quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

BENGALAS, MULETAS E ANDADORES – TIPOS E USOS

  • BENGALAS, MULETAS E ANDADORES – TIPOS E USOS

Os dispositivos auxiliares de marcha são usados com frequência por idosos ou pessoas afetadas por problemas nos ossos e articulações, como fraturas e artrose.  Os mais conhecidos são a bengala, as muletas e o andador. Eles são usados para fornecer maior liberdade de movimento e independência enquanto ajudam  no equilíbrio. Estudos demonstram que estes dispositivos aumentam a confiança e o sentimento de segurança nos idosos. Além disso, a carga nas articulações do membro inferior pode ser reduzida,  aliviando a dor articular e compensando fraquezas ou lesões.  Vamos fornecer um exemplo para que você possa entender o efeito significante que estes dispositivos podem ter: o efeito biomecânico do uso da bengala sobre o quadril.


Sem bengala: considerando que uma pessoa de 80 Kg  está apoiada somente na perna direita, a força aplicada ao quadril direito é cerca de 200 Kg (cerca de 2,5 vezes o peso). Você poderia pensar:  mas eu dificilmente fico apoiado em uma só perna. Não, quando você está caminhando cerca de  40% do tempo você está apoiado em uma só perna.  

Com bengala: se esta pessoa utilizar uma bengala no lado esquerdo (outro lado), uma força de cerca de 80 Kg será aplicada ao quadril direito. Ou seja, usar bengala pode reduzir em cerca de 60% a força aplicada ao quadril do outro lado.
Como usar bengalas e muletas com problema no quadril. Força aplicada no quadril
Este foi um exemplo do efeito mecânico no quadril com o uso da bengala. É necessário entender que este efeito irá variar conforme o peso da pessoa, a anatomia do quadril, a força aplicada na bengala pelo indivíduo. A maneira como se segura a bengala também influencia a carga aplicada ao quadril, e segurar a bengala inadequadamente pode aumentar a carga no quadril em algumas situações. Quando utilizadas adequadamente, a bengala, as muletas e o andador podem ser benéficos não só para a articulação do quadril, mas também aos joelhos, tornozelos e pés. Estima-se que cerca de 6,1 milhões de adultos usam um destes dispositivos nos Estados unidos. De todos os adultos norte-americanos com mais de 65 anos, cerca de 10% utiliza muletas e 4,6% utiliza andadores.  
Entretanto, o uso de bengalas, muletas e andadores não é livre de riscos. Mesmo em países com maior qualidade de vida, a maioria das pessoas não utilizam adequadamente estes dispositivos e os obtiveram por conta própria ou por conselho de familiares e amigos. Cerca de 30% dos pacientes adquiriram-os por meio de um profissional médico e somente 20% recebeu educação adequada antes de utilizá-los.

Quais são os tipos de bengalas ?

            Bengalas podem ajudar a redistribuir o peso de um membro inferior fraco ou doloroso. Além disso, aumentam a base de suporte e fornecem informação tátil ao usuário a respeito do piso para que este aumente o equilíbrio. Existem vários tipos de muletas disponíveis, variando desde a parte onde se pega até onde ocorre o apoio no chão.

Bengala Tradicional ou Standard
Bengala tradicional para problema no quadril, artrose e fraturas
A bengala tradicional ou bengala reta é geralmente feita de madeira ou alumínio, sendo de custo menor e leve. As bengalas de madeira devem ser feitas conforme o tamanho do paciente, já as de alumínio são em geral ajustáveis. 
Bengala com dobra ou “offset”
Bengala com curva para artrose e fraturas da bacia e quadril e fêmur
Estas bengalas são feitas de alumínio e com comprimento ajustável. Em geral são melhores do que as bengalas tradicionais para pacientes que precisam apoiar o peso do corpo na bengala, por exemplo em pacientes com artrose do quadril e joelho.
Bengala com quatro apoios
Bengala com quatro apoios para problemas no quadril
Bengalas com múltiplos apoios (três ou quatro) aumentam a base de suporte e permitem uma descarga de peso maior. Outra vantagem é que estas bengalas ficam em pé sozinhas quando não utilizadas,  o que libera as mãos para outras funções. A principal desvantagem é a necessidade de todos os apoios tocarem o chão simultaneamente, e isto pode ser difícil ou impossível para algumas pessoas, especialmente aquelas que caminham mais rápido.
Diferenças nos cabos das bengalas

A bengala tradicional tipicamente tem um cabo em formato de cabo de guarda-chuva, o que pode aumentar o risco ou os sintomas de síndrome do túnel do carpo. Um cabo mais plano distribui melhor a pressão nos músculos da mão.  Sulcos para o polegar e outros dedos são ás vezes úteis. Cabos com pegas de metal devem ser usados com precaução pelo risco de escorregar no caso de transpiração excessiva.  

Quais são os tipos de muletas? 

            Muletas são úteis para os pacientes que necessitam usar seus braços para apoio e propulsão, e não somente para equilíbrio. Dependendo da maneira usada, as muletas podem retirar a carga de ambos os membros inferiores ou de um, em variadas quantidades. Entretanto, muletas requerem um substancial gasto de energia e força no braço e no ombro, sendo geralmente difíceis de serem usadas por idosos mais fracos. As muletas são classificadas em axilares e de antebraço (ou muletas canadenses).

Muletas Axilares
Usar muletas axilares para problemas no quadril, fraturas no fêmur e artrose
Muletas axilares são geralmente baratas e propiciam andar sem apoio nos membros inferiores, porém são geralmente incômodas e difíceis de usar. O apoio incorreto destas muletas na axila pode causar compressões nervosas ou de vasos.
Muletas de antebraço ou canadenses 
Muletas canadenses para fraturas do quadril e doenças no quadril, artrose
Estas muletas também proporcionam a retirada do apoio do membro inferior afetado. As muletas canadenses possuem uma espécie de “algema” que permite que a mão fique livre sem retirar a muleta do antebraço. Estas muletas são geralmente menos incômodas que as axilares.
Quais são os tipos de andadores ?

            Andadores melhoram a estabilidade em pacientes com fraqueza dos membros inferiores ou equilíbrio prejudicado. Eles também facilitam a melhora na mobilidade ao aumentar a base de apoio ou suportar o peso do paciente. Entretanto, andadores podem ser difíceis de manobrar e resultar em má postura e diminuição no balanço dos braços durante a marcha. Subir escadas com andadores é uma tarefa difícil e um ponto fraco deste dispositivo. 

Andadores tradicionais ou standard.
Usar andador para problemas no quadril, fraturas do fêmur e artrose
O andador tradicional é o andador mais estável. Porém isto resulta em um caminhar lento desde que o paciente tem que elevar o andador completamente do chão a cada passo. Isto pode ser um desafio para idosos com pouca força nos membros superiores. 
Andadores com rodas frontais 
Andador com 2 rodas para problemas no quadril, como usar
Andadores com rodas dianteiras são melhores para pacientes com dificuldade para levantar um andador padrão ou que caminham rápido. As rodas permitem ao paciente manter um padrão de marcha mais perto do normal do que com um andador tradicional, apesar de as rodas reduzirem a estabilidade.
Andadores com quatro rodas
Andador com quatro rodas para fraturas do fêmur e doenças no quadril
Os andadores de quatro rodas são úteis para pacientes mais ativos que não precisariam de andador para apoiar o peso. Apesar de ser fácil empurrar estes dispositivos, eles não são apropriados para pacientes com problemas cognitivos ou de equilíbrio significativos, tendo em vista que poderiam rolar inesperadamente e resultar em queda. É comum que estes andadores venham com assentos, úteis para alguns pacientes que necessitam parar com frequência para sentar e descançar.
Quais os riscos das bengalas, muletas e andadores?

Conforme já discutido, os dispositivos auxiliares de marcha ajudam no equilíbrio e na movimentação dos pacientes. Porém, algumas pesquisas indicam que estes dispositivos podem aumentar o risco de quedas e lesões em idosos. Não se sabe se o aumento na mobilidade poderia na verdade ser a causa destes achados, na medida em que o idoso que se movimenta mais provavelmente cairá mais.

Outro risco refere-se ao estresse repetitivo nas articulações dos membros superiores, podendo causar lesões nos tendões, osteoartrose e síndromes de compressão nervosa e vascular.

Qual o melhor tipo de dispositivo auxiliar de marcha e como usá-los ?

Nenhum dispositivo será o ideal para todas as situações. A seleção do dispositivo mais adequado depende da força do paciente, resistência, equilíbrio, função mental e questões do local onde o indivíduo movimenta-se. As características das doenças afetando o membro inferior ou superior frequentemente determinam qual o melhor dispositivo. 

Estes dispositivos devem ser utilizados após a indicação e orientação com um ortopedista, fisiatra ou fisioterapeuta. É importante esta orientação e o acompanhamento para avaliação do uso adequado e das condições do aparelho. O uso inadequado destes dispositivos pode ser prejudicial. Trinta a 50% dos pacientes páram de usar seus dispositivos precocemente devido a falta de orientação e acompanhamento.  

Fonte: http://www.quadrilcirurgia.com.br/bengalas-e-muletas.html

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Urologia

Urologia


O urologista é o especialista responsável pelo aparelho urinário e sistema reprodutor masculino, tratando doenças da próstata e infertilidade.
Embora sejam mais conhecidos por atenderem os homens, esse profissional também trata problemas do trato urinário feminino, como infecção ou incontinência urinária e pedras no rim.
O urologista tem a função de cuidar da saúde do homem. É responsável pela avaliação prostática anual que dever ser realizada a partir dos 40 anos de idade. No entanto, não é só do homem que o urologista cuida. Há uma ampla gama de doenças urológicas que acometem homens e mulheres, jovens e idosos. 
  • Infecção urinária
  • Cálculo renal (litíase urinária, pedra nos rins)
  • Incontinência urinária
  • DSTs (doenças sexualmente transmissíveis: HPV, uretrites)
  • Disfunção erétil
  • Infertilidade
  • DAEM (declínio androgênico do envelhecimento masculino)
  • HPB (hiperplasia prostática benigna)
  • Oncologia (tumores): neoplasia renal, vesical (bexiga), próstata, adrenais (glândulas supra-renais), testículos, pênis.
Os sintomas mais comuns que indicam uma consulta com o urologista são:
  • dificuldade miccional ou dor para urinar
  • hematúria (sangramento na urina)
  • perdas de urina
  • secreção uretral
  • dificuldade de ereção ou diminuição da libido
  • impossibilidade de retração do prepúcio (fimose)
  • dor lombar (cólica renal)
O urologista, além de realizar consultas, realiza diversas cirurgias, nas mais diversas áreas da urologia:
LITÍASE
  • Tratamento endoscópico e minimamente invasivo para cálculos renais e ureterais
URO-ONCOLOGIA
  • Tratamento cirúrgico dos diversos tumores, inclusive através de laparoscopia
URO-GINECOLOGIA
  • Colocação de Slings
INFERTILIDADE
ANDROLOGIA
  • Ressecção transuretral de próstata (RTU)
UROLOGIA GERAL
  • Hidrocele
  • Fimose
Fonte: http://www.amato.com.br/content/urologia

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O que a Cardiologia trata?

O que a Cardiologia trata?


Cardiologia é a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e tratamento das doenças que acometem o coração bem como os outros componentes do sistema circulatório.
O médico especialista nessa área é o cardiologista.
 
Quando devo consultar um Cardiologista?

Deve-se consultar um cardiologista, basicamente, em duas situações: para orientação preventiva e para tratamento de alguma doença.
I-Cardiologia Preventiva:
a- Sabendo que a maior causa de morte atualmente é por problemas cardiovasculares e ao que tudo indica, essa incidência tende a aumentar, todos os adultos, a partir de 18 anos de idade, mesmo que aparentemente saudáveis, deveriam consultar,  o cardiologista, para se orientarem, adequadamente, a respeito de seus próprios riscos cardíacos e da diversas possibilidades atuais oferecidas como tratamento preventivo .
Apesar das altas taxas de mortalidade por problemas cardiovasculares, é importante deixar bem claro que a maioria das complicações podem ser evitadas quando o diagnóstico é precoce e o paciente investe na PREVENÇÃO.
b-Antes de iniciar qualquer tipo de atividade física
c-Antes de submeter-se a algum procedimento cirúrgico
II- Cardiologia Curativa
Se eu não tenho nenhum diagnóstico, como saber que meus sintomas são de doença cardíaca?
Os sintomas abaixo relacionados são os que aparecem mais freqüentemente nas doenças cardíacas:
Como saber que a dor é do coração?
O coração está localizado no tórax por isso a isquemia, ou seja a diminuição da chegada de sangue nesse órgão, pode provocar dor , desconforto ou pressão em qualquer local dessa  região, inclusive no estomago, e  dorso. Essa dor também pode irradiar-se para os braços e queixo.
A dor precordial típica é opressiva, como se algo estivesse apertando fortemente o preçórdio. Muitas vezes ela vem acompanhada de sudorese, palidez, sensação de morte,  falta de ar ou dificuldade para respirar.
Como saber que a (dispnéia) falta de ar é devido a algum problema no coração?
É um desconforto respiratório, fazendo com que o paciente aumente a freqüência e a intensidade da respiração. A falta de ar pode ser decorrente tanto de doenças pulmonares quanto cardíacas. Quando é devido a problema cardíaco, geralmente é conseqüente `a incapacidade do coração de bombear adequadamente o sangue, como na, insuficiência cardíaca e valvopatia mitral. Nessas situações , o aumento da pressão no coração, mais especificamente, no átrio esquerdo, transmite essa pressão para os vasos do  pulmão e ocorre extravasammento de liquido para o interstício do pulmão. Temos  :
Dispnéia de esforço – falta de ar que ocorre conforme o paciente aumenta a atividade física
Dispnéia de decúbito ou  Ortopneia - quando o paciente só consegue dormir com a elevação do tronco, usando diversos travesseiros para ficar alto. As vezes os pacientes necessitam sentar na beira da cama, com os pés para fora, para diminuir o retorno venoso e melhorar  os movimentos respiratórios.
Dispnéia paroxística noturna – quando o paciente apresenta falta de ar, acompanhada de tosse e expectoração espumosa, algumas horas depois de se deitar. Ocorre por reabsorção gradativa do edema tecidual produzido durante o dia
Dispnéia de decúbito lateral – falta de ar quando o paciente se deita, geralmente do lado esquerdo. Geralmente é decorrente de derrames pleurais ou aumento da área cardíaca, comprimindo as veias cavas e pulmonares.
O que significa a palpitação?
É a percepção desconfortável  dos batimentos cardíacos, também relatada como falha ou interrupção dos batimentos, que geralmente corresponde a estrassístoles
O que é sincope? E porque ela ocorre?
Sincope é a perda da consciência. Quando esse sintoma está relacionado a causas cardíacas, geralmente apresenta início e retorno rápido do nível de consciência.
Sincopes que ocorrem em repouso - podem ser de correntes de taqui ou bradicardias.
Sincopes que ocorrem ao esforço - podem ser decorrentes de isquemia do coração, estenose aórtica ou miocardiopatias importantes.
Síncopes que ocorrem com mudança de posição – aparecem em pacientes que usam medicamentos anti-hipertensivos, diuréticos e betabloqueadores, com também nos pacientes com estenose aórtica e miocardiopatia hipertrófica obstrutiva
Sincopes por estimulo vagal – aquelas que ocorrem com emoções muito fortes, paroxismos de tosse, vestimentas com colarinho apertado, durante micção noturna
O que é a tosse?
A tosse é a expulsão súbita e ruidosa de ar dos pulmões. É um ato reflexo, decorrente de estímulos irritantes relacionados a determinadas regiões do sistema respiratório. A tosse de origem cardíaca ocorre principalmente aos esforços físicos e apos mudança para decúbito dorsal por aumentar a congestão pulmonar.
O que é hemoptise?
É a hemorragia que provém direta ou indiretamente dos pulmões, laringe, traquéia ou brônquios. Ocorre nos casos de embolia pulmonar, estenose pulmonar, edema pulmonar, bronquiectasia e bronquite
Por que sinto fadiga, fraqueza?
É o estado de mal estar crescente e eficiência diminuída que resulta de esforço prolongado ou excessivo. Quando tem origem cardíaca é decorrente do comprometimento da função de bomba do coração, que não consegue levar a quantidade de sangue necessária para todos os órgãos e membros.
Por que fico inchado?
Inchaço (ou Edema) é o acúmulo de liquido nos tecidos.
O edema de origem cardíaca é decorrente da infiltração de liquido no tecido subcutâneo, conseqüente à dificuldade do retorno venoso, ocasionado pela deficiência do coração em impulsionar o sangue de volta. A mesma força que impulsiona o sangue pelas artérias é responsável, em parte pelo seu retorno ao coração. Quando essa bomba está fraca, conseqüentemente, há dificuldade para o retorno sanguíneo.

Fonte: Manual para o Médico Generalista
http://www.amato.com.br/content/o-que-cardiologia-trata


O que a geriatria trata?

O que a geriatria trata?



O médico geriatra atende o idoso, diferenciando as mudanças anatômicas, funcionais e psicológicas próprias do processo natural de envelhecimento, das alterações decorrentes de doenças nessa fase da vida. Na prática, muitas vezes, esse limite é impreciso.
O geriatra se preocupa, com todos os aspectos da saúde do idoso, de acordo com as particularidades do processo de envelhecimento. Enquanto a grande maioria das especialidades médicas se dedica a um órgão ou sistema, a geriatria se dedica ao indivíduo como um todo.  A população geriatrica é heterogenea, idosos de mesma idade podem ter qualidade de vida completamente diferente. Um idoso com doenças crônicas controladas pode ser considerado saudável quando comparado com outro de mesma idade sem doenças controladas e com incapacidades e sequelas. Para o geriatra o tratamento bem sucedido é aquele que além do controle das doenças visa preservar a autonomia (capacidade de escolher) e a independência (capacidade de executar) do idoso.
Ele tem a mesma função do clínico geral, só que durante o envelhecimento.Ou melhor sua função é bem parecida com o pediatra. Na infancia é hábito a criança saudável, ir ao pediatra, para saber se o crescimento está adequado e receber orientacões de vacina, nutricionais e outras. Pois bem, na velhice, que também é um estágio mais frágil da vida, o acompanhamento médico, periódico oferece melhor qualidade de vida por período mais longo.
Quem é idoso atualmente?

Antigamente a Organização Mundial da Saúde definia a idade mínima de 65 anos para países desenvolvidos e 60 anos para países em desenvolvimento, porque estes têm expectativa de vida menor. Hoje já está estabeleceido 65 anos como regra geral. São considerados muito idosos (very old) aquelas pessoas com mais de 85 anos nos países desenvolvidos e 80 anos para países em desenvolvimento.
Essa população vem aumentando muito e o geriatra esta especialmente qualificado em  atendê-lá.
Quando devo consultar um geriatra?
Existem basicamente tres situações para se procurar um geriatra.
A primeira é preventiva, para se orientar como envelhecer de forma saudável.
A segunda é para o acompanhamento do processo natural de envelhecimento, já em evolução.
A terceira é para o acompanhamento de doenças nessa fase da vida, evitando novas sequelas e reabilitando as já existentes.
Como sei se minhas queixas são decorrentes da idade ou se estou doente?
O ideal é procurar um geriatra para fazer o diagnóstico diferencial, para saber se o que você sente é consequência da idade ou decorrente de alguma doença. E o mais importante o que pode ser feito para melhorar essa queixa.
Quais atende o geriatra?
No consultório médico, no domicílio do paciente, nas instituições de longa permanência e nos hospitais.


Fonte:Amato, MCM; Amato, CM; Amato, MCM; Morillo, MG. Manual para o médico generalista. 2˚ edição. 2012 (no prelo)
http://www.amato.com.br/content/o-que-geriatria-trata


Quando procurar o endocrinologista?

Quando procurar o endocrinologista?


O Endocrinologista é o médico que cuida dos transtornos das glândulas endócrinas. As glândulas endócrinas são órgãos que secretam substâncias no sangue,  conhecidas como hormônios.
A Endocrinologia visa reconhecer e tratar os problemas com esses hormônios, ajudando a restabelecer o equilíbrio do organismo. O campo de atuação do endocrinologista é extremamente vasto, visto que os hormônios regulam praticamente todas as funções orgânicas, e portanto as alterações hormonais podem provocar diversas doenças, envolvendo o organismo como um todo.
Quais são as doenças causadas por alteração de hormônios?
Diabetes - Alteração dos níveis de açúcar do sangue, decorrente da falta de produção ou da falta de ação da insulina, um importante hormônio produzido pelo pâncreas.
O chamado “pré diabetes” é uma alteração no organismo que leva à resistência à ação da insulina.
Existem ainda algumas doenças que podem provocar a queda da glicose sanguínea, ou hipoglicemia;
Doenças da Tireóide - Podemos ter o hipertireoidismo, funcionamento excessivo da tireóide, com níveis aumentados de hormônios tireoidianos no sangue e as complicações decorrentes desse excesso; o hipotireoidismo, mau funcionamento da tireóide, levando à redução dos níveis sanguíneos dos hormônios tireoidianos e suas conseqüências; o bócio, crescimento exagerado da tireóide, produzindo uma massa na região anterior do pescoço, e os nódulos tireoidianos.
Outros exemplos de doenças da tireoide: Bócio Multinodular Tóxico, Doença de Graves, Tireoidite de Hashimoto.
Obesidade – Nos últimos anos a obesidade foi reconhecida como sendo uma doença, devido aos múltiplos problemas que pode acarretar à saúde das pessoas, além dos graves transtornos sociais e psicológicos que a acompanham. A obesidade possui múltiplas causas, e apesar de sabermos que apenas uma pequena proporção dos casos de obesidade é provocada por excesso ou deficiência de alguns hormônios, freqüentemente é acompanhada de outras doenças endócrinas, tais como a diabetes, os transtornos do colesterol e a síndrome dos ovários policísticos.
Síndrome dos Ovários Micropolicísticos  - Hoje é sabido que a irregularidade menstrual e as características decorrentes do excesso de hormônios masculinos, como aumento de pêlos e acne, que acompanham essa síndrome, estão diretamente associadas à obesidade e ao desenvolvimento de diabetes e de todas as suas complicações.
Síndrome plurimetabólica - É um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares usualmente relacionados à deposição central de gordura, à  pré-diabetes, hipertensão arterial  e ou alteração do colesterol.
Osteoporose e osteopenia -
Osteoporose é a descalcificação progressiva dos ossos que se tornam frágeis e porosos. É uma doença na qual ocorre diminuição da massa óssea e piora da sua qualidade. Quanto maior a fragilidade óssea, maior é o risco de fratura. Embora a ocorrência seja maior no sexo feminino, após a menopausa, com a diminuição dos níveis de estrogênio, os homens também podem ter a doença, que se torna mais frequente com o envelhecimento, falta de atividade física, consumo de álcool, tabagismo, hipovitaminose D (deficiência de vitamina D)e doenças crônicas.
Osteopenia é um estágio anterior a osteoporose, onde a descalcificação óssea ainda está em um grau leve, inicial, podendo evoluir ou não para a osteoporose.
Doenças da hipófise tais como: hipopituitarismo, acromegalia, adenoma de hipófise, prolactinoma etc.,
Doenças das supra-renais, tais como: insuficiência adrenal, síndrome de Cushing, feocromocitoma, hiperaldosteronismo.
Doenças das paratireóides, tais como: hipoparatireoidismo e hiperparatireoidismo.
Doenças que afetam o crescimento, tais como:baixa estatura, gigantismo, raquitismo, etc
Doenças neoplásicas da tireóide:carcinoma medular da tireoide, carcinoma papilífero, carcinoma folicular
Doenças que afetam o desenvolvimento: puberdade precoce, telarca e pubarca precoce (aparecimento de mamas e pêlos, respectivamente, em meninas menores que 8 anos e meninos menores que 9 anos). Puberdade tardia (ausência de início da puberdade após os 13 anos em meninas e 14 anos em meninos). 

Fonte: http://www.amato.com.br/content/quando-procurar-o-endocrinologista


Quando procurar o médico clínico geral?

Quando procurar o médico clínico geral?


Os constantes avanços das pesquisas na área médica têm provocado uma crescente especialização de seus profissionais, enfocando aspectos cada vez mais específicos do organismo humano. Se isso, por um lado, traz progresso na pesquisa científica e no tratamento das doenças, por outro, gera grande dúvida aos pacientes. Se quiserem procurar diretamente um especialista, vão ter que fazer alguns diagnósticos por conta própria, o que obviamente nem sempre estará correto. Procurar um clínico geral inicialmente para esclarecer seus sintomas, sempre está certo. O clínico geral, tem uma visão global do organismo humano e deve estar preparado para proceder aos diversos diagnósticos.
Quais doenças o clínico geral pode tratar?
Esse profissional está apto a tratar diversas doenças e só precisa encaminhar seu paciente quando houver necessidade de um especialista, isso quer dizer, quando o problema é muito específico. Assim uma consulta com  clínico geral abrange:
  • Check Up

  • Avaliação Pré-Operatória para diversas cirurgias
  • Avaliação para atividade física e orientação de exercícios físicos
  • Obesidade leve a moderada

  • Orientação nutricional

  • Hipertensão Arterial
 Diabetes

  • Investigação e tratamento de doenças cardiológicas leves

  • Osteoporose

  • Dislipidemia (colesterol alto)

  • Gastrite

  • Doença do Refluxo Gastroesofágico

  • Infecções Intestinais

  • Infecções Urinárias

  • Infecções de Pele e Micoses
  • Infecções pulmonares,
  • Infecções de orofaringe

  • Cefaléia (dor de cabeça)

  • Hipo e Hipertireoidismo

  • Depressão, 
  • Transtornos de Ansiedade

  • Anemias

  • Indicação de Vacinas

  • Alergias
  • Entre outras....
Qual a função do clínico geral?
O maior diferencial do clínico é que ele pode acompanhar seus pacientes ao longo da vida, conhecendo profundamente seu histórico, levando em conta aspectos mais abrangentes como estado psicológico, social e familiar. Muitas vezes, pode ajudar o paciente a entender melhor a conduta de um especialista e esclarecer dúvidas a respeito do uso de diversos medicamentos receitados por vários especialista diferentes.  Sua atuação, hoje em dia, também é muito importante em doentes complexos que necessitam de acompanhamento com diversos especialistas, o clínico geral pode assessorá-los, informando-os sobre as condições do paciente e integrando condutas e medicações.
Fonte: http://www.amato.com.br/content/quando-procurar-o-m%C3%A9dico-cl%C3%ADnico-geral


domingo, 15 de fevereiro de 2015

Perturbações do sono

Perturbações do sono


As perturbações do sono são alterações na conciliação do sono ou durante o mesmo, ou então alterações relativas à duração do sono, ou a comportamentos anormais associados ao sono, como o terror nocturno e o sonambulismo.
O sono é algo necessário para sobreviver e gozar de boa saúde, mas ainda não se sabe porque se necessita do sono nem exactamente como nos beneficia. As necessidades individuais de sono variam amplamente e nos adultos saudáveis vão de apenas 4 horas diárias de sono até 9 horas. Geralmente, as pessoas dormem de noite, embora muitas o façam durante o dia devido aos seus horários de trabalho, situação que muitas vezes provoca perturbações do sono. Muitas das perturbações do sono são frequentes.
Muitos factores, como a excitação ou o stress emocional, podem determinar as horas de sono de uma pessoa e a forma como se sente ao despertar. Os medicamentos podem também desempenhar um papel: alguns produzem sonolência enquanto outros dificultam o sono. Inclusive certos alimentos ou aditivos, como a cafeína, as especiarias fortes e o glutamato monossódico, podem afectar o sono.
O padrão de sono não é uniforme, mas tem várias fases diferenciadas. Durante um sono nocturno normal há 5 ou 6 ciclos de sono. O sono começa pela fase 1 (o grau mais superficial, em que a pessoa acorda facilmente) e avança até à fase 4 (o grau de maior profundidade, em que a pessoa acorda com dificuldade). Na fase 4, o tónus muscular, a pressão arterial e a frequência cardíaca e respiratória estão diminuídos ao máximo. Para além destas 4 fases existe um tipo de sono acompanhado de movimentos oculares rápidos (REM) e de actividade cerebral. A actividade eléctrica no cérebro é inusualmente alta durante o sono REM, um pouco semelhante a um estado de vigília. Num electroencefalograma (EEG) pode registar-se a mobilidade ocular e as alterações nas ondas cerebrais que se produzem durante o sono REM.
No sono REM, tanto a frequência como a profundidade das respirações estão aumentadas, mas o tónus muscular está deprimido, inclusive em maior grau do que nas fases de profundidade máxima do sono não REM. A maioria dos sonhos ocorre durante o sono REM e na fase 3 do sono, enquanto o falar a dormir, os terrores nocturnos e o sonambulismo costumam acontecer durante as fases 3 e 4. Durante um sono nocturno normal, o sono REM segue-se imediatamente a cada um dos 5 ou 6 ciclos da fase 4 do sono não REM, mas na realidade o sono REM pode acontecer em qualquer fase.
Fases do ciclo do sono
O sono atravessa normalmente fases diferenciadas cerca de 5 a 6 vezes durante a noite. O tempo do sono profundo é relativamente curto (fases 3 e 4). À medida que a noite decorre, passa-se mais tempo no sono com movimentos oculares rápidos (REM), mas esta fase é interrompida por breves regressos ao sono ligeiro (fase 1). Durante a noite produzem-se breves despertares.



Média diária das necessidades de sono
IdadeNúmero total de horasSono REM (percentagem do total)Fase 4 do sono (percentagem do total)
Recém-nascidos13 a 1750%25%
2 anos9 a 1330% a 35%25%
10 anos10 a 1125%25% a 30%
16 a 65 anos6 a 925%25%
Maiores de 65 anos6 a 820% a 25%0 a 10%

Insónia


A insónia é a dificuldade em conciliar o sono ou permanecer adormecido, ou uma alteração no padrão do sono que, ao despertar, leva à percepção de que o sono foi insuficiente.
A insónia não é uma doença, mas um sintoma. Pode ser consequência de diversas perturbações emocionais e físicas e do uso de medicamentos. A dificuldade em conciliar o sono é frequente entre jovens e idosos e muitas vezes manifesta-se no decurso de alterações emocionais, como a ansiedade, o nervosismo, a depressão ou o temor. Há mesmo pessoas que têm dificuldade em conciliar o sono simplesmente porque não experimentam cansaço, nem físico nem mental.
As pessoas tendem a dormir menos à medida que envelhecem e também se verificam mudanças nas fases do sono. O sono da fase 4 diminui e com o tempo desaparece, enquanto a pessoa acorda com maior frequência durante as outras fases. Embora normais, estas mudanças no padrão do sono fazem com que as pessoas adultas pensem que não estão a dormir o suficiente. No entanto, não existem provas de que as pessoas saudáveis de idade avançada necessitem de dormir tanto como os jovens nem que requeiram medicamentos para dormir com o objectivo de evitar estas alterações normais associadas à idade.
O padrão da insónia da primeira hora da manhã é mais frequente nas pessoas de idade avançada. Algumas pessoas conciliam o sono normalmente, mas despertam várias horas antes da hora habitual, não conseguem voltar a adormecer com facilidade e, por vezes, têm um sono inquieto e pouco reparador. Em qualquer idade, o facto de despertar muito cedo pode ser um sintoma de depressão.
As pessoas com uma alteração no seu padrão de sono podem experimentar inversões no ritmo do sono, isto é, conciliam o sono em horas menos adequadas e não conseguem dormir quando deveriam fazê-lo. As inversões no ritmo do sono reflectem geralmente um desfasamento horário devido a uma viagem de avião (especialmente de leste para oeste), turnos de trabalho nocturno irregulares, mudanças frequentes de horários ou o abuso de bebidas alcoólicas. Por vezes, devem-se ao efeito secundário de um fármaco. O padrão de sono pode ver-se alterado por lesões no relógio interno do cérebro (provocadas por uma encefalite, um icto ou uma doença de Alzheimer, por exemplo).
Diagnóstico
Com o objectivo de diagnosticar a insónia, o médico avaliará o padrão de sono da pessoa, o uso que esta faça de medicamentos, de álcool e de drogas ilegais, o grau de stress psicológico, a história clínica e o seu nível de actividade física. Algumas pessoas necessitam de menos sono que outras e por isso o diagnóstico de insónia basear-se-á nas necessidades individuais. Os médicos podem classificar a insónia como primária, uma alteração do sono de longa duração que aparentemente não está associada a factores de stress nem a vivências, ou como secundária, uma alteração provocada pela dor, pela ansiedade, pelos fármacos, pela depressão ou por stress exacerbado.
Tratamento
O tratamento da insónia baseia-se na sua causa e no grau de gravidade. As pessoas de idade sofrem mudanças associadas com o sono que habitualmente não requerem tratamento porque se trata de alterações normais. Dado que provavelmente o número total de horas de sono diminui com a idade, pode ser útil para as pessoas mais velhas irem dormir mais tarde ou levantarem-se mais cedo. As pessoas com insónia podem melhorar o seu estado se permanecerem tranquilas e relaxadas antes de se deitarem, procurando criar nos seus quartos uma atmosfera que convide ao sono. Para isso, é necessária uma luz ténue, o mínimo de ruído possível e uma temperatura agradável no quarto.
Se a causa da insónia se dever ao stress emocional, será mais útil um tratamento para aliviar o stress em vez de tomar medicamentos para dormir. Quando a insónia se manifesta com depressão, deve dirigir-se ao médico, que fará uma avaliação global e prescreverá um tratamento. Certos antidepressivos costumam induzir o sono devido às suas propriedades sedantes.
O uso intermitente de medicamentos para dormir (sedativos e hipnóticos) pode ser útil no caso de as perturbações do sono interferirem com as actividades pessoais e com a sensação de bem-estar.



Medicação para dormir: não se deve tomar de forma ligeira
Os hipnóticos (sedativos, tranquilizantes menores, fármacos contra a ansiedade) são os medicamentos de uso mais difundido. A maioria é bastante segura, mas todos podem perder a sua eficácia, uma vez que o doente se habitue a eles. Os hipnóticos podem também produzir sintomas de abstinência quando se suspende o tratamento. Se o doente deixar de os tomar durante alguns dias, o problema original pode piorar (insónia de ressalto) e a ansiedade aumentar. Os médicos recomendam uma redução lenta da dose; a sua completa suspensão pode requerer várias semanas.
A maioria dos hipnóticos requerem receita médica porque podem provocar habituação ou dependência e existe o risco de sobredose.
Os hipnóticos apresentam um risco especial nas pessoas de idade avançada com problemas respiratórios porque tendem a deprimir as áreas do cérebro que controlam a respiração.
Reduzem também o estado de alerta diurno, o que constitui um perigo para a condução ou para a manipulação de maquinaria.
São especialmente perigosos quando se tomam em combinação com álcool ou com outros hipnóticos, narcóticos, anti-histamínicos e antidepressivos.
Todos estes fármacos provocam tonturas e podem deprimir a respiração, o que torna ainda mais perigosa a combinação dos seus efeitos.
Os hipnóticos mais usuais e seguros são as benzodiazepinas. Dado que não diminuem a quantidade do sono REM, não reduzem a capacidade de sonhar. Algumas benzodiazepinas permanecem mais tempo no organismo do que as outras. As pessoas mais velhas, que não podem metabolizar nem excretar os fármacos tão bem como as mais jovens, podem estar mais expostas a experimentar tonturas diurnas, linguagem ininteligível e quedas. Por esta razão, os médicos evitam a prescrição de benzodiazepinas de acção prolongada, como flurazepam, clordiazepóxido e diazepam.
Os barbitúricos, um dos hipnóticos de uso mais frequente, e o meprobamato não são tão seguros como as benzodiazepinas.
O hidrato de cloral é relativamente seguro, mas o seu uso é muito menos frequente que os das benzodiazepinas.
Alguns antidepressivos, a amitriptilina, por exemplo, podem aliviar a depressão associada à insónia ou ao despertar de madrugada provocado por crises de pânico, mas os efeitos adversos podem constituir um problema, especialmente nas pessoas idosas.
difenidramina e o dimenidrinato são dois medicamentos baratos que não requerem prescrição médica (de venda livre) e que podem aliviar as perturbações do sono leves ou ocasionais, mas não se utilizam como sedativos porque têm efeitos adversos potenciais, especialmente entre pessoas de idade avançada.

A ciência acorda das perturbações do sono
Os laboratórios de centros de sono avaliam, diagnostam e tratam as pessoas que sofrem de qualquer tipo de perturbações do sono. Os sintomas seguintes podem aconselhar uma pronta consulta a um laboratório do sonoInsónia.
Dependência de medicamentos para dormir.
Hipersónia.
Ressonar intenso ou falta de ar.
Pesadelos.
Sono anormal segundo o testemunho de observadores.
Uma avaliação inicial num laboratório do sono pode consistir no seguinteHistorial do sono que muitas vezes inclui um padrão de sono.
História clínica geral.
Exame físico.
Análise de sangue.
Testes no laboratório do sono.
Dois exemplos dos exames feitos num laboratório do sono são a polissonografia durante a noite e uma prova de latência múltipla do sono. Na polissonografia durante a noite, a pessoa passa toda a noite num laboratório do sono com eléctrodos colocados para medir as fases do sono e outros parâmetros psicológicos. O exame avalia a apneia do sono ou as alterações dos movimentos durante este. Numa prova de latência múltipla do sono, a pessoa passa todo o dia num laboratório do sono a fazer sestas com intervalos. Esta prova avalia a sonolência diurna, essencialmnete em caso de narcolepsia.

Hipersónia


A hipersónia é um aumento das horas absolutas de sono, aproximadamente em 25 % mais do que padrão normal de sono.
Embora seja menos frequente que a insónia, a hipersónia é um sintoma que muitas vezes indica a possibilidade de uma doença grave. As pessoas saudáveis podem experimentar uma hipersónia temporária durante algumas noites ou dias como consequência de um período de privação de sono continuado ou devido a um esforço físico pouco habitual. Se a hipersónia se prolongar para além de alguns dias, pode ser sintoma de uma perturbação psicológica (ansiedade ou depressão grave) ou do abuso de hipnóticos, falta de oxigénio e acumulação de anidrido carbónico no corpo como consequência da apneia durante o sono ou então devido a perturbações cerebrais. A hipersónia crónica que se apresenta numa idade jovem pode ser sintoma de narcolepsia.
Quando a hipersónia é de desenvolvimento recente e súbito, o médico informar-se-á acerca do estado de ânimo da pessoa, de acontecimentos actuais e de qualquer medicamento que possa estar a tomar. Dado que a causa poderá ser uma doença, o médico examinará o coração, os pulmões e o fígado. Os exames laboratoriais podem confirmar a doença. A hipersónia recente que não tem uma explicação fácil, como a existência de uma doença ou o abuso de fármacos, pode ser provocada por uma perturbação psiquiátrica (como a depressão) ou por um problema neurológico (como uma encefalite, uma meningite ou um tumor na cabeça). Um exame neurológico pode indicar depressão, deterioração da memória ou sintomas neurológicos anormais. No caso de sintomas relacionados com algum problema neurológico, efectuam-se exames imagiológicos como uma tomografia axial computadorizada (TAC) ou uma ressonância magnética (RM) e o doente é enviado ao neurologista.

Narcolepsia


A narcolepsia é uma alteração pouco frequente do sono, que se caracteriza por crises recidivantes de sono durante as horas normais de vigília e também de cataplexia, paralisia do sono e alucinações.
Desconhece-se a causa, mas a perturbação costuma apresentar-se em pessoas com antecedentes familiares, o que sugere uma predisposição genética. Embora a narcolepsia não tenha consequências graves para a saúde, pode produzir um sentimento de temor e aumentar o risco de acidentes.
Sintomas
Os sintomas costumam iniciar-se na adolescência ou no início da idade adulta, sem que exista doença prévia, e persistem durante toda a vida. Uma pessoa com narcolepsia pode ter uma crise de sono em qualquer momento e só temporariamente poderá resistir ao desejo de dormir. A pessoa desperta do sono narcoléptico com a mesma facilidade que no sono normal. Podem verificar-se uma ou várias crises por dia e é habitual que cada uma delas se prolongue durante uma hora ou menos. É mais provável que as crises se apresentem em situações monótonas, como em reuniões aborrecidas ou na condução prolongada em auto-estradas. A pessoa pode sentir-se bem ao acordar e, no entanto, pode voltar a adormecer poucos minutos depois.
A pessoa afectada por narcolepsia pode manifestar paralisia momentânea sem perda da consciência (uma perturbação denominada cataplexia) em resposta a reacções emocionais bruscas, como sentimentos de enfado, receio, alegria, gozo ou surpresa. Esta pessoa pode sofrer de uma debilidade nas extremidades, pode largar o que está a segurar nas mãos ou pode mesmo cair. Podem também ocorrer episódios esporádicos de paralisia do sono em que, ao ficar adormecida, ou imediatamente depois de acordar, a pessoa quer mover-se mas é incapaz de o fazer. Estes episódios costumam estar associados a um grande sentimento de terror. Podem produzir-se alucinações vividas em que a pessoa tem ilusões visuais ou auditivas no início do sono ou, com menor frequência, ao despertar. As alucinações são semelhantes às dos sonos normais, mas mais intensas. Só 10 % dos afectados por narcolepsia manifestam todos estes sintomas; a maioria experimenta apenas alguns.
Diagnóstico
Embora o diagnóstico seja geralmente baseado nos sintomas, não significa necessariamente que sintomas semelhantes indiquem uma perturbação narcoléptica. Os fenómenos de cataplexia, paralisia do sono e alucinações apresentam-se com frequência em crianças pequenas e por vezes em adultos saudáveis que não manifestam outras perturbações do sono. Se existirem dúvidas acerca do diagnóstico por parte do médico, a pessoa poderá ser enviada a um laboratório de estudo do sono. O registo da actividade eléctrica do cérebro através de um electroencefalograma (EEG) pode mostrar os padrões do sono REM que se registam quando a pessoa concilia o sono, o que é típico da narcolepsia. Não se observaram alterações estruturais no cérebro nem se detectaram anomalias nas análises de sangue.
Tratamento
Para o alívio da narcolepsia podem ser úteis medicamentos estimulantes como efedrina, anfetaminas, dextroanfetamina e metilfenidato, podendo ser necessário um ajustamento da dose para prevenir os efeitos secundários, como tremores, hiperactividade ou perda de peso. Daí que os médicos controlem cuidadosamente os doentes quando se inicia o tratamento farmacológico. A imipramina, um antidepressivo, é o fármaco de eleição no tratamento da cataplexia.

Apneia durante o sono


A apneia durante o sono é um grupo de perturbações graves em que a respiração se suspende repetidamente durante o sono (apneia) um tempo suficientemente prolongado para provocar uma desoxigenação sanguínea e cerebral e aumentar a quantidade de anidrido carbónico.
A apneia durante o sono costuma ser obstrutiva ou central. A apneia obstrutiva deve-se a uma obstrução na garganta ou nas vias respiratórias superiores. A apneia central é consequência de uma disfunção na zona do cérebro que controla a respiração. Na apneia obstrutiva durante o sono, por vezes, manifesta-se uma combinação de concentrações baixas de oxigénio no sangue e altas de anidrido carbónico de forma prolongada, que reduz a sensibilidade do cérebro a tais anomalias, acrescentando um elemento de apneia central à perturbação obstrutiva.
Geralmente, a apneia obstrutiva durante o sono apresenta-se nos homens obesos que, na sua maioria, costumam tentar dormir de costas. Esta perturbação é muito menos frequente nas mulheres. A obesidade, provavelmente em consequência do envelhecimento dos tecidos corporais e de outros factores, leva a um estreitamento das vias respiratórias superiores. O risco de desenvolver a apneia obstrutiva durante o sono aumenta devido ao tabagismo, ao abuso de bebidas alcoólicas e a doenças pulmonares, como o enfisema. Pode existir uma predisposição hereditária para a apneia do sono (estreitamento da garganta e das vias aéreas superiores), afectando neste caso vários membros de uma mesma família.
Sintomas
Dado que os sintomas aparecem durante o sono, a descrição deve ser feita por alguém que observe o indivíduo adormecido. O ressonar é o sintoma mais frequente e está associado ao arquejar, à sufocação, às pausas na respiração e ao despertar brusco. Nos casos graves, as pessoas afectadas têm repetidas crises de falta de ar obstrutivas associadas ao sono, tanto de noite como de dia, as quais, com o tempo, interferem com o trabalho diurno e aumentam o risco de complicações. A apneia do sono grave e prolongada pode causar cefaleias, hipersónia diurna, actividade mental diminuída e, finalmente, insuficiência cardíaca e pulmonar. Nesta última fase, os pulmões não são capazes de oxigenar o sangue adequadamente nem de eliminar o anidrido carbónico.
Apneia do sono
Indivíduo típico com apneia do sono: obeso, pescoço curto e fumador.
Diagnóstico
A apneia do sono diagnostica-se muitas vezes nas suas fases iniciais, baseando-se na informação dada pelo parceiro com quem o afectado dorme; este pode descrever um ressonar intenso ou um arquejar e um despertar com grandes sobressaltos, tudo isso com falta de ar ou agravamento do cansaço diurno. A confirmação do diagnóstico e a avaliação da gravidade do caso efectuam-se melhor num laboratório de estudo do sono. Os exames efectuados servirão ao médico para diferenciar a apneia obstrutiva do sono da central.
Tratamento
Para os afectados de apneia obstrutiva durante o sono, os primeiros passos são: deixar de fumar, evitar o abuso de bebidas alcoólicas e perder peso. O tratamento com tranquilizantes, fármacos para dormir ou outros sedativos não é recomendável para as pessoas com um ressonar intenso nem para as que sofrem de falta de ar durante o sono. As pessoas com apneia central costumam beneficiar do uso de um instrumento que as ajuda a respirar enquanto dormem. É também importante a mudança postural durante o sono e recomenda-se às pessoas que ressonam dormir de lado ou de boca para baixo. Se não for possível controlar a apneia do sono com estes simples procedimentos, pode aplicar-se uma pressão positiva continua nas vias aéreas através de um dispositivo semelhante a uma máscara de oxigénio que administra uma mistura de oxigénio e de ar através do nariz. O dispositivo em questão mantém a via aérea aberta e ajuda a regularizar a respiração. A maioria das pessoas adapta-se rapidamente a estes aparelhos, com excepção dos alcoólicos. Por outro lado, os odontologistas fabricam dispositivos bucais que costumam ser úteis para reduzir a apneia e o ressonar em muitos indivíduos.
Muito raramente uma pessoa com apneia grave do sono necessita de uma traqueotomia. Trata-se de um procedimento cirúrgico que cria uma abertura permanente na traqueia através do pescoço. Para solucionar o problema recorre-se por vezes a outros procedimentos cirúrgicos para dilatar a via aérea superior. Contudo, estas medidas extremas só estão indicadas em poucas situações e habitualmente são praticadas por um especialista.

Parassónias


As parassónias são sonhos e actividades físicas particularmente vividas que se apresentam durante o sono.
Durante o sono podem ocorrer diversos movimentos inconscientes que na sua maioria não se recordam e que são mais frequentes nas crianças do que nos adultos. Exactamente antes de conciliar o sono, praticamente todas as pessoas sentiram por vezes um tremor breve e involuntário de todo o corpo. Alguns têm também paralisia do sono ou breves alucinações. Normalmente, durante o sono as pessoas têm tremores esporádicos das pernas; os adultos podem ranger os dentes intensamente (bricomania), ter movimentos periódicos e sofrer pesadelos. Os estados de sonambulismo, as pancadas da cabeça, os terrores nocturnos e os pesadelos são mais frequentes nas crianças e causam grande angústia. As crises epilépticas podem manifestar-se em qualquer idade.
A síndroma das pernas inquietas (acatisia) é uma perturbação bastante comum que costuma aparecer exactamente antes de adormecer, particularmente entre os maiores de 50 anos. Sobretudo em situações de stress, as pessoas com acatisia experimentam um ligeiro mal-estar nas pernas, juntamente com movimentos espontâneos e incontroláveis das mesmas. Desconhece-se a causa desta perturbação, mas mais de um terço dos afectados têm antecedentes familiares. Por vezes, pode prevenir-se tomando benzodiazepinas antes de se deitar.
Os terrores nocturnos são episódios de medo com gritos e agitação e muitas vezes são acompanhados de sonanbulismo. Estes episódios costumam aparecer durante as fases não REM do ciclo do sono. Pode ser útil o tratamento com benzodiazepinas, como o diazepam.
Os pesadelos afectam crianças e adultos e são sonhos particularmente vividos e aterradores, seguidos de um despertar brusco. Os pesadelos verificam-se durante o sono REM e são mais frequentes em estados febris, situações de cansaço excessivo ou depois da ingestão de bebidas alcoólicas. Não existe um tratamento específico para corrigir a perturbação.
sonambulismo é o acto de andar de forma semiconsciente durante o sono sem se aperceber disso e é mais frequente no final da infância e durante a adolescência. As pessoas não sonham durante os estados de sonambulismo; de facto, a actividade cerebral nesse período, embora normal, parece-se mais com a de um indivíduo desperto do que com a de um estado de sono. Os sonâmbulos podem murmurar de forma repetida e alguns magoam-se ao tropeçar em obstáculos. Geralmente, a maioria não recorda o episódio.
Não existe um tratamento específico para corrigir a perturbação. A tendência para o sonambulismo pode, por vezes, reduzir-se deixando uma luz acesa no quarto ou no corredor. Não se recomenda despertar o sonâmbulo bruscamente, dado que pode reagir com violência. Deverá desobstruir-se o caminho do sonâmbulo retirando os obstáculos ou objectos que possam partir-se e deverão também fechar-se à chave as janelas que sejam de fácil acesso.
Fonte: http://www.manualmerck.net/?id=90