pelo grupo espanhol para o estudo da hipercolesterolemia familiar (www.colesterolfamiliar.com) demonstrou ser mais custo-efectivo tratar os indivíduos com hipercolesterolemia familiar, durante vários anos e com a terapêutica adequada para baixar os níveis de colesterol, do que não os tratar, pois mais cedo ou mais tarde estes indivíduos são sérios candidatos a cirurgia cardiovascular, além do risco acrescido de morte prematura em indivíduos ainda activos para a família e para a sociedade.


Onde se realiza o teste genético?

O teste genético realiza-se na Unidade de Investigação Cardiovascular do Centro de Biopatologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Estabeleceu-se recentemente um protocolo de colaboração com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia para a realização de um estudo de investigação nesta área.

O estudo tem como principal objectivo a identificação precoce da FH, para uma prevenção cardiovascular eficaz, ou seja, suficientemente precoce para evitar as doenças cardiovasculares nos indivíduos afectados. Para a realização deste estudo só é necessária uma pequena colheita de sangue e o preenchimento de um questionário clínico, que deve ser preenchido pelo médico assistente.

Cada indivíduo com suspeita de hipercolesterolemia familiar (caso-índex) e os seus familiares têm de assinar uma declaração de consentimento esclarecido e informado para que o estudo seja realizado, assim como o médico que os referencia ao Instituto.

Fonte: http://www.spc.pt/hgs/hgs/o_que_sao_hgs1.aspx
 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Aterosclerose

Aterosclerose

Enviado por vascular em qui, 07/16/2015 - 12:03

Aterosclerose
Aterosclerose
Aterosclerose é a lesão degenerativa da artéria caracterizada pelo seu espessamento, com predomínio de placas de ateroma. Ocorre formação de placas de gordura, deposição de cálcio e outros elementos na parede das artérias do corpo inteiro.
O consumo excessivo de alimentos industrializados, bebidas alcoólicas e cigarro, a falta de atividades físicas e o excesso de peso modificam o LDL (lipoproteína de baixa densidade, o "mau colesterol"), agredindo os vasos sanguíneos e gradativamente levando ao entupimento das artérias. Com o passar dos anos, o diâmetro do vaso diminui, podendo chegar à obstrução completa, restringindo o fluxo sanguíneo na região.
Com isso, o coração recebe uma quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas. Essa complicação é a causa de diversas doenças cardiovasculares, como infarto, morte súbita e acidentes vasculares cerebrais. Mas a aterosclerose também acomete as artérias periféricas, causando isquemias de membros inferiores, claudicação, gangrenas e outros.

Como prevenir a Aterosclerose?

Atualmente, a aterosclerose é a principal causa de morte e incapacidade prematura tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Ainda, um estilo de vida sedentário, hábitos alimentares nocivos e o fenômeno do envelhecimento da população apontam para um maior aumento do número de doentes nos próximos anos.
Essa doença desenvolve-se nos vasos arteriais ao longo de muitos anos, resultando em alterações estruturais como enrijecimento, obstrução ou alargamento (chamados de aneurismas) levando ao adoecimento dos órgãos que recebem o sangue conduzido por esses vasos, sendo silenciosa por muito tempo até manifestar-se por um evento agudo como derrame, infarto do coração entre outros. Pode ainda manifestar-se cronicamente, por exemplo, reduzindo a capacidade de realizar atividades simples como caminhar médias distâncias e cuidar da casa (claudicação intermitente).
Dada a evidente importância, foram realizados grandes estudos para descobrir quais os fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose e os meios para preveni-la. Nesses estudos, descobriu-se que há aqueles fatores de risco modificáveis por meio do estilo de vida e dos remédios e outros, como idade e sexo, que não podem ser modificados.
Dentre os fatores de risco que podem ser modificáveis, encontramos os níveis elevados de colesterol, em especial o colesterol LDL (também conhecido como “mau colesterol” em contraste com o HDL ou o "bom colesterol"), o tabagismo, a hipertensão, o colesterol HDL baixo, a diabetes melito, o histórico familiar de doença prematura nas artérias coronárias, principalmente em parentes de primeiro grau, a obesidade, a inatividade física, ou sedentarismo, a dieta rica em alimentos gordurosos e o pouco consumo de frutas e verduras. Também devemos lembrar que uma vida estressante e sob “alta pressão” psicológica também elevam indiretamente esse risco.
De forma prática, é fácil perceber que simplesmente adotando hábitos como 30 minutos diários de atividade física de moderada a intensa (recomendação dos principais órgãos de saúde), redução de gorduras na dieta (frituras e fast food), bem como abandono do tabagismo já implicam a redução desse risco. Entretanto, o grande desafio médico atual é fazer com que essas orientações cheguem a todos e, principalmente, que esses implementem as recomendações no cotidiano de suas vidas.
Segundo diretrizes atuais, é recomendado que todos acima de 20 anos realizem exames de sangue específicos e, para aqueles que apresentam alto risco para a doença aguda, é necessário também tratamento com  mudanças nos hábitos de vida e também no uso de certos remédios, buscando a estabilização da doença já presente. Para realizar essa avaliação e também o tratamento indicado, deve se buscar orientação médica competente e, principalmente, estar disposto a viver de forma mais saudável!

Como prevenir as Doenças Vasculares?

Mantenha sua saúde, e felicidade...
Mantenha sua saúde, e felicidade...

Doença vascular é toda doença que altera a integridade dos vasos sanguíneos.  Pode ser causada por herança familiar ou genética, por hábitos de vida nocivos ou pela forma como trabalhamos, medicações e traumas acidentais que podem comprometer nossos vasos. Abaixo, as formas de prevenção para cada uma das causas:
Há doenças herdadas que predispõe a fomação de coágulos, as chamadas “trombofilias” ( “ fylia” significa afinidade – “ afinidade em formar trombos” ) que tanto obstruem localmente o fluxo de sangue, como podem viajar pela corrente sanguínea até alojar-se em outros orgãos, como o pulmão. A prevenção está ligada ao diagnóstico familiar e precoce que deve ser feita por um médico.
Os hábitos de vida nocivos como uma alimentação rica em gordura, refrigerantes e doces podem aumentar o colesterol “ruim” que, com o passar do tempo, “infiltra-se” dentro da parede dos vasos criando verdadeiras placas de gordura e cálcio. Esse processo chama-se aterosclerose e é agravado pelo hábito de fumar, pelo sedentarismo e pela obesidade, que são todos elementos que “inflamam” o corpo e ajudam a lesar os vasos. Estas placas podem acumular-se em diversos vasos e, quando despreendem tendem à coagulação e a obstruções nos vasos. A prevenção se dá pelo desenvolvimento de hábitos como atividade física regular (ao menos três vezes na semana) e alimentação balanceada, rica em alimentos frescos, verduras, carnes e aves, com pouca quantidade de frituras, gordura, sal e açúcar.
Trabalhar de pé, em uma posição fixa ou sedentarismo pode levar a uma redução do fluxo de sangue nas partes do corpo distantes do coração. Pode surgir veias “saltadas” – as varizes — que muitas vezes são dolororas e esteticamente comprometedoras. A prevenção se dá pela mudança e movimentação durante o expediente, estimulando a circulação. Para acidentes que lesam o vaso, pode-se somente evitar o evento em si.
Há também medicações que alteram o fluxo linear de sangue, como os anticoncepcionais, muito prescritos e usados indiscriminadamente. Já é sabido que, por exemplo, mulheres tabagistas acima de 35 anos, hipertensas não controladas, com história de trombose ou enxaqueca com aura, diabéticas por mais de 20 anos ou com doenças no fígado grave não devem usar anticoncepcionais orais que contenham estrogênio e progesterona, hormônios femininos. Essas mulheres devem buscar outras alternativas que não usem o estrogênio, como hormônio (encontrado como estradiol), para evitar a gravidez.
De uma forma geral, evitar doenças do sistema circulatório significa ter conhecimento do estado de saúde de todo o corpo. Para tanto, devem ser feitas visitas periódicas ao médico (quanto mais idoso, mais deve buscar orientação médica) e, principalmente, desenvolver hábitos como atividade física regular (ao menos três vezes na semana) e alimentação balanceada, rica em alimentos frescos, verduras, carnes e aves, com pouca quantidade de frituras, gordura, sal e açúcar. Nossa saúde vascular depende da ajuda do médico vascular sim, mas principalmente de nós, por meio do cultivo dos bons hábitos.
Fontes: http://vascular.pro/content/como-prevenir-doen%C3%A7as-vasculares
http://vascular.pro/content/como-prevenir-aterosclerose
http://vascular.pro/content/aterosclerose

Bypass Arterial

Você conhece o Bypass arterial?

Revascularização de membros inferiores

Revascularização de membros inferiores
A cirurgia de ponte, ou Bypass, consiste na construção de um novo caminho para o fluxo de sangue através de um enxerto, que pode ser uma parte de uma das veias ou um tubo sintético conectado acima e abaixo de um bloqueio, permitindo que o sangue flua, contornando a lesão.
Bypass é realizado quando a lesão aterosclerótica atinge a Aorta, as artérias Ilíacas ou artérias da perna. O procedimento pode ser realizado, no tratamento da Doença Arterial Periférica (DAP), quando o tubo é implantado em artérias das pernas ou mesmo dos braços. É uma das possibilidades de tratamento, visto que as angioplastias têm evoluido rapidamente.
Os sintomas podem ser identificados através de membros frios, perda de pelos, dores nos braços ou pernas durante atividades físicas (claudicação) ou, em casos mais graves, o desenvolvimento de úlceras que não cicatrizam ou gangrena (morte do tecido).
Para localizar o bloqueio e escolher os melhores lugares para conectar o enxerto, alguns testes podem ser realizados, como:
Os fatores de risco para a doença e que também são responsáveis por um resultado não desejado após a cirurgia são:
Por isso, o tratamento dessas doenças também deve ser realizado antes da realização da cirurgia.
A duração da hospitalização normalmente varia de 5 a 10 dias e os cuidados no pós-operatório baseiam-se em curativos, medicamentos e injeções de anticoagulante. Após a alta, consultas médicas são indicadas para o acompanhamento da evolução da doença.
Fonte: http://vascular.pro/content/voc%C3%AA-conhece-o-bypass-arterial

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Cuidados Intensivos de Enfermagem ao Paciente Portador de Síndrome de Guillian Barré

Cuidados Intensivos de Enfermagem ao Paciente Portador de Síndrome de Guillain Barré

A síndrome de Guillain-Barré consiste em uma polirradiculopatia desmilielinizante inflamatória aguda auto- imune, na grande maioria das vezes reversível, que se caracteriza por uma desmielinização principalmente dos nervos motores, mas pode atingir também os nervos sensitivos. Caracteriza-se por comprometimento periférico ascendente, progressivo e geralmente simétrico, na qual as manifestações motoras predominam sobre as sensoriais. Há perda de força dos membros inferiores, perda do controle esfincteriano, comprometimento de pares cranianos e diminuição dos reflexos tendinosos profundos. Os sinais que devem chamar a atenção são aqueles que comprometem ventilação, deglutição e movimentos oculares.

Fisiopatologia
         As lesões fisiopatológicas predominantes desta síndrome resultam da infiltração multifocal da bainha de mielina por células inflamatórias mononucleares ou da destruição da bainha de mielina mediada por anticorpos autoimunes. O indivíduo com síndrome de Guillain-Barré produz anticorpos contra sua própria mielina (membrana de lipídeos e proteínas que envolvem os nervos e facilita a transmissão do estímulo nervoso) dos nervos periféricos e às vezes de raízes nervosas proximais e de nervos cranianos (nervos que emergem de uma parte do cérebro chamada tronco cerebral e supre as funções específicas da cabeça, região do pescoço e vísceras).
         Geralmente, este quadro inflamatório é precedido de um processo infeccioso severo que acomete a sinapse (união das células nervosas) que ocorre entre a raiz motora e os nervos periféricos. Como resultado deste processo inflamatório, existirá um severo acometimento muscular, levando à paralisia destes, atonia muscular, déficit de força distal, perda dos reflexos, diminuição da sensibilidade da pele na porção inferior da perna e nas mãos.
         A doença ocorre em todas as partes do mundo, em qualquer época do ano, afetando adultos e crianças, independente da classe social e dos hábitos de vida. A incidência anual é de 2-4 casos por 100.000 habitantes, sendo a etiologia desconhecida. Um estudo realizado na Índia, demonstrou a associação da doença com a malária, relatando 11 casos da síndrome após 1 a 2 semanas da infecção aguda pelo Plasmodium sp. Outros eventos precedentes incluem: procedimentos cirúrgicos, vacinações, doenças linfomatosas (particularmente linfoma Hodgkin) e doenças auto-imunes10.
         Em muitas pessoas, o início é precedido por infecção de vias respiratórias altas, de gastrenterite aguda, portadores de HIV, HTLV, CMV, herpes (zoster), câncer, lupus e num pequeno número de casos por vacinação especialmente contra gripe e em raras ocasiões contra hepatite B.

Sintomas
         Os principais sintomas da doença são: sensação de formigamento dos membros, principalmente na porção inferior da perna e nas mãos, atonia muscular, diminuição dos reflexos, diminuição da sensibilidade, movimentos incoordenados, dor muscular, visão embaçada, dificuldade para respirar, tontura, taquicardia, dificuldade para urinar ou incontinência urinária, causados pela secreção inapropriada de ADH, intestino preso, desmaio, dificuldade para engolir e déficit de força distal.

 Complicações
         As complicações podem ser sérias, e resultar em morte. A diminuição dos impulsos nervosos, e acometimento dos nervos podem acarretar em contraturas musculares involuntárias. As contraturas ocorrem porque os músculos estão finos, uma vez que não estão sendo utilizados. Como os músculos estão finos, atrofiados, e contraindo e relaxando involuntariamente, isto acarreta em uma exaustão muscular. Podem ocorrer em associação alterações em articulações causadas pela falta ou impossibilidade de movimento.
         Pode haver uma falta de movimentação em certas áreas afetadas. Poderemos observar a formação de hematomas ou coágulos no local em que não existe mais movimentação muscular. Existe uma maior facilidade para desenvolver um quadro de pneumonia, pela dificuldade para respirar, acarretando em uma maior chance de aspiração de um corpo estranho ou fluído para os pulmões.
A doença progride por três ou quatro semanas até atingir um platô com período de duração que pode variar de semanas a meses para então entrar na fase de recuperação que pode durar anos. Geralmente, o máximo da recuperação da força muscular e dos reflexos acontece após 18 meses do início dos sintomas.
         A natureza potencialmente fatal da doença está relacionada à dificuldade na deglutição (podendo ocorrer broncoaspiração), à desregulação autônoma e, principalmente, ao potencial de falência respiratória. A recuperação clínica do cliente é variável.

Diagnóstico
         O diagnóstico deve ser feito através de um exame neuromuscular realizado por um profissional especializado, em que será observada a função tanto dos nervos quanto dos músculos do corpo. Ele também checará os sinais vitais do indivíduo, procurando por dificuldades respiratórias ou para deglutir. Existe um teste chamado de velocidade de condução nervosa, que mostrará se existe desmielinização. A desmielinização ocorre quando existe pouca mielina recobrindo os nervos, e se isto ocorrer, o nervo está perdendo sua função.
         Existe outro teste, chamado eletromielograma, que mostra a atividade dos nervos e músculos. Este exame auxilia o profissional a decidir se as alterações estão sendo provocadas pela doença de Guillain Barré, ou por outra patologia. Um procedimento chamado plasmaferese é de bastante ajuda caso seja utilizado no início da evolução da doença. Ele remove anticorpos que estão presentes na corrente sanguínea, e adicionam fluídos ou plasma de volta na circulação sanguínea, só que desta vez, sem os anticorpos. Basicamente, o tratamento é o que chamamos imunossupressão. Cerca de 95% dos indivíduos com esta doença sobrevivem. Cerca de 75% se recuperam completamente. Para alguns, a doença continuará para o resto da vida. Esta doença pode ser fatal em alguns casos, devido à dificuldade de respiração que alguns clientes adquirem. Podemos esperar recuperação completa naqueles clientes em que os sintomas desaparecem em três semanas. A necessidade de ventilação mecânica e a ausência de melhora funcional nestas três semanas após a doença ter atingido o pico máximo são sinais de evolução mais grave.

Tratamento
As duas técnicas comprovadamente eficazes no tratamento desta síndrome são: a plasmaferese e a infusão endovenosa de altas doses de imunoglobulinas. Quanto ao uso de corticóides e outros imunossupressores, vários estudos têm comprovado que não são benéficos, podendo mesmo ter um efeito adverso na recuperação do paciente. A plasmaferese é um procedimento no qual parte do sangue do doente é retirada; a parte líquida é separada e as células sangüíneas retornam para o organismo do paciente. Com isso, se consegue remover grande parte dos anticorpos e outros fatores circulantes que, provavelmente, têm ação na patogenia da síndrome. A terapia com plasmaferese, quando iniciada nas primeiras duas semanas da doença, tem um benefício significativo na recuperação do paciente com Guillain-Barré. A administração endovenosa de imunoglobulina em altas doses tem se tornado o tratamento de maior sucesso para as doenças desmielinizantes, sendo segura e eficaz para adultos e crianças. Estudos experimentais têm demonstrado que as imunoglobulinas atuam em várias fases da resposta imunológica, além de ter o potencial de promover a remielinização axonal

 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E SUAS INTERVENÇÕES

Diagnóstico de Enfermagem
Padrão respiratório ineficaz    devido à disfunção neuromuscular/ Fadiga muscular.
Intervenções de Enfermagem
 1.Manter cabeceira do leito elevada para evitar pneumonia por aspiração de corpo estranho ou fluídos;
2. Posicionar o cliente no leito de forma a promover o conforto, segurança e expansão pulmonar;
3. Avaliar diariamente a radiografia de tórax buscando sinais de atelectasia ou acúmulo de secreções brônquicas;
4. Na presença de atelectasia pulmonar, mantenha o  paciente no decúbito contra-lateral ao pulmão acometido e em decúbito dorsal;
5. Avaliar gasometria;
6. Observar cianose periférica e de extremidades;
7. Garantir o aporte ventilatório e a adequada oxigenação do paciente;
8- Ficar atento ao quadro de insuficiência respiratória aguda;
9. Aspirar secreções pulmonares regularmente;
10. Avaliar distensão abdominal;
11. Providenciar material de intubação oro-traqueal e auxiliar na intubação

Diagnóstico de Enfermagem
Deglutição prejudicada relacionada  à lesão neuromuscular (p. ex: força  ou contração diminuída dos músculos envolvidos na mastigação, prejuízo perceptivo, paralisia   facial), envolvimento de nervos cranianos e distúrbios respiratórios.
Intervenções de Enfermagem
1. Supervisionar o suporte nutricional, avaliando as dietas prescritas;
2. Monitorizar as refeições para avaliar o nível de dificuldade do cliente em deglutir;
3. Avaliar ressecamento da mucosa oral;
4. Atentar para adaptação do cliente à dieta prescrita;
5. Estar atento a quadros de diarréia ou constipação intestinal. 

 Diagnóstico de Enfermagem
Mobilidade física prejudicada relacionada a prejuízos sensório- perceptivos, musculoesqueléticos e neuromusculares. 
Intervenções de Enfermagem
1. Instituir cuidados de higiene e conforto no leito;
2. Dar apoio psicológico ao cliente e seus familiares, e fornecer informações sobre a doença e suas perspectivas de cura;
3. Instituir protocolo de prevenção de úlceras por pressão;
4. Instituir protocolo de segurança no leito;
5. Oferecer proteção ocular se houver paralisia facial;
6. Discutir com o médico a necessidade de terapia antiembólica (uso de anticoagulantes e meias elásticas);
 7. Promover alívio da dor com a administração de fármacos como a prescrição médica.

Diagnóstico de Enfermagem
Eliminação urinária prejudicada ligada ao dano sensório-motor.
Intervenções de Enfermagem
1. Realizar balanço hídrico rigoroso;
2. Implementar sonda vesical de demora;
3. Administrar líquidos com segurança, conforme prescrição médica;
4. Notificar ao médico sobre o débito urinário diminuído.

Fonte: https://m.facebook.com/notes/enfermagem-intensiva-news/cuidados-intensivos-de-enfermagem-ao-paciente-portador-de-s%C3%ADndrome-de-guillian-b/221067751296049/




quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Benefícios medicinais da semente de cominho

Benefícios medicinais da semente de cominho

por Gislaine Rabelo
Benefícios-medicinais-da-semente-de-cominho2
Os benefícios medicinais da semente de cominho são indicados para um grande número de condições, indo da desintoxicação do organismo, ao tratamento detranstornos digestivos. Ainda que em várias culturas sua fama esteja mais centrada na cozinha, esta pequena semente é ótima para impulsionar o funcionamento do fígado, é rica em ferro, e possui propriedades anti sépticas.
Ingerir sementes de cominho na dieta diária estimula a secreção de enzimas do pâncreas. Na pratica, isso quer dizer que aumenta a capacidade do organismo para absorver os nutrientes dos alimentos.
Em grandes quantidades age como laxante, e por ser anti fúngico e anti micróbios, é um ótimo remédio caseiro para curar ferimentos no trato anal.
Mas um dos seus grandes benefícios é relativo ao trato digestivo, pois contém uma substância que ativa as glândulas salivares, ativando a digestão primária. Elimina gases, e também impulsiona secreções da bile, necessárias à boa digestão.
Um chá quente de cominho é altamente recomendado para quem sofre com asma oubronquite. Possui estimulantes naturais que auxiliam o corpo a eliminar estas condições.
Para além disso, funciona como um relaxante natural. Em forma de óleo essencial tem efeito tranquilizante, sendo excelente para induzir ao sono.
Uma mãe que está amamentando deve alimentar-se bem com cominho. Rico em ferro e em timol, aumenta a produção de leite. Essas substâncias também fazem da semente de cominho um remédio natural aconselhável para aqueles que sofrem comanemia. Uma colher de chá de cominho todos os dias nutre devidamente ao organimso com ferro, tratando a condição.
O cominho é indicado, ainda, para fortalecer o cabelo e melhorar a pele, pois é fonte de Vitamina E.
Contém timol e fósforo, logo, elimina as toxinas do organismo, evitando o surgimento de furúnculos, erupções e espinhas.
Seu óleo pode ser usado para tratar fungos, picadas de inseto e se inalado, cura resfriados e estimula a memória.
Fonte: http://www.bolsademulher.com/medicina-alternativa/935/beneficios-medicinais-da-semente-de-cominho


Benefícios medicinais da semente de urucum

Benefícios medicinais da semente de urucum


Os benefícios medicinais do urucum incluem o fornecimento de vitaminas, tratamento de problemas estomacais, vermes e hemorroida. É realmente ampla a listagem de doenças que pode combater. Transportado da Ásia para as Américas pelos espanhóis, por volta do século 17, é uma planta de onde se pode usar folhas, óleo essencial e sementes. Muito rico em carotenoides, o urucum também é aproveitado por vários segmentos industriais. O corante que é extraído de sua semente é usado em cosméticos, bronzeadores, alimentos, e tecidos.

Doenças que podem ser tratadas

Este fruto é rico em cálcio, fósforo, ferro, aminoácidos, e nas vitaminas B2, B3, A e C. Contém cianidina, os ácidos elágico e salicílico, saponinas e taninos, fitoquímicos que ajudam a prevenir e tratar doenças. Misturar as sementes com óleo de coco, ou azeite de oliva, é produzir um remédio caseiro que pode ser aplicado topicamente para tratar queimaduras, feridas e picadas de insetos. O interessante, é que impede a formação decicatrizes.
As sementes também são usadas com sucesso para a cura da icterícia. Para crianças, o chá das sementes deve ser dado para matar vermes. O uso da tintura remonta a antiguidade, para tratar doenças venéreas, controlar os sintomas da menopausa, melhorar a libido sexual, e para diminuir suores noturnos, dores, ou inchaço.
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Semente e folha produzem efeitos diuréticos, e contêm propriedades adstringentes e antibacterianas. Se uso contínuo fortalece a função renal e o aparato digestivo. Proporciona alívio de azia, indigestão e o desconforto estomacal proveniente de comidas picantes.
O chá das folhas regula o nível do colesterol, trata hepatite, disenteria, febre, malária, edema, diminui a pressão sanguínea, e até combate os efeitos de mordida de cobras venenosas. Possui propriedades expectorantes, limpando o muco acumulado, e combatendo a asma, tosse e bronquite.
Para qualquer das condições, deve-se ferver 10 folhas em 1 litro de água por 10 minutos exatos. Divida em 3 partes, que devem ser consumidas de manhã, à tarde e à noite. Caso o problema seja no exterior do corpo, faça a mesma receita e aplique de maneira tópica por várias vezes no dia.
Para tratar hemorroida, deve-se ferver 1 vagem seca em 1 xícara de água, e beber pelo menos 3 vezes na semana, até quando necessário.
Fonte: http://www.bolsademulher.com/medicina-alternativa/1293/beneficios-medicinais-da-semente-de-urucum