segunda-feira, 31 de março de 2014

Joanete

O que é Joanete?

Sinônimos: Hallux valgus
Joanete é quando o dedão do pé aponta para o segundo dedo do pé. Isso provoca um calo na extremidade externa do dedo do pé.

Causas

Joanetes acontecem com mais frequência em mulheres e podem, às vezes, ser passados de geração a geração. Pessoas que nasceram com anormalidade nos ossos do pé estão mais propensas a terem joanetes. O uso de sapatos de bico fino e de salto alto pode causar o desenvolvimento de um joanete. O joanete pode se tornar doloroso uma vez que um osso extra e uma bolsa com líquidos crescem na base do dedão do pé.

Exames

Um médico geralmente consegue diagnosticar o joanete só de olhar. Um raio x do pé pode mostrar um ângulo irregular entre o dedão e o pé, e, em alguns casos,artrite.

Sintomas de Joanete

  • Pele avermelhada e com calosidade na extremidade interna do dedão do pé
  • Um calo ossudo neste lugar
  • Dores nas juntas, agravada pela pressão dos sapatos
  • Dedão do pé virado em direção aos outros dedos

Buscando ajuda médica

Agende uma consulta com seu médico se o joanete:
  • Continuar causando dor, mesmo após cuidados tomados, como o uso de sapatos folgados
  • Impedir você de realizar suas atividades rotineiras
  • Tiver qualquer sinal de infecção (como vermelhidão ou inchaço), principalmente se você é diabético

Tratamento de Joanete

Quando o joanete começar a aparecer, tome cuidado com seus pés e use sapatos que não apertem os dedos. Isso geralmente soluciona o problema e previne a necessidade de qualquer tratamento futuro. O uso de almofadinhas de feltro ou espuma no pé para proteger o joanete ou de separadores para afastar o dedão do segundo dedo à noite pode ser proveitoso. Eles estão disponíveis nas farmácias. Você também pode fazer um buraco em um par de sapatos velhos e confortáveis para usar em casa.
Se o joanete piorar (causando grave deformidade ou dor), a cirurgia para realinhar o dedo e remover o calo ossudo (bunionectomia) pode ser eficaz. Existem mais de 100 diferentes técnicas cirúrgicas descritas para tratar do joanete.

Expectativas

O resultado depende da idade e das atividades praticadas, e também da gravidade do joanete. Adolescentes podem ter mais problemas com joanete do que adultos. Muitos adultos cuidam do joanete logo quando ele surge e trocam de sapatos regularmente. A cirurgia reduz a dor em muitos, mas não todos, os pacientes com joanete.

Complicações possíveis

  • Dor crônica no pé
  • Deformidade no pé
  • Pé chato
  • Hallux varus (ocorre com sobrecorreção cirúrgica, onde o dedo do pé aponta para o lado oposto dos outros dedos)

Prevenção

Evite comprimir os dedos do pé com sapatos apertados.
Fontes e referências:
  • Wexler D, Grosser DM, Kile TA. Bunion and bunionette. In: Frontera WR, Silver JK, eds. Essentials of Physical Medicine and Rehabilitation. 2nd ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier:2008;chap 76.
  • Richardson EG. Disorders of the hallux. In: Canale ST, Beatty JH, eds. Campbell's Operative Orthopaedics. 11th ed. Philadelphia, Pa: Mosby Elsevier; 2007:chap 78.
  • http://www.minhavida.com.br/saude/temas/joanete

Senescência

senescência é o processo natural e progressivo de degeneração do ser humano, perda da funcionalidade corporal. Constitui no envelhecimento biológico e gradual a nível celular, tecidual e orgânico de todo ser vivo. Afeta o DNA, modifica as informações genéticas e provoca uma desorganização das células. As células se tornam incapazes de se dividirem como antes pois inicia-se a fase em que os telômeros (parte terminal dos cromososmos) sofrem desgaste e reduzem seu tamanho, fazendo com que a célula perca suas características e uma das consequências é o envelhecimento celular, não tendo mais capacidade de realizar a divisão celular. É quando ocorrem alterações graduais lentas e irreversíveis na estrutura e funcionamento do organismo decorrentes da passagem do tempo cronológico e começam a se apresentar os primeiros sinais aparentes e evidentes de declínio físico e mental.  
 A senescência é uma fase normal do ciclo vital do organismo e inica-se geralmente aos 65 anos. Envolve mudanças fisiológicas, bioquímicas, hormonais, psicológicas, anatômicas. Há diminuição no desempenho de diversas atividades.
Aceitar  o envelhecimento de forma natural contribui de certa forma para a longevidade. Se a pele perde gradualmente o tônus, a elasticidade, se há uma perda de massa muscular e os ossos diminuem, enquanto a gordura corporal aumenta; se os cabelos começam a ficar esbranquiçados, se  houve perda dos sentidos antes aguçados, memória mais lenta,  existem hoje no mercado paliativos adequados para cada caso.
Disposição, sabedoria, para vencer alguns desafios que surgem com o avanço da idade, faz parte da maturidade adquirida, visto que  é um processo contínuo que se inicia ao nascermos.

A qualidade de vida, a prática de bons hábitos nos vários estágios da vida, a preservação do corpo com exercícios físicos e alimentação adequada, fazer avaliação clínica de rotina periodicamente, a participação social, além de ter a mente sempre em atividade e evitando excessos e aprender a conviver com as doenças associadas à idade, propicia um envelhecimento saudável.
É importante resaltar que o tabago e o consumo exagerado de álcool são fatores que aceleram o envelhecimento, por isso, devem ser evitados.
A vida depende da cópia e tradução constante dos dados genéticos.Componentes genéticos e ambientais se confundem, se somam e se multiplicam, numa cascata de desajustes que leva as células e, eventualmente, o indivíduo ao envelhecimento e à morte.
A redução de 30-40% de calorias ativa um gene que codifica a enzima NAMP que acaba estimulando a produção de NAD. Níveis altos de NAD ativam os genes SIRT3 e SIRT4 aumentando o número de as enzimas codificadas por esses genes, nas mitocôndrias. As enzimas SIRT3 e SIRT4 prolongam a vida das células, evitando a formação de pequenos  poros em suas membranas, que poderiam servir de entrada para proteínas que alavancam o processo de apoptose, ou seja, morte celular.
 Buscar sempre uma boa qualidade de vida é essencial para uma velhice saudável.
É preciso envelhecer com alegria, sem medo de viver  e sabendo viver cada idade. Afinal só envelhece quem biologicamente e psicologicamente é saudável.




Aubrey de Grey,  gerontologista inglês, um dos maiores estudiosos e visionários da ciência que se ocupa do prolongamento da juventude, afirma que são sete os focos principais do processo de envelhecimento. A saber: 
 
 Células a menos – Já se sabe que as pessoas ficam mais baixas na velhice porque o espaço entre as vértebras se comprime. Ao mesmo tempo, ocorre no organismo a diminuição do número de células. Essas estruturas microscópicas que formam a pele, o sistema digestivo, o sangue, os ossos e o cérebro perdem a capacidade de se renovar. Essa é a causa da perda de massa muscular, densidade óssea e de neurônios nas pessoas de idade. 
 Intoxicação interna – Incapazes de se dividirem como antes, as células ao morrer liberam substâncias tóxicas, que resultam no aumento de gordura e deterioram a pele. 
 Mutações no núcleo – Mutações no DNA (a molécula no núcleo celular que carrega as informações genéticas) são normais. O acúmulo delas, no entanto, acaba desorientando o comando da célula. Essa é a causa mais comum dos tumores. 
 Mutações na mitocôndria – Essa organela, que funciona como um gerador de energia para a célula, tem seu próprio DNA, que também sofre mutações. Doenças degenerativas como Parkinson, por exemplo, se originam dessas mutações. 
 Lixo demais dentro das células – As células perdem a habilidade de processar o material resultante das reações químicas realizadas em seu interior. Com isso, elas não conseguem expulsar esse material. Com o passar dos anos, ficam inchadas. Isso gera caroços nos tecidos que elas formam. Inchaços na superfície das artérias, a degeneração macular e a neuronal são males que nascem dessa incapacidade das células de expulsar as toxinas geradas em seu processo vital. 
 Lixo demais por fora – Por um fenômeno inverso ao da contenção de toxinas, muitas células passam a lançar para o exterior certas proteínas que normalmente ficariam encasuladas. Essas proteínas formam bolhas pegajosas que afetam principalmente o cérebro. O Alzheimer e doenças degenerativas do fígado derivam justamente desse processo. 
 Proteínas grudentas – Moléculas estruturais são aquelas que formam os ligamentos, a parede das artérias e as lentes naturais do olho humano. Com o passar do tempo, parte dessas células se desprende e elas colam-se umas às outras, provocando endurecimento das artérias e pressão alta.
A combinação desses fatores é a própria essência da degeneração do corpo humano. E acredita-se que  a ocorrência de um deles acaba ativando outros. 
A natureza tem compromisso com a existência da vida no planeta. O mundo natural se organiza e trabalha pela manutenção das espécies vivas e por sua constante reprodução. Mas, como todo ser vivo em posição pouco privilegiada na cadeia alimentar sabe, a natureza não tem compromisso com formas particulares e individuais de vida – nem mesmo com aquela que se enxerga como o pináculo da criação: o homem. 
Um organismo morre quando suas células começam a parar de funcionar pela simples razão de que já nascem programadas para esse evento final. A morte não é um ponto fora da curva, mas um fenômeno que faz parte da própria geração do ser vivo. 
As células têm apoptose - a morte programada - e  outros fatores podem alterar essa programação, como hábitos de alimentação e atividade física. Ainda no útero, as células de um feto humano passam por um processo de apoptose para criar algumas partes do corpo, como mãos e pés. 

A apoptose (autodestruição celular), é ativada também sempre que o ataque de agentes externos – radiação, poluição e ingestão de substâncias tóxicas às células, por exemplo – provoca mutações no núcleo ou nas organelas celulares. Essa é a idéia que está na base da teoria do dano oxidativo, uma das mais acionadas para explicar esses fenômenos. Segundo essa teoria, o organismo envelhece porque vai se intoxicando de oxigênio. Cerca de 5% do oxigênio que o corpo absorve para transformar em energia permanece no corpo em forma altamente reativa conhecida como "radicais livres". São moléculas ou átomos propensos a interagir com os tecidos celulares causando neles um processo de oxidação, ou seja, de destruição. Mais de 200 tipos de doenças da idade estão associados à oxidação. Quanto mais agressões sofre o organismo, maior a velocidade com que aparecem os "defeitos" que podem ativar a apoptose.  

Infofográfico Revista Época (633) - criado por Gerson MoraA Infografia explica que o envelhecimento do organismo está
relacionado com a progressiva deterioração das células.

A Infografia explica que o envelhecimento do organismo está relacionado com a progressiva deterioração das células.

CONSEQUÊNCIAS OBSERVADAS  DURANTE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
 Entre a 5ª e 6ª décadas uma mulher apresenta:
  • mãos mais magras, principalmente na região dorsal, pois além da perda de gordura no local, há uma perda da massa muscular daquela região.
  • perda muscular acentuada
  • As unhas se tornam irregulares, quebradiças e finas.
  • As coxas começam a ficar mais finas e o abdômen mais protuberante, mesmo nas magras, devido a flacidez da musculatura abdominal. 
  • Os poros tornam-se mais dilatados, tal como nos homens, devido a baixa dos estrógenos. A pele se torna mais seca e frágil, a mucosa vaginal se resseca chegando a impossibilitar o ato sexual.
  • Os cabelos perdem os brilho, a densidade, podendo ocorrer queda. Isso se deve alem dos fatores hormonais (hormônios sexuais, tireoidianos, DHEA, que se encontram em baixa) também a deficiência, seja pela ingestão ou pela menor absorção e aproveitamento de minerais, oligoelementos, vitaminas e aminoácidos necessários ao organismo. 
A medida que o homem envelhece:
  • os níveis de Testosterona (hormônio masculino) e o Sulfato de Dehidroepiandrosterona (S-DHEA) vão progressivamente diminuído. A Testosterona sofre uma queda em seus níveis sangüíneos a uma perda de cerca de 1% ao ano até chegar ao nível abaixo do limite inferior, ainda que dentro da faixa normal.
  • Por volta dos 35-40 anos o homem também passa a ter uma maior predisposição para engordar e esteticamente alguns homens passam também a apresentar perda de massa muscular, agora pela falta de atividade física e/ou exercícios e pela deficiência do hormônio masculino.
  • O desejo sexual já não é mais o mesmo de antes, a qualidade da ereção do pênis torna-se insatisfatória, sua vida sexual passa também a refletir na sua disposição mental e para o trabalho.
  • O déficit de Testosterona no cérebro leva-o a constantes episódios depressivos, sua vitalidade a cada dia se reduz.
  •  
Fontes: 
http://www.camep.com.br/envelhecimento
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u672033.shtml
http://veja.abril.com.br/150904/p_096.html

DOENÇA AUTOIMUNE

DOENÇA AUTOIMUNE

As doenças autoimunes são um grupo de doenças distintas que têm como origem o fato do sistema imunológico passar a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. Por motivos variados e nem sempre esclarecidos, o nosso corpo começa a confundir suas próprias proteínas com agentes invasores, passando a atacá-las.
Portanto, uma doença autoimune é uma doença causada pelo nosso sistema imunológico, que passa a funcionar de forma inapropriada.
Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre as doenças autoimunes:
  • O que é o sistema imunológico.
  • O que uma doença autoimune.
  • Quais são as doenças autoimunes mais comuns.
  • Sintomas de doença autoimune.
  • O que causa uma doença autoimune.
  • Tratamento das doenças autoimunes.

O que é o sistema imunológico

Para entender o que é uma reação autoimune é preciso antes conhecer um pouco do nosso sistema imunológico. Tentarei ser breve e sucinto nesta explicação, até porque este assunto é extremamente complexo e extenso, o que o torna de muito difícil entendimento para a população leiga.
Nosso organismo possui um complexo sistema de defesa contra invasões de agentes externos, sejam estes bactérias, vírus, fungos, parasitas, proteínas ou qualquer outro ser ou substância que não seja natural do corpo. Este sistema de defesa é chamado de sistema imunológico.
O processo evolutivo criou um mecanismo de defesa que é capaz de reconhecer praticamente qualquer tipo de invasão ou agressão ao nosso corpo. A complexidade do sistema está exatamente em conseguir distinguir entre:
1. o que é danoso ao organismo, como vírus e bactérias;
2. o que faz parte do nosso próprio corpo, como células, tecidos e órgãos;
3. o que não é naturalmente nosso, mas não causa danos, como, por exemplo, alimentos que entram no corpo pela boca.
Toda vez que o sistema imunológico se depara com alguma substância estranha, que ele interprete como potencialmente danosa, ele passa a produzir células de defesa e anticorpos para combatê-la. Toda substância estranha capaz de desencadear uma resposta imunológica é chamada de antígeno.
Durante a nossa formação enquanto feto, nosso organismo começa a criar o sistema imunológico. O primeiro trabalho é reconhecer tudo o que é próprio, para mais tarde poder reconhecer o que é estranho.
Anticorpo
O útero materno é um ambiente estéril, ou seja, livre de agentes infecciosos. Assim que nascemos somos imediatamente expostos a um “mundo hostil” com uma enormidade de antígenos. Desde o parto, o corpo começa a reconhecer, catalogar e atacar tudo que não é “original de fábrica”. Esse contato com antígenos nos primeiros anos de vida é importante para a formação de uma “biblioteca de anticorpos”.
O corpo consegue montar uma resposta imune muito mais rápida se já houver dados sobre o invasor. Se o antígeno for completamente novo, é necessário algum tempo até que o organismo descubra quais os anticorpos são mais indicados para combater aquele tipo de partícula. Essa é a lógica por trás das vacinas. Expomos o paciente a um antígeno, seja ele um vírus ou bactéria, mortos ou fracos, de forma a estimular o sistema imunológico a criar anticorpos contra esses germes. Quando a bactéria de verdade nos invadir, já temos pronto um arsenal imunológico para eliminá-la rapidamente, antes que a mesma consiga provocar qualquer doença.

O que é uma doença autoimune?

A doença autoimune ocorre quando o sistema de defesa perde a capacidade de reconhecer o que é “original de fábrica”, levando à produção de anticorpos contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo.
Exemplo 1: no diabetes tipo 1 ocorre uma produção inapropriada de anticorpos contra as células do pâncreas que produzem insulina, levando a sua destruição e ao aparecimento do diabetes.
Exemplo 2:  na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos contra componentes dos neurônios, causando destruição dos mesmos e graves problemas neurológicos.
Exemplo 3: na tireoidite de Hashimoto, o corpo passa a produzir anticorpos contra a nossa própria glândula tireoide, destruindo-a, levando o paciente a desenvolver hipotireoidismo.
Existem dezenas de doenças autoimunes, algumas delas já foram abordadas em artigos específicos aqui no MD.Saúde, como:
- Diabetes tipo 1 (leia: DIABETES MELLITUS | Diagnóstico e sintomas).
- Lúpus (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO | Sintomas, diagnóstico e tratamento).
- Artrite reumatoide (leia: ARTRITE REUMATOIDE).
- Doença de Crohn (leia: DOENÇA DE CROHN | RETOCOLITE ULCERATIVA | Sintomas e tratamento).
- Esclerose múltipla (leia: SINTOMAS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA).
- Vitiligo (leia: VITILIGO | Causas e tratamento).
- Tireoidite de Hashimoto (leia: HIPOTIREOIDISMO (TIREOIDITE DE HASHIMOTO)).
- Doença de Graves (leia: HIPERTIREOIDISMO E DOENÇA DE GRAVES).
- Psoríase (leia: PSORÍASE | Tipos e sintomas).
- Púrpura trombocitopênica idiopática (leia:  PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA (PTI)).
- Hepatite autoimune (leia:HEPATITE | Tipos, causas e sintomas).
- Síndrome de Guillain-Barré (leia: O QUE É A SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ? ).
- Granulomatose de Wegener (leia: GRANULOMATOSE DE WEGENER).
- Vasculites (leia: VASCULITE | Causas e sintomas).
A lista de doenças autoimunes é bem extensa, podemos citar também:
- Doença de Behçet.
- Esclerodermia
- Anemia hemolítica autoimune.
- Miastenia gravis.
- Cirrose biliar primária.
- Doença celíaca (leia: DOENÇA CELÍACA | Enteropatia por glúten).
- Espondilite anquilosante.
A gravidade de uma doença autoimune depende dos órgãos afetados. Por exemplo, a tireoidite de Hashimoto é uma doença praticamente restrita à glândula tireoide, que é um órgão importante, mas não é vital. Os pacientes com essa doença autoimune conseguem levar uma vida normal apenas tomando um comprimido por dia de hormônio tireoidiano. Outras doenças autoimune, porém, são mais graves, principalmente aquelas que atacam órgãos e estruturas nobres do corpo, como o sistema nervoso central, coração, pulmões e/ou os vasos sanguíneos.

Sintomas de doença autoimune

Apesar dos pacientes com doenças autoimunes poderem apresentar alguns sinais e sintomas inespecíficos, como cansaço, febre baixa, desânimo, emagrecimento e mal estar geral, a verdade é que o quadro clínico de cada doença autoimune é muito diferente. Doenças como, por exemplo, lúpus, diabetes tipo 1 e psoríase atacam órgãos diferentes, de formas distintas, e, por isso, apresentam sinais e sintomas próprios. Elas são doenças tão diferentes que são tratadas por especialistas distintos, como endocrinologista, reumatologista e dermatologista, respectivamente. A única semelhança entre elas é o fato de terem uma origem autoimune.
Não existe, portanto, um sintoma  que seja específico de doença autoimune. Cada doença autoimune tem seu próprio quadro clínico.
O diagnóstico das patologias autoimunes é habitualmente feito baseado no quadro clínico e na pesquisa de auto-anticorpos no sangue. O auto-anticorpo mais comum  é o FAN (ANA) (leia: EXAME FAN (FATOR ANTINUCLEAR)), que pode estar positivo em várias, mas não todas, as doenças autoimunes.

O que causa uma doença autoimune?

Não sabemos exatamente por que as doenças autoimunes surgem. A teoria mais aceita atualmente é de que o sistema imunológico, após ser exposto a um antígeno, escolhe como alvo para a produção de anticorpos uma proteína semelhante a outra já existente em nosso organismo. Por exemplo, sabemos que pacientes com a síndrome de Guillain-Barré frequentemente apresentam um quadro de diarreia infecciosa causada pela bactéria Campylobacter jejuni semanas antes da doença se manifestar. Imagina-se que o sistema imunológico possa criar anticorpos contra algumas das proteínas da bactérias que sejam parecidas com proteínas existente nos nossos neurônios. Esta semelhança pode confundir os anticorpos, fazendo com que os mesmos ataquem estruturas do sistema nervoso achando que estão atacando a bactéria Campylobacter jejuni.

Tratamento das doenças autoimunes

O tratamento da maioria das doenças autoimunes consiste na inibição do sistema imunológico através de drogas imunossupressoras, como corticoides (leia: INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICOIDES), ciclofosfamida, ciclosporina, micofenolato mofetil, rituximab, azatioprina, etc.
O problema do tratamento das doenças autoimunes com drogas imunossupressoras é o fato de não conseguimos realizar uma imunossupressão seletiva aos anticorpos indesejáveis. Ou seja, não conseguimos inibir o funcionamento apenas dos anticorpos danosos e acabamos por criar um estado de imunossupressão geral que predispõe esses pacientes a infecções por bactérias, vírus e fungos.
Geralmente cada doença autoimune tem seu esquema próprio de tratamento. Algumas delas, inclusive, como diabetes tipo 1 e tireoidite de Hashimoto, não são nem tratadas com drogas imunossupressoras. Não existe um tratamento único que sirva para qualquer doença autoimune.


Leia o texto original no site MD.Saúde: DOENÇA AUTOIMUNE - MD.Saúde http://www.mdsaude.com/2008/10/doena-auto-imune.html#ixzz2xWhOgvOG 
AVISO: Ao reproduzir este texto, favor não retirar os links do mesmo. 


URINA EM EXCESSO | O que pode significar?

URINA EM EXCESSO | O que pode significar?

Um dos possíveis sinais de doença é a presença de urina em excesso ou uma vontade constante de urinar. Você urina muito e com muita frequência? Saiba o que pode ser.
Antes de entrar em detalhes, é importante diferenciar alguns conceitos. Guarde esses nomes:
Poliúria: É o nome dado ao excesso de produção de urina. Normalmente quando o volume é maior que 2,5 a 3 litros por dia. A poliúria pode ser apropriada, quando o paciente ingere muito líquido e precisa eliminá-lo, ou inapropriada, quando não há grande ingestão de líquidos e esse excesso de urina leva a desidratação. O primeiro é uma resposta fisiológica enquanto que o segundo é um sinal de doença.
Polaciúria (polaquiúria): É o aumento da frequência do ato de urinar, mas com o volume total ao longo do dia dentro da faixa da normalidade. Trata-se daquela pessoa que vai ao banheiro várias vezes mas urina sempre pequenas quantidades.
Nictúria: É o excesso de urina que ocorre durante a noite e faz com que o doente acorde várias vezes para urinar.
O rim é o órgão responsável pelo controle da água corporal. O corpo está sempre em equilíbrio. Se bebermos líquido demais, o excesso sai na urina. Se estamos em um dia quente e perdemos muita água pelo suor, o rim diminui a produção de urina e mantém o corpo hidratado.
Quando começamos a urinar demais sem que estejamos consumindo muitos líquidos, é sinal que há algo de errado.
Poliúria
A principal causa de poliúria é o Diabetes Mellitus. No diabetes ocorre um aumento do nível de glicose (açúcar) no sangue. Como tudo que está no sangue é filtrado pelos rins, esse excesso de glicose é eliminado na urina. Toda vez que a taxa de glicose sanguínea ultrapassa 200 mg/dl, ocorre o que chamamos de glicosúria, ou seja, urinamos glicose.
Urina em excessoComo nós não podemos urinar açúcar, essa glicose toda tem que ser diluída para ser eliminada. Quanto maior a concentração de glicose que chega aos rins, mais água é necessário para sua diluição. O resultado final é que, para podermos eliminar esse excesso de glicose, acabamos por ter que eliminar muita água junto. Por isso, o diabético urina muito. E como ele urina muito inapropriadamente, desidrata e sente muita sede. Portanto, excesso de urina com excesso de sede é um sinal típico de diabetes mellitus.
Existem algumas doenças dos túbulos renais que podem causar perda de algumas substâncias sem que essa estejam em excesso no sangue, inclusive glicose. O mecanismo é o mesmo do descrito acima: uma substância em excesso precisa ser diluída para ser excretada na urina. São doenças mais raras. Glicosúria sem hiperglicemia (glicose sanguínea alta) também é sinal de doença.
Outra doença, também dos túbulos renais, é um segundo tipo de diabetes, que nada tem a ver com excesso de glicose. É o Diabetes Insipidus.
O nome diabetes tem origem grega e significa em uma tradução grosseira, perda de água. O termo mellitus tem a ver com mel, adocicado, enquanto que insipidus, significa falta de gosto. Portanto, Diabetes Mellitus e Diabetes Insipidus. O primeiro é muito mais comum.
O Diabetes Insipidus é causado por um problema no hormônio antidiurético (ADH), a substância que controla a quantidade de água que o rim vai eliminar ou reabsorver. Quando em excesso, urinamos pouco, quando em falta, urinamos muito. O Diabetes Insipidus ocorre quando produzimos pouco ADH ou quando o rim perde a capacidade de responder ao mesmo.
Só como curiosidade, o álcool inibe a produção do ADH, por isso urinamos muito após ingestão de bebidas alcoólicas. ( leia: RESSACA E POR QUE FICAMOS BÊBADOS ? para mais detalhes). Intoxicação alcoólica é uma causa transitória de diabetes insipidus.
Outra etiologia de excesso de urina é o uso de diuréticos (leia PARA QUE SERVEM OS DIURÉTICOS ?). Em geral, a causa é óbvia, porém, algumas fórmulas para emagrecer e remédios ditos naturais, apresentam substâncias diuréticas escondidas em suas fórmulas.
A cafeína é uma substância com efeito diurético que se consumida em excesso pode levar ao aumento do volume urinário diário.
A insuficiência renal em fase não dialítica pode levar a um aumento da produção de urina pela perda da capacidade do rim em concentrar a mesma. É uma perda inapropriada de água por falhas nos túbulos renais. Às vezes é o primeiro sinal perceptível de doença nos rins.
Polaciúria (polaquiúria)
A polaciúria é um sintoma clássico da cistite (leia:INFECÇÃO URINÁRIA ( CISTITE )). A bexiga quando inflamada não consegue reter grandes quantidades de líquido, por isso, pequenos volumes de urina já causam vontade de ir ao banheiro. Muitas vezes existe vontade de urinar e não há quase nenhuma urina para eliminar.
Outro caso de polaciúria são as doenças da próstata. A próstata aumentada atrapalha a saída da urina, dificultando o esvaziamento completo da bexiga. Como a bexiga está sempre com algum volume residual, ela se enche mais rapidamente e a vontade de urinar ocorre com mais frequência.
Gravidez também é uma causa de polaciúria e de poliúria (leia: SINTOMAS DE GRAVIDEZ | TESTE DE GRAVIDEZ).
Nictúria
As causas de nictúria são as mesma da polaciúria e da poliúria. Acordar a noite para urinar é extremamente comum em pessoas com problemas de próstata.
Beber refrigerantes (cafeína) ou muitos líquidos antes de dormir também pode causar nictúria.
Doentes com insuficiência cardíaca, cirrose ou qualquer outra doença que cause edema (inchaço) nas pernas, pode apresentar nictúria. Ao deitar, a tendência é que o edema seja reabsorvido para o sangue e esse excesso de água é então eliminado pelos rins.


Leia o texto original no site MD.Saúde: URINA EM EXCESSO | O que pode significar? - MD.Saúde http://www.mdsaude.com/2009/01/urina-em-excesso-o-que-pode-significar.html#ixzz2xWgUNMXf 
AVISO: Ao reproduzir este texto, favor não retirar os links do mesmo. 



URINA COM CHEIRO FORTE

URINA COM CHEIRO FORTE


Uma urina mal cheirosa pode ser um indício de desidratação ou infecção urinária. Neste texto vamos abordar as principais causas de uma urina com cheiro forte.

Causas de urina com cheiro forte

A urina apresenta um odor característico que é causado pela presença de uma substância chamada ureia. Quanto maior for a concentração de ureia, mais forte será o cheiro da urina. Na imensa maioria dos casos, uma urina mal cheirosa indica uma urina pouco diluída; em geral é uma urina com cor amarelo forte.
Portanto, o primeiro passo para que tem uma urina com cheiro forte é aumentar a ingestão de líquidos. Não existe um número mágico, temos que beber líquidos até a urina ficar quase transparente. Às vezes, são necessários até três litros de água por dia.
Além de melhorar o cheiro, uma urina diluída impede a formação de cálculos renais (leia: CÁLCULO RENAL | PEDRA NOS RINS | Sintomas da cólica renal).
Mau cheiro na urina causado por bactérias
Se a urina já está bem diluída e ainda cheira mal, deve-se pensar na presença de bactérias que metabolizam a ureia em amônia, substância que apresenta odor ainda mais forte.
cores da urina
É importante salientar que a presença de bactérias na urina não indica necessariamente que haja uma infecção urinária. Só é considerada infecção urinária se houver sintomas associados à presença de bactérias (leia: INFECÇÃO URINÁRIA | CISTITE | Sintomas e Tratamento).
Além da presença de bactérias na urina, algumas uretrites (infecções da uretra), como a gonorreia (leia: GONORREIA | Sintomas e tratamento), também podem ser a causa do mau cheiro. Um odor forte associado a um corrimento da uretra é muito indicativo de que a origem do cheiro seja uma infecção uretral. Nas mulheres, esse corrimento uretral, que é mais discreto que o corrimento vaginal, pode passar despercebido, sendo o mau cheiro na urina uma dica para o diagnóstico.
Aliás, no sexo feminino é preciso ter certeza de que o suposto mau cheiro da urina não é na verdade um mau cheiro da vagina, causado por corrimentos vaginais. Uma consulta ao ginecologista pode descartar infecções vaginais e uretrites (leia: CORRIMENTO VAGINAL | VAGINITE).
Outras causas de cheiro forte na urina
Existem medicamentos e alimentos que podem alterar o cheiro da urina. Aspargo e vitaminas são causas comum de urina com cheiro forte. Alguns antibióticos, principalmente da família da penicilina, também podem ser responsáveis. Às vezes não conseguimos detectar a causa do mau cheiro, mas mudanças na dieta podem melhorar o quadro.
O diabetes mellitus pode causar urina mal cheirosa, mas em geral apresenta outros sintomas associados, como perda de peso, fraqueza, sede, excesso de urina (poliúria), etc. Dificilmente, a urina com cheiro ruim é o único sintoma do paciente com diabetes (leia:DIABETES MELLITUS | Diagnóstico e sintomas).
Em pessoas mais velhas, câncer de bexiga e fístula (ligação) da bexiga para o intestino podem ser a causa do cheiro ruim. O câncer de bexiga costuma surgir em fumantes e cursa com hematúria (presença de sangue na urina) (leia: HEMATÚRIA | URINA COM SANGUE). A fístula da bexiga com o intestino causa um sintoma chamado pneumaturia, que é a saída de gases do intestino pela urina. São duas doenças que não devem ser pensadas em pessoas jovens, pois são muito raras nesta faixa etária.
Algumas doenças genéticas raras, como fenilcetonúria também dão cheiro forte, mas são doenças de recém-nascidos.

Tratamento para urina com cheiro forte

O melhor tratamento para uma urina mal cheirosa é uma maior ingestão de líquidos. Antes de qualquer investigação, devemos nos certificar que a urina está bem diluída.
Se a causa da urina com cheiro forte for uma infecção urinária, uma uretrite ou uma vaginite, o odor melhora com o uso de antibióticos para tratar essas infecções. Se forem detectadas bactérias na urina, mas não existirem sintomas de infecção urinária, o tratamento com antibióticos é polêmico. É preciso ter cuidado com o uso indiscriminado de antibióticos para evitar a ocorrências de bactérias resistentes. Se o odor for muito incômodo, um curso único de antibióticos pode até ser aceitável. Porém, se o cheiro forte retornar depois de um tempo, não é prudente ficar repetindo o uso de antibióticos devido ao risco de selecionar bactérias resistentes.
Uso de medicamentos, principalmente aqueles famosos suplementos de vitamina, cuja eficácia para saúde é duvidosa, podem ser a causa. O cheiro pode desaparecer após alguns dias sem estas substâncias.
Se o odor for algo que incomoda muito, sugiro uma consulta ao urologista ou ginecologista para elucidação do quadro.


Leia o texto original no site MD.Saúde: URINA COM CHEIRO FORTE - MD.Saúde http://www.mdsaude.com/2008/11/urina-com-cheiro-forte.html#ixzz2xWffTzmI 
AVISO: Ao reproduzir este texto, favor não retirar os links do mesmo. 


O QUE É DIABETES?

O QUE É DIABETES?

Diabetes mellitus é o nome dado a um grupo de distúrbios metabólicos que resultam em níveis elevados de glicose no sangue (conhecido popularmente com açúcar alto no sangue). Existem vários tipos de diabetes e várias causas para os mesmos.
O diabetes é uma das doenças mais comuns no mundo e sua incidência tem aumentado ao longo dos anos, devido principalmente à má alimentação e à obesidade.
Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre diabetes:
  • O que é glicose.
  • O que é glicemia.
  • Como se dá o controle da glicose no sangue.
  • O que é diabetes.
  • Tipos de diabetes.
  • O que é pré-diabetes.

O que é a glicose?

A glicose, também chamada de dextrose, é uma molécula simples de carboidrato (monossacarídeo), cuja principal função é fornecer energia para as células funcionarem. Praticamente todo alimento da classe dos carboidratos possui glicose na sua composição.
A maioria dos carboidratos da nossa dieta é composta por três monossacarídeos: glicose, frutose e galactose. Para ficar mais fácil de entender, pense nessas três moléculas como pequenos tijolos. O modo como esses tijolos se agrupam dá origem aos diferentes tipos de carboidratos que comemos, desde as frutas, até cereais, mel, massas, pão, vegetais, etc. Exemplos: o famoso açúcar de mesa, chamado de sacarose, é a junção de apenas dois monossacarídeos, a glicose e a frutose. Já o carboidrato presente no leite, chamado de lactose, é a junção de glicose com galactose.
O nosso corpo precisa de glicose para funcionar, ela é o nosso combustível. Na verdade, desde bactérias até o ser humano precisam da glicose para sobreviver. A glicose é a única molécula de carboidrato que pode nos fornecer energia. Tanto a frutose quanto a galactose precisam antes serem transformadas em glicose pelo fígado para poderem ser aproveitadas pelas células.
Controle da glicose no sangue – Papel da insulina
Após uma refeição, os carboidratos que foram ingeridos passarão pelo processo da digestão. Digerir um carboidrato significa quebrá-lo em vários micro pedaços até que se libertem todos os “tijolos” de glicose, frutose e galactose. No intestino delgado, estas moléculas serão absorvidas, chegando à circulação sanguínea.
Diabetes
Após uma refeição, uma grande quantidade de glicose, frutose e galactose chegam à corrente sanguínea, aumentando a glicemia  [glicemia = concentração de glicose no sangue]. Sempre que há uma elevação na glicemia, o pâncreas libera um hormônio chamado insulina, que faz com que a glicose circulante no sangue entre nas células do nosso corpo. A insulina também estimula o armazenamento de glicose no fígado, para que, em períodos de necessidade, o corpo tenha uma fonte de glicose que não dependa da alimentação. Estas duas ações da insulina promovem uma rápida queda na glicemia, fazendo com que os níveis de glicose se normalizem rapidamente.

O que é diabetes?

Diabetes mellitus é o nome dado ao grupo de doenças que cursam com uma dificuldade do organismo em controlar os níveis de glicose do sangue, mantendo-os sempre acima do normal. Dizemos que o diabetes é um grupo de doenças porque existe mais de um tipo de diabetes, apresentando causas diferentes e mecanismos distintos para a desregulação da glicemia.
Habitualmente o diabetes surge por falta de produção insulina ou por uma incapacidade das células reconhecerem a presença da mesma, ou seja, existe insulina, mas ela não consegue colocar a glicose para dentro das células. Há casos ainda em que o paciente apresenta os dois problemas, além de produz pouca insulina, ela ainda funciona mal.
O resultado final desta redução da produção de insulina, ou do seu mal funcionamento, é o acúmulo de glicose no sangue. O paciente se alimenta, recebe uma carga de glicose no sangue, mas as células não conseguem captá-lo, mantendo a glicemia elevada constantemente. Esta glicemia elevada, chamada de hiperglicemia, provoca dois grandes problemas. O primeiro, a curto prazo, é a falta de glicose nas células, que precisam da mesma para funcionar adequadamente. O segundo, que ocorre após anos de doença, é a lesão dos vasos sanguíneos. O excesso de glicose é tóxico para as células dos vasos, fazendo com que as artérias sofram progressivas lesões, levando às complicações típicas do diabetes, como problemas renais, cegueira, doenças cardiovasculares, lesões neurológicas, gangrena dos membros, etc.
Tipos de diabetes mellitus
Existem vários tipos de diabetes, mas três respondem pela imensa maioria dos casos, são eles:
  • Diabetes tipo 1
  • Diabetes tipo 2
  • Diabetes gestacional
Vamos explicá-los.

DIABETES TIPO 1

O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune, isto é, ocorre devido a produção equivocada de anticorpos contra as nossas próprias células, neste caso específico, contra as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina (leia: DOENÇA AUTOIMUNE).
Não sabemos exatamente o que desencadeia esta produção equivocada de auto anticorpos, mas sabe-se que há um fator genético importante. Todavia, só a genética não explica tudo, já que existem irmãos gêmeos idênticos em que apenas um deles apresenta diabetes tipo 1. Imagina-se que algum fator ambiental seja necessário para o início da doença. Entre os possíveis culpados podem estar infecções virais, contato com substâncias tóxicas, carência de vitamina D (leia: VITAMINA D | Deficiência e suplementos) e até exposição ao leite de vaca ou glúten nos primeiros meses de vida. O fato é que em alguns indivíduos, o sistema imunológico de uma hora para outra começa a atacar o pâncreas, destruindo-o progressivamente.
Conforme as células beta do pâncreas vão sendo destruídas, a capacidade de produção de insulina vai se reduzindo progressivamente. Quando mais de 80% destas células encontram-se destruídas, a quantidade de insulina presente já não é mais capaz de controlar a glicemia, surgindo, assim, o diabetes mellitus tipo 1.
O diabetes tipo 1 é responsável por apenas 10% dos caso de diabetes e ocorre geralmente na juventude, entre os 4 e 15 anos, mas pode acometer até pessoas de 30 a 40 anos.
Como o diabetes tipo 1 é uma doença que habitualmente surge nos primeiros anos de vida, costuma provocar complicações ainda na juventude. Um paciente com apenas 25 anos pode ter diabetes há mais de 20 anos, sofrendo, assim, as consequências da doença ainda jovem, principalmente se o controle do diabetes não tiver sido bem feito nestes anos todos.
Como o diabetes tipo 1 é provocado pela falta de insulina, o seu tratamento consiste basicamente na administração regular de insulina para controlar a glicemia.

DIABETES TIPO 2

O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença que também apresenta algum grau de diminuição na produção de insulina, mas o principal problema é uma resistência do organismo à insulina produzida, fazendo com que as células não consigam captar a glicose circulante no sangue.
O diabetes tipo 2 ocorre em adultos, geralmente obesos, sedentários e com histórico familiar de diabetes. O excesso de peso é o principal fator de risco para o diabetes tipo 2. A associação entre obesidade e diabetes tipo 2 é tão forte, que muitos pacientes podem até deixar de serem diabéticos se conseguirem emagrecer. O modo como o corpo armazena gordura também é relevante. Pessoas com acúmulo de gordura predominantemente na região abdominal apresentam maior risco de desenvolver diabetes.
O diabetes tipo 2 vem muitas vezes acompanhado por outras condições, incluindo hipertensão arterial e colesterol alto. Esta constelação de condições clínicas (hiperglicemia, obesidade, hipertensão e colesterol alto) é referida como síndrome metabólica, sendo um grande fator de risco para doenças cardiovasculares.
Além da obesidade e do sedentarismo, há outros fatores de risco para o diabetes tipo 2:
  • Idade acima de 45 anos.
  • História familiar de diabetes.
  • Hipertensão arterial.
  • História prévia de diabetes gestacional.
  • Glicemia de jejum maior que 100 mg/dl (pré-diabetes).
  • Ovário policístico.
  • Colesterol elevado.
  • Uso prolongado de medicamentos, como corticoides (leia: INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICOIDES ), tacrolimo, ciclosporina ou ácido nicotínico.
  • Tabagismo (leia: COMO PARAR DE FUMAR CIGARRO).
  • Dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos e pobre em vegetais e frutas.
Inicialmente, o diabetes tipo 2 pode ser tratado com medicações por via oral. Geralmente são drogas que estimulam a produção de insulina pelo pâncreas ou aumentam a sensibilidade das células à insulina presente.
Com o tempo, a própria hiperglicemia causa lesão das células beta do pâncreas, fazendo com que haja uma redução progressiva da produção de insulina. Por este motivo, é comum que pacientes com diabetes tipo 2, depois de muito anos de doença, passem a precisar de insulina para controlar sua glicemia.

DIABETES GESTACIONAL

O diabetes gestacional é um tipo de diabetes que surge durante a gravidez e habitualmente desaparece após o parto. Este tipo de diabetes ocorre por uma resistência à ação da insulina.
Durante a gravidez a placenta produz uma série de hormônios, sendo que alguns deles inibem a ação da insulina circulante, fazendo com que a glicemia da mãe se eleve. Imagina-se que parte deste efeito seja para assegurar uma boa quantidade de glicose para o feto em desenvolvimento. É bom lembar que a mulher grávida precisa de glicose para ela e para o feto. Se não existisse essa ação anti-insulina, haveria mais riscos de hipoglicemia durante períodos de jejum, como, por exemplo, durante o sono noturno.
Na maioria das mulheres esta resistência à insulina não causa maiores problemas, já que o pâncreas é capaz de controlar a glicemia aumentando a sua produção de insulina. As mulheres grávidas produzem em média 50% mais insulina que as mulheres não grávidas.
O problema surge nas gestantes que já apresentam algum grau prévio de resistência insulínica ou cujo pâncreas não consegue aumentar sua produção de insulina além do basal. Os principais fatores de risco para o diabetes gestacional são o excesso de peso, gravidez tardia e o pré-diabetes (explico mais à frente, no tópico pré-diabetes).
O diabetes gestacional costuma surgir somente após a 20ª semana de gestação, época em que os hormônios anti-insulina começam a ser produzidos em grande quantidade.
O diabetes gestacional está associado a diversos problemas para o feto, incluindo parto prematuro, problemas respiratório, hipoglicemia após o parto, bebês de tamanho acima do normal e maior risco de diabetes tipo 2 para a mãe e para o filho.
Para saber mais sobre o diabetes gestacional, leia: DIABETES GESTACIONAL

PRÉ-DIABETES

O pré-diabetes é a situação na qual o organismo não consegue manter a glicemia em níveis normais, mas ela ainda não encontra-se elevada o suficiente para o diagnóstico do diabetes.
Em pessoas com funcionamento normal da insulina, a glicemia de jejum (pelo menos 8 horas de jejum) encontra-se sempre abaixo dos 100 mg/dl. Para o diagnóstico de diabetes é preciso uma glicemia de jejum persistentemente acima de 126 mg/dl. Portanto, todos aqueles com glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl são considerados pré-diabético
Habitualmente, o que ocorre nos pacientes com glicemia de jejum alterada é uma falta de resposta do organismo à insulina produzida. O pâncreas pode funcionar bem, mas as células não respondem como deveriam à insulina presente no sangue, fazendo com que a passagem da glicose para os tecidos fique prejudicada. A principal causa desta resistência à insulina é o excesso de peso e o acúmulo de gordura na região abdominal. As células de gordura têm mais dificuldades em utilizar a insulina do que as células dos músculos. Além disso, o excesso de gordura produz vários mediadores químicos que diminuem o efeito da insulina no corpo. Como podemos ver, os fatores de risco e os mecanismos do pré-diabetes são semelhantes aos do diabetes tipo 2.
Pacientes com pré-diabetes apresentam elevado risco de evoluírem para o diabetes tipo 2 em curto/médio prazo. Na verdade, a cada 100 pacientes diagnosticados com pré-diabetes, 11 desenvolvem diabetes no prazo de apenas um ano. Em 10 anos, mais de 50% dos pacientes terão evoluído para diabetes.


Leia o texto original no site MD.Saúde: O QUE É DIABETES? - MD.Saúde http://www.mdsaude.com/2008/10/diabetes.html#ixzz2xWerrbGA 
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