sábado, 25 de outubro de 2014

Introdução à Angiologia

CIRURGIA VASCULAR

Aneurismas
Um aneurisma verdadeiro é aquele que contém todas as camadas da parede arterial (íntima, média e adventícia).
Um pseudoanerisma é definido como um hematoma pulsátil não contido por todas as camadas da parede arterial, que se encontra confinado por uma cápsula fibrosa.
Os segmentos mais afetados da aorta por aneurisma são o abdominal infra-renal (o mais afetado), descendente, ascendente e toracoabdominal.

Aneurisma Degenerativo
Causas de aneurisma: diminuição da elastina e colágeno na parede do aneurisma.
A principal etiologia e fatores de risco associados são a aterosclerose, o sexo masculino, HAS, tabagismo, idade avançada, dissecção aórtica e doenças hereditárias do tecido conjuntivo (Síndrome de Ehlers-Danlos e de Marfan).
Diabetes não é fator de risco, é fator protetor.

O aneurisma degenerativo dá dor ou desconforto, presença de massa pulsátil em expansão e a presença de sopro ou frêmitos sistólicos.

Exames complementares: RX tórax (detecta alargamento do mediastino), USG (útil nos aneurismas abdominais), TC (útil nos aneurismas torácicos e abdominais, contra-indicado na insuficiência renal ou alérgicos a contraste) e arteriografia (pedido quando há suspeita de envolvimento acima das renais, insuficiência vascular mesentérica, rim em ferradura ou pélvico, doença renovascular suspeita e evidência de doença oclusiva aorto-ilíaca).

O tabagismo é o grande fator de risco para os aneurismas de aorta abdominal.

Um ritmo de crescimento maior do que 0,5 cm/ano indica intervenção cirúrgica, independente do tamanho do aneurisma.
A cirurgia é recomendada para todos os aneurismas maiores ou iguais a 6,0cm de diâmetro.
A ressecção do segmento arterial acometido por via aberta pode dar as seguintes complicações: isquemia miocárdica (mais freqüente), colite isquêmica (detecta-se por colonoscopia), hemorragia, isquemia medular e dos membros inferiores.
A correção endovascular é reservada aos pacientes com risco cirúrgico proibitivo.

As principais complicações dos aneurismas aórticos são a ruptura (mais importante e mais comum), a trombose e a embolia arterial distal.
O paciente queixa-se de dor abdominal aguda e intensa de início súbito que freqüentemente se irradia para a região lombar e eventualmente para região inguinal.

A tríade clássica para ruptura do aneurisma é massa abdominal pulsátil, dor abdominal e hipertensão (encontrada em 2/3 dos pacientes).

A complicação pós-operatória mais comum após a correção cirúrgica do aneurisma aórtico é a isquemia miocárdica.
A complicação pós-operatória mais comum após a correção cirúrgica do aneurisma da aorta abdominal é a isquemia colônica.

Aneurismas de Artéria Ilíaca:
Dentre os aneurismas degenerativos, o de artéria ilíaca comum é o segundo mais freqüente.
A TC e a RM são os melhores exames.
A maioria deve ser acompanhada caso tenha um diâmetro inferior a 3 cm. Valores superiores a este indicam cirurgia.

Aneurismas Periféricos dos Membros:
Em geral são assintomáticos. Mas podem apresentar sopro ou frêmito sistólico e sinais de isquemia (por embolia distal ou trombose).
Os aneurismas periféricos mais comuns são os poplíteos.
O duplex scan arterial é o exame de escolha.
O tratamento é sempre cirúrgico, consistindo basicamente na exclusão do aneurisma e restauração do suprimento sangüíneo.

Aneurisma poplíteo: em geral não tem sintomas, mas quando manifestam, freqüentemente ocorre isquemia aguda da perna e do pé.

Dissecção Aórtica ou Aneurisma Dissecante:
Ocorre através de um rasgo na camada íntima, que permite que o sangue escape da luz e interponha-se na camada intermediária e, sob alta pressão, dissecando a média.
Etiologia: a hipertensão arterial é responsável por cerca de 70% dos casos. Pode ser causada também por síndrome de Marfan e de Ehler-Danlos.
Fatores que contribuem: pico hipertensivo, degeneração mixomatosa da camada elástica, formação de cistos e posterior hemorragia.

Classificação de DeBakey / Stanford (Daily e cols):
Tipo I / A: tem origem na aorta ascendente e se estende por toda aorta;
Tipo II / A: a dissecção é limitada à aorta ascendente;
Tipo III / B: a dissecção tem origem distal à artéria subclávia esquerda (aorta descendente).

Os sintomas são de início súbito, náusea, sudorese, dor retroesternal de grande intensidade (com caráter migratório para tórax ou região lombar).
Os principais sinais são: diferença significativa de pulso ou PA (maior que 20 mmHg) entre os MMSS, devido a dissecção da inominada ou da subclávia; déficit neurológico (convulsão); sopro carotídeo; sopro de insuficiência aórtica aguda (os folhetos valvares aórticos podem se dissecar também).

Complicações: tamponamento cardíaco, compressão do mediastio e choque hemorrágico franco.

Exames complementares: RX tórax, Ecocardiograma transesofágico (excelente para dissecção de aorta ascendente, pela sua rapidez, é o melhor em pacientes instáveis hemodinamicamente), RM e TC Helicoidal (exame mais preciso).

Tratamento:
A PA deve ser reduzida para próximo de 110/70mmHg (nitroprussiato de sódio) e deve ser dada uma droga inotrópica negativa como beta-bloqueador (propanolol) ou verapamil ou diltiazen EV.
São contra-indicados vasolilatadores diretos.
Dissecção tipo A: cirurgia de urgência.
Dissecção tipo B: cirurgia de urgência só se tiverem dor persistente, dilatação maior que 5cm, isquemia de órgão terminal (rim, intestino) ou de membro, evidência de dissecção retrógrada.
Dissecção crônica tipo A e B: cirurgia eletiva. Quando há aneurisma em aorta ascendente com diâmetro superior a 5,5cm (ou 5,0cm em pacientes com síndrome de Marfan), opera-se de urgência. Quando há aneurisma em aorta descendente com diâmetro superior a 6,5cm (ou 6,0cm em pacientes com síndrome de Marfan), opera-se de urgência.

Doença arterial periférica:
A causa mais comum é a aterosclerose.
Fatores de risco: tabagismo, hipercolesterolemia, hiperhomocisteinemia, HAS e o DM.
Ocorre mais após os 60 anos (mais ainda na década dos 70).
A doença arterial periférica, a doença coronária e a doença cerebrovascular tem os mesmos fatores de risco.

Manifesta-se com claudicação intermitente, dor, cãibra e formigamento que melhoram com repouso.
Dor persistente em repouso é sinônimo de isquemia crítica.

Claudicação de nádegas e quadril e impotência indicam doença oclusivo aorto-ilíaca (síndrome de Leriche).

Métodos diagnósticos:
Índice tornozelo / braquial ou ABI (relação entre a PAS no tornozelo, dividida pela do braço). Quando dá igual ou maior que 1, é normal. Quando dá entre 0,5 e 1,0 - indica isquemia moderada. Quando dá menor que 0,5 indica isquemia grave e intensa.
Exames complementares: duplex scan, angiografia por RM e arteriografia convencional.

Tratamento:
Cessar o fumo;
Tratar HAS (mantê-la em 130/85mmHg);
Controle de glicemia;
Diminuir LDL;
Atividade física regular;
Pentoxifilina (melhora a viscosidade sangüínea e a deformabilidade das hemácias para melhor perfusão);
Cliostazol (inibidor de agregação plaquetária e vasodilatação, inibe a fosfodiesterase tipo 3);
AAS ou o clopidogrel.

Revascularização: pode ser não cirúrgica (angioplastia transluminal percutânea ou stent) ou cirúrgico (bypass axilo-femoral, femoro-femoral, e a endarterectomia aorto-ilíaca).

Oclusão Arterial Aguda de MMII:
É a oclusão súbita, que necessita alívio imediato através de desobstrução e revascularização.
É diferente do estreitamento arterial lento e progressivo, que vem acompanhado da formação de colaterais que mantém o fluxo sangüíneo.

Causas: embolia (os êmbolos podem vir do coração - pacientes com fibrilação atrial, aneurisma, IAM, endocardite, cardiomiopatia, mixoma atrial; e podem vir de vasos, como femoral, ilíaca, aorta e poplítea) ou trombose (por instabilidade de placa aterosclerótica, trombose de enxertos utilizados como bypass e trama vascular).

Apresenta dor intensa, parestesia (sinal de isquemia precoce em nervos periféricos) e diminuição de temperatura do membro afetado cerca de uma hora do evento embólico. Pode ter paralisia do membro. Perda das funções sensoriais é sinal de isquemia avançada.
Caso os pulsos não sejam palpáveis, o Doppler deve ser realizado imediatamente.
Se o membro contra-lateral apresentar diminuição ou ausência de pulsos distais, ele deve ter doença arterial periférica crônica, e o evento agudo foi causado por uma trombose sobreposta a uma placa aterosclerótica.
A pele do segmento acometido fica fria, pálida, com enchimento capilar lentificado.

Tratamento:
Faz-se a heparinização sistêmica, tromboembolectomia endovascular ou cirúrgica.
Se o membro não estiver muito prejudicado, faz-se a arteriografia.

COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA

COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA


Febre no Pós-Operatório:
Normalmente, a temperatura central é de 37oC.
Na presença de microorganismos, ou outras formas de agressão, ocorre liberação de piógenos exógenos, síntese de piógenos endógenos (interleucina 1, fator de necrose tumoral alfa e beta) produzidos por linfócitos, macrófagos e monócitos.
Os piógenos endógenos induzem o hipotálamo a sintetizarem prostaglandinas (PGE2 e PGF-2 alfa), gerando vasoconstricção periférica, tremores e calafrios.

Febre Per-Operatória: se deve a infecção pré-existente, reação a drogas, reações transfusionais ou hipertermia maligna (desordem rara do músculo esquelético, de caráter autossômico dominante).
A hipertermia maligna ocorre na exposição a agentes como o bloqueador neuromuscular succenilcolina e a anestésicos inalatórios, como o halotano, enflurano e isoflurano, deflagrando um significativo influxo de cálcio para o músculo, gerando contratura e calor. Pode ocorrer nos primeiros 30 minutos do início da anestesia até durante as primeiras 24 horas.

Febre nas primeiras 24h: pensa-se em hipertermia maligna e atelectasia. No caso de sinais infecciosos na FO, pensar em infecção por estreptococos e clostrídios.

Febre das 24-48h ou 72h: pensa-se em atelectasia, pneumonia e infecção necrosante da ferida operatória por estreptococos ou clostrídios.

Febre após 72h: pensa-se em foco urinário, deiscência anastomótica (febre entre o 5º e o 8º dia) – dando infecção abdominal, complicação infecciosa da própria ferida operatória (é a mais comum após o 3º dia até o 10º dia de pós-operatório); pensa-se também em sinusite, parotidite, colecistite alitiásica, hepatite viral, colite pseudomembranosa, pancreatite aguda pós-operatória, IAM e embolia pulmonar.
A parotidite supurativa pode ser uma complicação pós-operatória, caracterizando-se por aumento da glândula, eritema local, febre e leucocitose. Os fatores de risco incluem idade avançada, má higiene oral e desidratação. Ocorre até 2 semanas após cirurgias de grande porte; e o agente etiológico é o Estafilococos.

Complicações da Ferida Operatória:
- Hematoma: acúmulo de sangue e coágulos sob a ferida operatória (FO). Hematomas volumosos que surgem nas primeiras 24-48 horas devem ser evacuados com a abertura das suturas cutâneas em ambiente estéril, com limpeza da ferida e ressutura da pele, caso o sangramento seja controlado. Hematomas pequenos são tratados conservadoramente.
- Seroma: acúmulo de soro e linfa no tecido celular subcutâneo decorrente de lesão de pequenos canais linfáticos. Trata-se com aspiração com agulha calibrosa e curativo compressivo.
- Deiscência Aponeurótica: é a separação dos folhetos aponeuróticos (incisados durante a cirurgia), que ocorre nos primeiros dias de pós-operatório; manifesta-se como hérnia incisional e protusão das vísceras. Diagnóstico clínico, com presença de saída súbita de grande quantidade de secreção clara cor de salmon, dor discreta e abaulamento da ferida operatória. Tratamento cirúrgico.

Fatores de Risco para Deiscência Aponeurótica:
Técnica cirúrgica inadequada
Aumento da pressão intra-abdominal e/ou aumento da tensão na sutura:
- Distensão das alças intestinais
- Ascite
- Tosse crônica, vômitos incoercíveis
- Obesidade
Paciente idoso
Comorbidades:
- DM descompensado
- Insuficiência renal crônica
- DPOC ou ventilação mecânica
- Doença neoplásica maligna, sepse, grande queimado e catabolismo aumentado
Desnutrição:
- Dipoproteinemia
- Hipovitaminose (principalmente ácido ascórbico)
- Deficiência de oligoelementos (principalmente zinco)
Uso de drogas:
- Glicocorticóides
- Quimioterapia
- Radioterapia
Alterações da FO:
- Hematoma
- Infecção

- Infecção da FO ou do sítio cirúrgico (ISC): é a causa mais comum de infecção no paciente cirúrgico; ocorre até 30 dias após a cirurgia. Pode ser (1) Incisional Superficial (acomete pele e tecido subcutâneo); (2) Incisional Profunda (acomete fáscia e músculo); ou (3) de Órgãos ou Cavidades (acomete qualquer região ou órgão manipulado durante a operação, abaixo da camada muscular).

Fatores de Risco de Infecções de FO: idade avançada, desnutrição, DM, obesidade mórbida, imunossupressão, infecção remota coexistente (urinária, pulmonar), colonização da ferida com bactérias, tabagismo, radioterapia prévia e tempo de internação hospitalar (principalmente acima de 2 semanas).
Previne infecção de FO: evitar hipotermia e manter a FiO2 acima de 80% no per-operatório e pós-operatório imediato.

Classificação das Feridas quanto ao Grau de Contaminação:

Categoria: Limpa
Sem abertura no trato respiratório, digestivo, genital ou urinário;
Sem processos inflamatórios;
Sem quebra da técnica asséptica;
Cirurgia eletiva.
Taxa de infecção: 1-3%
Conduta: Só faz antibioticoprofilaxia em caso de colocação de próteses.

Categoria: Limpa-contaminada
Com abertura no trato respiratório, digestivo, genital ou urinário;
Sem processos inflamatórios;
Pequena quebra da técnica asséptica
Taxa de infecção: 5-8%
Conduta: Antibioticoprofilaxia com cefazolina (cobre Gram positivos e enterobactérias).

Categoria: Contaminada
Extravasamento de secreções do trato digestivo;
Abertura do trato urogenital ou biliar em vigência de infecção;
Processo inflamatório presente;
Grande quebra da técnica asséptica;
Traumas penetrantes.
Taxa de infecção: 20-25%
Conduta: Antibioticoterapia com cefazolina ou vancomicina ou clindamicina.

Categoria: Suja ou infectada
Extravasamento importante e não controlado de secreções viscerais;
Presença de secreção purulenta com contaminação de cavidade;
Traumas penetrantes com mais de 4h de evolução;
Feridas traumáticas com tecido desvitalizado ou corpo estranho.
Taxa de infecção: 30-40%
Conduta: Antibioticoterapia.

Na infecção de FO de cirurgia limpa-contaminada ou contaminada, o agente mais comum é a Escherichia coli.

Complicações Respiratórias:
- Atelectasia: é a complicação mais freqüente; é um colapso alveolar (não há troca gasosa, mas os alvéolos são perfundidos, gerando o shunt direita-esquerda).
- Broncoaspiração: é mais comum na indução anestésica; gera queimadura química (Síndrome de Mendelson) e processo inflamatório agudo (pneumonite), com repercussão respiratória grave. O tratamento é a aspiração de vias aéreas inferiores. A partir de 72h, pode dar pneumonia por broncoaspiração.
- Pneumonia: a atelectasia gera o risco de pneumonia hospitalar. Após 72h, pensa-se em pneumonia por broncoaspiração.
- Edema Pulmonar: é o extravasamento e acúmulo de líquido para o interior dos alvéolos por aumento na permeabilidade da membrana capilar; no per-operatório, sua principal causa são a administração excessiva de líquidos (iatrogênica) e disfunção ventricular esquerda secundária ao IAM. A terapia é a restrição de líquidos, uso de diuréticos e tratar o IAM.
- Lesão Pulmonar Aguda (LPA): é mais freqüente que a SARA. Alteração aguda da função pulmonar, infiltrados bilaterais (alveolar e intersticial) na radiografia de tórax, pressão capilar pulmonar inferior a 18mmHg e relação PaO2/FIO2 entre 200 e 300.
- Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA ou SDRA): tem o mesmo quadro da LPA, mas com relação PaO2/FIO2 inferior a 200;grave lesão inflamatória pulmonar que, em menos de 7 dias, leva ao edema pulmonar não cardiogênico e a formação de membrana hialina e colapso de diversos alvéolos, gerando insuficiência respiratória hipoxêmica e infiltrado difuso na radiografia de tórax. O tratamento é o suporte ventilatório com pressão positiva e baixos volumes correntes (6-8ml/Kg), pressão plateu alveolar em torno de 30-35cmH2O, modo assisto-controlado, ciclado a pressão, e utilização de PEEP entre 10-25cmH2O.
- Tromboembolismo Pulmonar: confirma-se com TC tórax helicoidal com contraste + angioressionância magnética de tórax + duplex scan de MMII + cintilografia de perfusão e ventilação; tem fatores de risco como mais de 40 anos, doença cardiovascular crônica, obesidade, cirurgia para malignidade pélvica, paralisia de um membro, TEP prévio e próteses ortopédicas. O tratamento é a heparinização sistêmica, cumarínico, filtro de veia cava, meias de compressão pneumáticas, meias elásticas, elevação dos membros e deambulação precoce.

Complicações Cardiovasculares:
- Hipertensão arterial: PAD acima de 110mmHg é fator de risco para complicações cardíacas. Mantém-se o uso de anti-hipertensivos até o dia da cirurgia, e depois substitui por medicações parenterais, até o pós-operatório.
- IAM: é a principal causa de óbito em idosos após cirurgias não-cardíacas. Choque ou hipotensão são as manifestações mais freqüentes do IAM perioperatório. Trata-se com angioplastia primária. A trombólise está contra-indicada.

A causa mais freqüente de infecção hospitalar é a ITU, e em segundo, infecção do sítio cirúrgico (ISC).
A ISC é mais comumente causada por microbióta endógena (do paciente). A equipe cirúrgica é a maior fonte de microorganismos exógenos.

O desbridamento em centro cirúrgico sob anestesia geral está indicado nas seguintes situações: infecção incisionais profundas, celulite, fasceíte, miosite, repercussões sistêmicas e imunossupressão. Nesses casos, antibioticoterapia sistêmica está indicada.
Fios de sutura impregnados com agentes antimicrobianos estão sendo usados na profilaxia de infecções.

Para profilaxia da trombose venosa profunda, a medida mais eficaz é a compressão pneumática da panturrilha.
Para profilaxia de tromboembolismo em quem já tem TVP prévia é heparina em baixas doses e posição de Tredlemburg.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Saúde do homem

Saúde do homem

Você conhece algum homem que vá ao médico por livre e espontânea vontade? Mesmo sem sentir nada, apenas para ver se a saúde vai bem? Conhece? Sorte sua, porque eles são minoria. Isso é o que comprova uma pesquisa sobre hábitos de vida dos brasileiros realizada pelo Ministério da Saúde em 2007. Foram entrevistadas 54 mil pessoas das 26 capitais e do Distrito Federal.
Saúde do homemAgora, o Ministério da Saúde está concluindo um estudo sobre a saúde da população masculina que analisa as cinco principais causas de internação e mortalidade entre eles. Com esses dados, o governo pretende realizar uma campanha de conscientização para a saúde do homem, como já fez com mulheres, crianças, adolescentes e idosos.
Cuidar da saúde é uma questão cultural. Enquanto as mulheres aprendem, desde cedo, que é preciso ir regularmente ao ginecologista – e, depois, quando se tornam mães, que é preciso levar os bebês ao pediatra –, os homens não são criados com esse hábito.
Como o papel de provedor ainda é bastante forte na cultura atual, o sexo masculino não pode se fragilizar e comprometer esse papel familiar
“Como o papel de provedor ainda é bastante forte na cultura atual, o sexo masculino não pode se fragilizar e comprometer esse papel familiar. É considerado como o sexo forte e acredita ser mais resistente às doenças. Essas crenças dificultam a incorporação de medidas preventivas e a mudança de estilo de vida”, explica o dr. José Antonio Maluf de Carvalho, gerente médico do Centro de Medicina Preventiva, da Unidade Jardins Albert Einstein Medicina Diagnóstica. O fato é que, por essa questão cultural, os homens sofrem com mais doenças que poderiam ser evitadas caso houvessem atitudes preventivas.

Prevenir é melhor, sempre

Por mais batida que esteja essa máxima, ainda faz todo sentido quando o assunto é saúde. E no caso dos homens também deve ser aplicada, mesmo que a agenda esteja lotada. É preciso fazer sobrar tempo para ir ao médico entre um compromisso e outro.
No Brasil, os problemas cardiovasculares estão entre as principais causas de morte – e entre os homens a incidência é maior. Isso se reflete diretamente nos consultórios dos cardiologistas. Lá os homens são maioria, ainda que não esmagadora. “Entre meus pacientes, a proporção é de 60% homens e 40% mulheres”, diz o dr. Marcos Knobel, coordenador médico da Unidade Coronária do HIAE. O importante é que as doenças do coração e do sistema circulatório podem ser prevenidas.
A prevenção pode ser feita com check-up periódico para controle dos fatores de riscos cardiovasculares, como sobrepeso, obesidade, diabetes, colesterol, hipertensão arterial, entre outros.
Mas, quando se fala em prevenção, não basta ir ao médico periodicamente. Se não houver mudança de hábitos, de nada vai adiantar fazer visitas regulares. Evitar o cigarro e o álcool em excesso, alimentar-se de forma saudável, reservar um tempo para o lazer, para o convívio com a família e para desenvolver a espiritualidade também fazem parte de uma atitude preventiva.

Vencer preconceitos

Os idosos passam a se cuidar mais para previnir doenças crônicas que aparecem como tempo
Outro problema entre os homens são os preconceitos com determinados exames. Como o que detecta câncer de próstata, outra das principais causas de morte. O diagnóstico traz boas chances aos pacientes, mas para isso é preciso quebrar o tabu e realizar o exame de toque retal periodicamente. “No caso dos homens que apresentam história familiar de câncer de próstata em primeiro grau, a prevenção deve começar a partir dos 40 anos”, enfatiza o dr. Maluf.
Assim como os casados, os homens de mais idade passam a se preocupar mais com a saúde. As esposas realizam “forças-tarefas” para que haja visitas periódicas ao urologista, ao cardiologista ou ao clínico geral. “Os idosos passam a se cuidar mais para previnir doenças crônicas que aparecem com o tempo”, diz o dr. Fábio Nasri, geriatra do HIAE.

Exames essenciais

Para saber como está a saúde, vale acompanhar possíveis fatores de risco fazendo um check-up anual. “A história clínica e o exame físico devem nortear a solicitação de exames, que deve ser personalizada ao máximo”, explica o dr. Nasri.
Confira os principais exames do check-up masculino:
  • Exames de sangue para verificar os níveis de colesterol total e frações, triglicérides, glicemia e insulina
  • Avaliação de calcificação em coronária
  • Função hepática
  • Ácido úrico
  • Câncer de próstata: dosagem da enzima PSA
  • Câncer de cólon: colonoscopia
  • Função pulmonar, indicada aos fumantes
  • Raio X de tórax para avaliar os órgãos sólidos

Os especialistas recomendam...

  • Deixe de lado o sedentarismo: pelo menos 30 minutos de caminhada por dia. O ideal são cinco dias por semana.
  • Alimente-se de forma saudável para controlar o sobrepeso: de cinco a seis pequenas refeições ao dia, ricas em frutas, legumes e verduras.
  • Mude o ritmo da vida profissional: é preciso buscar equilíbrio entre os diversos papéis que se tem na sociedade e na família. Isso promove felicidade e alegria de viver.
  • Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/saude-do-homem.aspx

VULVOVAGINITE | VULVITE | SINTOMAS E CORRIMENTO

VULVOVAGINITE | VULVITE | SINTOMAS E CORRIMENTO

VULVITE

Vulvite é uma inflamação da vulva, órgão genital externo do corpo feminino. Costuma causar certo transtorno e é bastante comum de ocorrer. Neste artigo vamos falar um pouco a respeito de vulvite considerando os seguintes tópicos:

  • O que é vulvite;
  • Como se adquire;
  • Quais são os sintomas;
  • Como é feito o diagnóstico;
  • Como é o tratamento;
  • Como prevenir.

O que é vulvite?

A vulvite é uma espécie de inflamação da vulva que, geralmente, está ligada a algum tipo de processo parecido na vagina. Pode ser um problema tanto crônico quanto agudo. A forma mais comum de acontecer é a aguda que se manifesta através de muito ardor na região, que fica inchada e avermelhada.

Como se adquire?

Esta complicação pode ter uma origem infecciosa ou inflamatória. Substâncias irritantes, alterações no tecido, tumores, medicamentos diversos, alterações na produção de hormônios e radioterapia, são agravantes para o desenvolvimento da doença. Uma higiene pessoal não adequada também pode influir na irritação local devido ao crescimento de fungos e bactérias e, com isto, favorecer a vulvite.
Mulheres na menopausa estão mais predispostas ao quadro, pois ocorre diminuição do fluxo de um corrimento vaginal natural e o revestimento da vagina e os tecidos da vulva perdem espessura. Desta forma, a vulva e a vagina ficam mais desprotegidas infectando-se e lesionando-se com mais facilidade.
Leia também:

Quais são os sintomas?

Durante o ato sexual ocorre dor e desconforto. Ocorre também ardor ao urinar. A vulva fica vermelha e inchada. Geralmente, em poucos dias o problema é resolvido. Entretanto, caso não ocorra o tratamento adequado, a vulvite se torna crônica e, com isto, alguns sintomas mais complicados costumam surgir. O ardor ao urinar fica mais intenso e uma forte coceira se instaura na região. Ao coçar a área a mulher pode gerar pequenas lesões que acabam se tornando complicações mais sérias.

Como é feito o diagnóstico?

O médico costuma realizar um exame ginecológico para constatar a existência de vulvite, pois através do próprio estado da região já dá para se levantar algumas suspeitas.  Através da vulvoscopia a doença pode ser confirmada. Este procedimento é realizado com a ajuda de um colposcópio e alguns reagentes especiais. O colposcópio permite uma ampliação de até 40 vezes do local e, com isto, é possível uma análise detalhada da vulva. Após a certeza do diagnóstico, deve-se dar início imediato ao tratamento.

Como é o tratamento?

Dependendo de quais fatores estão causando a inflamação e a vermelhidão da vulva, certos medicamentos são indicados. Quando o processo vem ocorrendo devido a alguma infecção é preciso, primeiramente, ter certeza de qual é o agente patológico. Bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos podem causar uma vulvite. O tratamento indicado dependerá de qual agente está se querendo combater.
Quando o problema vem ocorrendo, por exemplo, devido à menopausa, cremes com estrogênio são recomendados para se aplicar na região, pois desta forma a mucosa da vulva vai se regenerando. Geralmente, a vulvite requer um tratamento fácil e rápido. Porém, caso este não seja realizado no momento certo e de acordo, complicações podem surgir e o quadro se tornar de uma doença crônica. Portanto, recomenda-se a visita frequente ao médico ginecologista para o devido monitoramento da região.

Como prevenir?

Higiene intima adequada é de extrema importância. Geralmente a vulvite está relacionada à existência de uma vaginite, portanto, limitar o número de parceiros sexuais e utilizar sempre a camisinha em suas relações é fundamental. Procure também evitar roupas muito justas e dê preferência às calcinhas feitas de algodão.
Não tome banho em lugares públicos, principalmente em banheiras de motéis. Evite ficar muito tempo com roupas de banho molhadas e enxugue muito bem todas as partes do seu corpo após uma ducha. Alimentação saudável e prática de esportes são medidas que sempre ajudam no combate de diversas doenças, assim como o controle do peso.
Utilize sabonetes e papel higiênico neutro para evitar irritações. Não divida toalhas e roupas com ninguém. Por fim, esteja sempre em dia com suas consultas médicas e realize exames ginecológicos periodicamente. Desta forma é possível um monitoramento da sua saúde e o tratamento, quando necessário pode ser iniciado o mais depressa possível. Não descuide de sua saúde, ela deve vir sempre em primeiro lugar.
Fonte: http://www.saudemedicina.com/vulvovaginite-vulvite-sintomas-e-corrimento/

Enurese Noturna

Enurese Noturna


Enurese é o hábito involuntário de urinar durante o sono, mais conhecido como "fazer xixi na cama". A partir de 5 anos de idade para as meninas e 6 anos para os meninos é considerado ANORMAL que ocorra enurese mais que 2 vezes por mês. A enurese acomete principalmente crianças e adolescentes em alguns casos também adultos jovens. Estima-se que 2% a 3% dos jovens podem sofrer de enurese.
A Enurese Noturna tem causa biológica. E o fator genético é determinante. Em geral há mais de um caso na familia. Infecções urinárias ou malformações congênitas também podem causar a enurese.
A Enurese possui duas classificações:
Enurese Noturna Primária: quando a criança passa dos cinco anos sem nunca ter apresentado um período prolongado de controle. È a mais comum: 15% das crianças acima dos cinco anos tem Enurese Noturna.
Enurese Noturna Secundária: quando a criança já apresentou um período (cerca de seis meses) de controle, e de repente volta a fazer xixi na cama. É a mais complicada e pode estar associada a fatores emocionais.
É grande o impacto na qualidade de vida da criança com Enurese Noturna Primária, não tratada. É comum a criança e o adolescente se isolarem, com: baixa auto-estima, ansiedade , fraco desempenho escolar. 
Existem tratamentos eficazes para tratar a Enurese como mudança de hábitos, comportamentos e também medicamentos.
Ao perceber que a criança com mais de cinco anos idade, ainda molha a cama à noite, procure ajuda médica.

Fonte: http://disturbiosdosono.net/enurese-noturna.shtml

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

FEBRE CHIKUNGUNYA

FEBRE CHIKUNGUNYA



febre chikungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. Nos últimos anos, inúmeros casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o vírus CHIKV foi identificado em ilhas do Caribe e na Guiana Francesa, país latino-americano que faz fronteira com o estado do Amapá.
O certo é que o chikungunya está migrando e chegou às Américas. No Brasil, a preocupação é que o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da dengue e da febre amarela, têm todas as condições de espalhar esse novo vírus pelo País. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do que o da dengue. Em no máximo sete dias a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população que não possui anticorpos contra ele. Por isso, o objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos.
Sintomas
Embora os vírus da febre chikungunya e os da dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são semelhantes.
Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.
Ao contrário do que acontece com a dengue (que provoca dor no corpo todo), não existe uma forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa continuar ativa por muito tempo.
Diagnóstico
O diagnóstico depende de uma avaliação clínica cuidadosa e do resultado de alguns exames laboratoriais. As amostras de sangue para análise devem ser enviadas para os laboratórios de referência nacional.
Casos suspeitos de infecção pelo CHIKV devem ser notificados em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde.
Tratamento
Na fase aguda, o tratamento contra a febre chikungunya é sintomático. Analgésicos e antitérmicos são indicados para aliviar os sintomas. Manter o doente bem hidratado é medida essencial para a recuperação.
Quando a febre desaparece, mas a dor nas articulações persiste, podem ser introduzidos medicamentos anti-inflamatórios e  fisioterapia.
Prevenção
Não existe vacina contra febre chikungunya. Na verdade, a prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença
Observação importante:
No Brasil, até o momento, só foram registrados três casos importados da febre chikungunya. Os pacientes foram infectados no exterior, num dos 40 países por onde o vírus circula faz tempo. Os episódios foram controlados, sem que houvesse nenhum sinal de transmissão do CHIKV em território nacional.
No entanto, o risco de transmissão local existe. A proximidade da Copa do Mundo e de outros eventos no País favorece a vinda de turistas provenientes de áreas infectadas pelo CHIKV. Mesmo assim, não há motivo para alarme.  Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde,  nossos serviços de saúde e de vigilância sanitária estão atentos. Os casos confirmados no Brasil foram notificados para a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na mesma linha de conduta, médicos, laboratórios e as secretarias municipais e estaduais de saúde estão recebendo orientação sob a melhor forma de agir diante da nova doença.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/destaque2/febre-chikungunya/

domingo, 12 de outubro de 2014

Modalidades terapêuticas para reduzir a dor do herpes zoster

HERPES ZOSTER

O que é?
É uma doença decorrente da reativação do vírus da varicela (vírus varicela-zoster) em latência, que afeta adultos e pacientes com a imunidade comprometida.
Como se desenvolve ou se adquire?
Causas diversas podem ocasionar uma reativação do vírus, causando a erupção do herpes zoster.
Não existem evidências de que uma pessoa possa desenvolver herpes zoster como resultado do contato com paciente com varicela ou herpes zoster. Mas o contato direto com as lesões cutâneas pode resultar na transmissão de varicela a uma pessoa suscetível.
Em geral, não há recorrência do quadro de herpes zoster; apenas 5% dos pacientes podem ter recorrência, usualmente no mesmo local.
Qualquer pessoa que tenha tido varicela é suscetível de ter herpes. Em geral são adultos com mais de 50 anos e a incidência aumenta com a idade avançada. Também é mais comum em pessoas com doenças que alterem sua imunidade, como já descrito.
O que se sente?
Antecedendo as lesões de pele, os pacientes referem muitas vezes mal-estar, dor de cabeça, febre, dores nevrálgicas (nos nervos), perda de sensibilidade, ardência e coceira locais. A lesão típica é uma vesícula (bolha pequena) sobre uma base avermelhada na pele, em geral em grupos coalescentes.
Surgem de modo gradual, levando 2 a 4 dias para se estabelecerem. Quando não ocorre infecção secundária por bactérias, as vesículas "secam" formando crostas e o quadro evolui para a cura em 2 a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são a torácica, cervical (pescoço), trigêmeo (face), e lombo-sacra (cintura para baixo).
Em pacientes com imunidade alterada podem surgir em localização atípica e se disseminar.
A erupção é unilateral, raramente ultrapassando a linha média, seguindo o trajeto de um nervo.
A dor é bastante intensa, não é rara durante a erupção de pele, embora geralmente diminua nos pacientes com menos de 50 anos e à medida que a doença melhora.
Em pacientes com mais de 50 anos, a dor pode persistir depois de curadas as lesões de pele - é a chamada nevralgia pós-herpética. A nevralgia pode ser uma seqüela a longo prazo, ocorrendo em 10 a 15% dos pacientes, aumentando com a idade. Na maioria das vezes se resolve espontaneamente dentro dos primeiros 12 meses, mas pode persistir por anos. A dor é com freqüência intensa e debilitante. Pode se manifestar com combinações de coceira, ardência com perda de sensibilidade local e dores intensas súbitas e agudas. Um leve toque no local pode induzir a um desconforto acentuado.
Como se faz o diagnóstico?
O aspecto das lesões é típico, em geral, para o diagnóstico de herpes zoster.
Existe um exame de coleta do material da base da vesícula (bolha pequena) que é inespecífico, sendo os mesmos achados para a varicela, herpes simples e zoster.
Como se trata?
As medidas sintomáticas auxiliam e são muito eficientes, principalmente, no alívio da dor.
A terapia antiviral, em infecções não complicadas, acelera a cicatrização, reduzindo o número e dias de desenvolvimento de lesões novas e aliviando a dor do zoster. A terapia antiviral é útil se iniciada dentro das primeiras 72 horas depois do início das lesões de pele e pode ser de muita importância nos pacientes com mais de 50 anos ou imunocomprometidos.
Como se previne?
Estudos recentes e amplos têm demonstrado a utilidade da vacina contra Varicela na redução das complicações do herpes zoster e da neuralgia posherpética, principalmente em pessoas de idade avançada (maiores de 60 anos).A vacina contra varicela é recomendada de rotina na infância. Ela também pode ser recomendada para adultos que nunca tenham contraído Varicela.


Fonte: http://www.abcdasaude.com.br/dermatologia/herpes-zoster




 Pegando o gancho da semana passada sobre o combate a AIDS, não podemos nos esquecer do combate à dor causada pelas “doenças oportunistas” que se aproveitam do sistema imunológico enfraquecido do paciente para atacar.
É grande a probabilidade de tal paciente imunodeprimido demorar mais para se recuperar de uma dessas doenças do que uma pessoa com sistema imunológico saudável.
Diferentes doenças ocorrem em diferentes estágios da AIDS, mas é essencial prevení-las e tratá-las, com ou sem uso de medicamento anti-retroviral, pois podem acabar sendo letais.
Hoje nosso tema será uma dessas doenças – o Herpes zoster.
Herpes zoster
Doença infecciosa de origem viral, também conhecido como “cobreiro” ou “zona”, causada devida à reativação do vírus da varicela (catapora).

Depois de um quadro de varicela, o vírus permanece nos gânglios da raiz dorsal para onde migra vindo das lesões cutâneas através dos nervos sensoriais. Quando é reativado, volta para a pele através dos nervos sensoriais, e ocasionalmente, pelo nervo trigêmeo para a região da face.
Causa dor e lesões cutâneas, ou seja, lesões de pele.

A incidência de herpes zoster é até 15 vezes maior em pacientes com AIDS do que em pessoas não-infectadas e até 25% dos pacientes com linfoma de Hodgkins desenvolvem a doença.
A incidência de herpes zoster aumenta com o avanço da idade, aproximadamente dobrando em cada década depois dos 50 anos. É incomum em pessoas com menos de 15 anos.
Complicações
Em torno de 20% dos pacientes com herpes zoster desenvolvem a neuralgia pós-herpética. Esta é uma sequela que pode durar a vida inteira depois de curadas as lesões de pele, e ocorre entre pacientes com mais de 50 anos, ou entre os imunocomprometidos.²,³
Tratar bem da doença na fase aguda é de suma importância para que evitemos a neuralgia pós-herpética.
Sinais e sintomas
Antecedendo as lesões de pele, os pacientes referem muitas vezes mal-estar, dor de cabeça, febre, dores neurálgicas (nos nervos), perda de sensibilidade, ardência e coceira locais. A lesão típica é uma vesícula (bolha pequena) sobre uma base avermelhada na pele, em geral em grupos coalescentes. (Veja foto. Imagem forte. Clique aqui para visualizar.)
Surgem de modo gradual, levando 2 a 4 dias para se estabelecerem. Quando não ocorre infecção secundária por bactérias, as vesículas “secam” formando crostas e o quadro evolui para a cura em 2 a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são a torácica, cervical (pescoço), trigêmeo (face), e lombo-sacra (cintura para baixo).
Em pacientes com imunidade alterada podem surgir em localização atípica e se disseminar.
A erupção é unilateral, raramente ultrapassando a linha média, seguindo o trajeto de um nervo.
As dores são intensas súbitas e agudas. Um leve toque no local pode induzir a um desconforto acentuado. A dor causada pelo Herpes zoster (HZ) pode ser muito intensa e debilitante, podendo persistir durante anos.*
As lesões e a dor também podem afetar o sono da pessoa, acarretando perda de qualidade de vida.
Tratamentos
Educação ao paciente.
Todo paciente deve ser informado do risco da transmissão do vírus Varicela-zoster para pessoas que nunca tiveram catapora (varicela). A região das lesões deve ser mantido limpa e seca para reduzir o risco de infecção secundária por bactérias.
A escolha de modalidade de tratamento dependerá da severidade da dor do paciente, comorbidades e reação a medicamentos específicos.
Dor aguda HZ
o    Estudos randomizados, duplo cego e com placebo, demonstraram a eficácia do opióide oral oxicodona e o anti-convulsivante gabapentina, assim como analgésicos tópicos como capsaicina (creme) e lidocaína (adesivo), em reduzir a dor aguda HZ. (4)                                                                       (Alerta: os medicamentos mencionados aqui somente deverão ser utilizados mediante prescrição médica, de preferência, por um médico de dor em um centro onde é praticado a medicina baseada em evidências.)
o    Antivirais e corticóides
Tratamentos intervencionistas
o    As injeções epidurais e infusões intratecais, assim como a neuromodulação, são as opções de tratamentos minimamente invasivos.(5)
o    Há evidência limitada que os bloqueios simpáticos e regionais realizados nos estágios iniciais da doença ajudam a prevenir a progressão para a dor pós-herpética; precisa de estudos maiores. Isto ocorre pelo encurtamento da duração da dor, diminuição dos danos isquêmicos e restrição da inflamação cutânea neurogênica.
De forma geral a dor de Herpes zoster tratada nos estágios iniciais evita maiores complicações e reduz a dor intensa causada pela condição, melhorando a qualidade de vida.
Abraços e até a próxima!
Revisado em 28/05/2013
Referências
¹Donahue, JG, Choo, PW, Manson, JE, Platt, R. The incidence of herpes zoster. Arch Intern Med. 1995;155:1605–9.
²Alliegro, MB, Dorrucci, M, Pezzotti, P, Rezza, G, Sinicco, A, Barbanera, M, et al. Herpes zoster and progression to AIDS in a cohort of individuals who seroconverted to human immunodeficiency virus. Italian HIV Seroconversion Study. Clin Infect Dis. 1996;23:990–5.
³Smith JB, Fenske NA. Herpes zoster and internal malignancy. South Med J. 1995;88:1089–92
4[Best Evidence] Dworkin RH, Barbano RL, Tyring SK, Betts RF, McDermott MP, Pennella-Vaughan J, et al. A randomized, placebo-controlled trial of oxycodone and of gabapentin for acute pain in herpes zoster.Pain. Apr 2009;142(3):209-17.
5Raj, PP. Epidural infusion and patient-controlled epidural analgesia. In: Pain Medicine: A Comprehensive Review. St. Louis, Mo: Mosby Yearbook Inc. 1996:272-278


Fonte: http://www.mundosemdor.com.br/modalidades-terapeuticas-reducao-dor-herpes-zoster/