sexta-feira, 25 de março de 2022

Epilepsia

 

Olhar dos profissionais de enfermagem perante os pacientes de epilepsia.


26 de março, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, mais conhecido como Purple Day (Dia do Roxo), que conscientiza a população ao redor do mundo a respeito da síndrome. O chamado Purple Day foi criado em 2008 por Cassidy Megan, uma criança na época com 9 anos, que vivia em Nova Escócia, no Canadá, com a ajuda da Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS). A menina escolheu a cor roxa para representar a epilepsia por causa da lavanda. Essa flor é geralmente associada à solidão, que representa os sentimentos de isolamento que muitas pessoas com epilepsia sentem....


O que é a epilepsia?


A epilepsia é uma síndrome que tem como características um conjunto de sinais originados de um grupo de neurônios disfuncionais que emitem descargas elétricas atípicas ou irregulares, podendo ser focais (conhecidas como parciais) ou generalizadas (quando atingem todo o cérebro).

As crises de epilepsia podem ser dividas em parciais ou generalizadas, sendo que as parciais atingem apenas uma parte do cérebro e as generalizadas afetam todo o cérebro.

As causas mais comuns da epilepsia não têm uma causa identificada, em torno de 55 a 65%. As demais têm origem em alguma doença cerebrovascular (10 a 20 %), tumores (4 a 7%), trauma (2 a 6%) e infecção (0 a 3%).

O diagnóstico é realizado pela análise dos sintomas e do exame físico. Também podem ser solicitadas análises complementares como o eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem. Uma vez identificada a disfunção, o tratamento já deve ser iniciado.

Tratamento


O tratamento da epilepsia é realizado através de medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Em alguns casos, acontecem crises incontroláveis, onde os pacientes são candidatos à intervenção cirúrgica.

O paciente pode apresentar lesões, dificuldade respiratória e capacidade mental diminuída. As lesões comuns incluem arranhões e contusões sofridas quando ele bate em objetos durante a crise e a lesão traumática à língua provocada por mordidas.

Se houver a suspeita de uma lesão grave, como uma fratura ou laceração, o profissional de enfermagem deve avaliar adequadamente e encaminhar para o serviço específico. Alterações na função respiratória podem incluir a aspiração, a obstrução das vias aéreas e hipoxemia....


Epilepsia: saiba o que evitar no tratamento da doença...


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Epilepsia é uma doença que acomete cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo. Há vários tratamentos eficazes que agem no controle dos sintomas, porém alguns outros procedimentos não devem aplicados. A campanha Choosing Wisely (Escolhendo com Sabedoria), da American Epilepsy Society, orienta cinco estratégias que devem ser evitadas ou questionadas no tratamento de pessoas que sofrem com o transtorno....


Confira os direcionamentos:


1. Evite monitoramento constante dos níveis de AED


A testagem dos níveis de droga antiepiléptica (AED) não deve ser aplicada periodicamente nos casos em que as convulsões estão sob controle e não há sinais de efeitos colaterais ou complicações. O monitoramento dos níveis de AED deve ser efetuado em casos específicos, como ajustes na dosagem de medicamento em crianças conforme o peso, suspeita de intoxicação e em mulheres grávidas.

2. Não trate mães potencialmente grávidas com Valproato se outros procedimentos se mostrarem eficazes


Como o Valproalto é associado a diversos casos de má-formação congênita ou aborto espontâneo, seu uso é desaconselhado se a paciente apresentar algum indício de gravidez. Se a aplicação do fármaco for realmente necessária, priorize as menores doses possíveis. Mulheres grávidas devem ser orientadas sobre os riscos do medicamento.

3. Eletroencefalograma (EEG) não deve ser usado periodicamente como parte do tratamento para síncope


O Eletroencefalograma pode dar negativo para muitos pacientes com epilepsia e também dar falso positivo em pessoas que não possuem o distúrbio, o que pode levar à prescrição errada do AED e atrasar o diagnóstico e o consequente tratamento da síncope. A recomendação é realizar testes para confirmar se o paciente tem de fato epilepsia.

4. Evite prescrição de fármaco antiepiléptico em pacientes em crises de abstinência aguda


Pessoas com crises de abstinência a álcool ou outras drogas não devem ser medicadas com remédios antiepilépticos. Ainda assim é importante identificar situações em que pode haver risco de ataque epiléptico, como disgnóstico anterior de epilepsia e convulsões em pacientes usuários de álcool mas que não estão sofrendo com crises de abstinência.

5. Não realize exames de imagem do cérebro após paciente com epilepsia sofrer crise compulsiva aguda


Exames desnecessários de imagem aumentam a exposição do cérebro à radiação, mesmo assim são realizados quando pacientes no início do tratamento sofrem convulsões. O exame deve ser cogitado em certas ocasiões como quando há convulsão proveniente de trauma ou quando os testes realizados na fase pós-ictal são inconclusivos.


Cuidados de Enfermagem


Os cuidados dos profissionais de enfermagem perante os pacientes portadores de epilepsia devem englobar tanto conhecimentos científicos relacionado à patologia, como o olhar do indivíduo como um todo, demonstrando o manejo adequado para o paciente, principalmente em casos de crises epilépticas, como ajudar a proteger o paciente contra lesões, aspiração e obstrução das vias aéreas durante a ocorrência de crises.

Para alterar o quadro atual, discriminatório e estigmatizado da epilepsia, é importante a educação da população, e em particular, dos profissionais da área da saúde devido ao efeito multiplicador de conhecimentos e atitudes gerados pelas suas ações.

O olhar da enfermagem, a informação, a orientação, a identificação dos tipos de aura e as precauções que devem ser tomadas frente às crises convulsivas representam fatores indispensáveis os quais o paciente epilético tem o direito de receber e a equipe de saúde a obrigação de oferecer enquanto cuidadores.

Em todas as situações, o enfermeiro deve atuar esclarecendo as dúvidas, mostrando-se compreensivo nas fases de descoberta da doença até a sua aceitação e adequação da melhor forma de tratamento. O uso correto das medicações anticonvulsivantes implica num fator indispensável para o sucesso do tratamento, uma vez que poderá melhorar a sua qualidade de vida.

Os pacientes com epilepsia devem ser estimulados a praticar o seu autocuidado, dentro das suas particularidades, assim como praticar exercícios físicos que não envolvam riscos desnecessários e cultivar hábitos de vida saudáveis.…



O que você não pode esquecer de informar seu paciente com epilepsia?…


Dando sequência à nossa série especial em epilepsia, apresentaremos informações importantes que devem ser transmitidas aos pacientes e familiares durante a avaliação médica.

Falaremos sobre epilepsia relacionada à direção, atividade física e atividades laborais. Outros temas frequentes podem ser vistos nos sites da Associação Brasileira de Epilepsia e Liga Brasileira de Epilepsia (como o que fazer diante de uma crise epileptica, para o leigo – ver referência no final).

Se você ainda não viu, não deixe de ler os demais artigos da série!  Sem mais delongas, vamos lá!...


Epilepsia e legislação de trânsito


Apesar de diversas condições médicas terem o potencial de levar a acidentes de trânsito em caso de descompensação (por ex. Hipoglicemia em pacientes com DM), a epilepsia é aquela em que há a legislação mais específica. Tal fato torna tanto paciente quanto medico assistente corresponsáveis em caso de acidentes. Deste modo, é imprescindível tanto informar o paciente dos riscos inerentes à sua condição quanto registrar em prontuário.

Antes de tudo, o paciente, para ser considerado apto, SEMPRE deve ter o parecer favorável do médico assistente, habilitação APENAS para categoria “B”, NUNCA ser motorista profissional.

Mas o que mais diz a lei?

As pessoas com epilepsia em uso de medicamento (grupo I), para serem consideradas aptas a dirigir deverão ainda: estar há um ano sem crises epilépticas, de qualquer tipo e ser plenamente aderente ao tratamento.

As pessoas com epilepsia em retirada de medicação por sua vez (grupo II) deverão: não ter EMJ; estar, no mínimo há dois anos sem crises epilépticas de qualquer tipo; retirada de medicação mínima de seis meses; e estar, no mínimo, há seis meses sem crises epilépticas de qualquer tipo após a retirada da medicação....


Quando o parecer do médico assistente for desfavorável, o resultado do exame deverá ser “inapto temporariamente” ou “inapto”, dependendo do caso. Quando considerados aptos no exame pericial, os seguintes critérios deverão ser observados:

1) Diminuição do prazo de validade do exame, a critério médico, na primeira habilitação;
2) Repetição dos procedimentos nos exames de renovação da CNH;
3) Diminuição do prazo de validade do exame, a critério médico, na primeira renovação e prazo normal nas seguintes para os candidatos que se enquadrem no grupo I;
4) Prazo de validade normal a partir da primeira renovação para os candidatos que se enquadrem no grupo II.

Epilepsia e atividade física


A prática de atividade física é sempre vista como positiva para a maioria da população, porém frequente motivo de dúvidas para quem tem epilepsia. Apesar de ter o potencial de melhorar a qualidade de vida de tais pacientes, alguns cuidados devem ser observados em relação ao risco de se praticar determinados exercícios.

Podemos, então, classificá-los em 3 grupos:

Grupo 1 Baixo risco
Grupo 2 Médio risco para os pacientes com epilepsia, nenhum risco para espectadores
Grupo 3 Alto risco para os pacientes com epilepsia e/ou para espectadores e devem ser evitados


Grupo 1 Atletismo (exceto salto com vara); dança; esportes coletivos de contato; esportes coletivos de quadra ou campo; boliche; tênis.
Grupo 2 Ciclismo; Skate; esportes coletivos de contato com risco potencial (boxe, karatê); levantamento de peso; natação; ginástica; hipismo; tiro ao alvo; tiro com arco; canoagem; salto com vara.
Grupo 3 Surf; Windsurf; aviação; mergulho; escalada; paraquedismo; velejamento sem acompanhante.


Epilepsia e atividades laborais


Os pacientes com epilepsia compensada podem e devem realizar as atividades normalmente, com o benefício adicional da manutenção da autoestima de tais indivíduos. Porém, quando descompensada, deve-se optar pelo afastamento das atividades associadas a maior risco de lesões para o paciente ou terceiros.

As atividades de alto risco são: as que envolvam trabalho em altura, motorista, babá, piloto, cirurgião, operador de máquinas industriais, trabalho junto ao fogo (cozinheiro, padeiro, bombeiro, soldador), guarda-vidas, mergulhador e quaisquer outros que em meio a uma possível crise, coloquem em risco a sua vida e de terceiros envolvidos.

Além disso, infelizmente, mesmo que não realize uma atividade de alto risco, os pacientes tem que lidar com questões extras que devem ser levadas em consideração como: efeitos colaterais das medicações (cognição, sonolência, tontura, náuseas, etc), medo de apresentar a crise epiléptica em ambiente público e demissões frequentes sem justa causa logo após apresentar as primeiras crises no ambiente de trabalho.

É fundamental, em todos os três casos citados, analisar as características da crise, o risco de recorrência, o diagnóstico de síndrome específica e a aderência e grau de compreensão do paciente, buscando sempre o equilíbrio entre autonomia e autoestima do paciente x segurança deste e para aqueles que o cercam....



Referências:

http://www.choosingwisely.org/societies/american-epilepsy-society/…


Capovilla, G., Kaufman, K. R., Perucca, E., Moshé, S. L. and Arida, R. M. (2016), Epilepsy, seizures, physical exercise, and sports: A report from the ILAE Task Force on Sports and Epilepsy. Epilepsia, 57: 6–12. doi: 10.1111/epi.13261.
Dúvidas Frequentes. Associação Brasileira de Epilepsia. Disponível em: https://www.epilepsiabrasil.org.br/duvidas-frequentes. Acessado em 17/03/2019.
Legislação do Detran. Liga Brasileira de Epilepsia. Disponível em: http://epilepsia.org.br/duvidas-frequentes/legislacao-do-detran/. Acessado em 11/03/2019.…


https://www.epilepsiabrasil.org.br/noticias/purpla-day-dia-mundial-de-conscientizacao-da-epilepsia
http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/50819-dia-mundial-de-conscientizacao-da-epilepsia
https://biblioteca.unilasalle.edu.br/docs_online/tcc/graduacao/enfermagem/2007/dmcruz.pdf...


Fonte: https://pebmed.com.br/epilepsia-saiba-o-que-evitar-no-tratamento-da-doenca/


https://pebmed.com.br/o-que-voce-nao-pode-esquecer-de-informar-seu-paciente-com-epilepsia-purple-day/


https://pebmed.com.br/olhar-dos-profissionais-de-enfermagem-perante-os-pacientes-de-epilepsia-purple-day/


Foto: https://epilepsiabrasil.org.br/noticias/voce-sabe-como-ajudar-durante-uma-crise-convulsiva







sexta-feira, 18 de março de 2022

Causa das Dores Musculares

 

Causa das Dores Musculares


Por Beatriz Sanches


Dores musculares, ou mialgia, são motivo de reclamação frequente e mais comuns do que se imagina. De acordo com o Ibope, cerca de 63% dos brasileiros sofrem com elas e por pelo menos uma vez a cada três meses.

Já no mundo, uma pesquisa da Global Pain Index, mostrou que elas são mais frequentes na região das costas (92%), seguido de lombar (87%), pescoço (86%) e ombros (83%)

Seja durante a prática de exercícios físicos, esportes ou realizando tarefas que exigem movimentos repetitivos, as dores musculares podem se manifestar de diversas maneiras.

Listamos as 20 principais causas de dores musculares. Confira:


1- Lesões por uso excessivo dos músculos

As fibras musculares podem ser predispostas e propensas a lesões quando a mesma atividade é realizada repetidamente, sem nenhuma variação, como acontece em esportes como futebol, boxe, luta livre, futebol e atletismo.

Músculos não são de ferro! Eles não aguentam tanta pressão por muito tempo. É por isso que deve-se saber a hora de dar uma pausa e descansar, seja no exercício físico ou no trabalho desgastante.


2- Tensão

A tensão muscular é uma condição em que os músculos permanecem semi - contraídos por um longo período de tempo.

Geralmente são causados por ansiedade e estresse, podendo aparecer por alguns breves momentos e desaparecer, durar minutos ou horas antes de relaxar, ou também ficar rígidos, tensos ou dolorosos persistentemente.


3- Acidentes

Bater o carro, cair da bicicleta ou derrubar algo pesado em alguma parte do corpo, por exemplo, são acidentes que podem causar lesões nos músculos, ligamentos, nervos ou até mesmo lesões nas vértebras, o que pode gerar muita dor muscular


4- Má postura

A má postura pode causar dor e tensão muscular, pois posições corporais não naturais pressionam os músculos e os tecidos moles.


5- Entorses e distensões

Apesar de ambas causarem dor e compartilharem sintomas semelhantes, essas lesões envolvem diferentes partes do corpo.

Uma entorse é um rompimento ou alongamento de ligamentos - partes fibrosas que unem os ossos. Os tornozelos são os que mais sofrem entorses.

Já uma distensão é um rompimento ou alongamento de um músculo ou tendão - cordão fibroso que conecta os músculos aos ossos. As distensões são mais comuns nos músculos da parte posterior da coxa e na região lombar.

A dor muscular por uma tensão ou entorse pode ser resultado de uma queda ou um exagero na corrida matinal, por exemplo.


6- Efeitos colaterais de remédios

Certos medicamentos, como os para colesterol (estatinas), e medicamentos quimioterápicos, podem causar mialgias e dores nas articulações, que geralmente desaparecem quando o medicamento é removido.


7- Câimbra

câimbra de um músculo que surge repentinamente e pode dura de alguns segundos a vários minutos.

Ocorre frequentemente nas pernas e por ser geralmente inofensiva, não exige cuidados médicos.


8- Doenças virais

Infecções respiratórias e virais, como resfriados, gripe ou dengue, causam dores musculares. Essas dores são um dos muitos sintomas dessas infecções, que também podem incluir febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, nariz entupido ou fadiga geral.


9- Hipotireoidismo

Quando a glândula tireoide está hipoativa, ela não produz hormônios importantes em quantidades suficientes. Isso perturba o equilíbrio normal das reações químicas no corpo.

Os sintomas mais comuns incluem fadiga, ganho de peso, dores musculares, dores nas articulações, depressão, problemas de fertilidade, entre outros.


10- Fibromialgia

fibromialgia causa uma dor musculoesquelética generalizada. É uma condição neurológica comum (sistema nervoso), que afeta a forma como o cérebro processa os sinais de dor e amplifica as sensações dolorosas.

As áreas doloridas podem pular de uma área do corpo para outra. As mulheres são mais afetadas que os homens, assim como as pessoas com doenças reumáticas. 


11- Lúpus

Essa é uma doença autoimune, que ocorre quando o sistema imunológico ataca os tecidos e órgãos do corpo (como pele, rins, coração, cérebro, pulmões e etc).

Sensibilidade e dor muscular acometem com frequência as pessoas com lúpus. A natureza inflamatória da doença causa essas dores. Alguns medicamentos anti-inflamatórios podem ajudar a controlar diversos efeitos prejudiciais da condição.


12- Síndrome Compartimental Crônica

Os compartimentos são grupos de tecidos musculares, vasos sanguíneos e nervos nos braços e pernas, cercados por uma membrana chamada de fáscia dura.

A Síndrome do Compartimental Crônica ocorre quando há sangramento ou inchaço dentro de um compartimento, o que pode impedir o fluxo sanguíneo.

Geralmente acontece com mais frequência em atletas e exercícios de impacto repetitivo, como corrida ou ciclismo, que causam dores musculares ou câimbras. 


13- Claudicação

A claudicação é uma dor muscular causada pelo baixo fluxo sanguíneo nos músculos durante exercícios.

Tecnicamente, a claudicação não é uma doença, e sim um sintoma da doença arterial periférica (na qual os vasos que fornecem fluxo sanguíneo para as pernas são estreitados).

O músculo não sente o sangue irrigando e por isso gera a dor, queimação e desconforto.

A condição pode afetar com mais frequência as pernas, quadril, nádegas e a panturrilha.


14- Distonia

É uma doença do sistema nervoso em que os músculos de algumas partes do corpo se contraem involuntariamente (espasmos).

Quando se tem essa condição por períodos prolongados, as contrações dos músculos podem causar muita dor, além de movimentos e posturas anormais.


15- Síndrome da Fadiga Crônica

Essa síndrome é um distúrbio de fadiga extrema, que não melhora com repouso e piora com atividade física ou mental.

Ela é desencadeada por uma combinação de diversos fatores e pode gerar problemas de sono, demora no tempo de recuperação das atividades físicas leves, perda de memória, dores de cabeça, dor nos músculos e articulações.


16- Síndrome de Dor Miofascial

Essa síndrome é uma condição crônica, caracterizada por inflamação e dor na fáscia do corpo (o tecido que cobre os músculos). Geralmente é causada por movimentos excessivamente repetidos ou por tensão relacionada ao estresse.

Ela causa uma dor profunda e dolorosa nos músculos, que persiste ou piora.


17- Polimialgia Reumática

Esse é um distúrbio que causa dor e rigidez muscular, principalmente no pescoço, ombros e quadris. Ela geralmente afeta pessoas acima dos 50 anos.

Muitas pessoas que têm polimialgia reumática também podem possuir arterite de células gigantes, que causa inflamação das artérias do couro cabeludo.


18- Polimiosite

Essa é uma doença inflamatória incomum, que causa fraqueza muscular em ambos os lados do corpo.

A fraqueza muscular associada à polimiosite envolve músculos mais próximos do tronco, como as coxas, ombros e quadris.

Quem possui essa condição tem dificuldade em realizar atividades simples, como levantar objetos, subir escadas, se levantar da cama, etc…


19- Dermatomiosite

Essa é uma doença inflamatória rara, caracterizada por alterações na pele, fraqueza muscular e músculos inflamados.

Ela afeta pequenos vasos sanguíneos e leva à destruição das fibras musculares.

A fraqueza piora gradualmente e envolve os músculos mais próximos do tronco, como os das coxas, braços e quadris.


20- Artrite reumatóide

Esse distúrbio autoimune ocorre quando o sistema imunológico ataca os tecidos do corpo.

A artrite reumatóide afeta o revestimento das articulações e pode danificar vários órgãos e sistemas, como coração, pulmões, pele, vasos sanguíneos, tecido nervoso, etc.

Os principais sintomas são fadiga, inchaço, rigidez e dores musculares.


Fonte e Foto: https://www.sportllux.com.br/blog/causas-da-dor-muscular?gclid=Cj0KCQjw29CRBhCUARIsAOboZbJURWt77lUha4dNAdBJiynCRlD-6zN4Qgclmq1zGIgxVaQUC5LsIPUaAkFjEALw_wcB





domingo, 13 de março de 2022

DNR - A ORDEM DE NÃO REANIMAR

 

A ORDEM DE NÃO REANIMAR NO BRASIL


Autores

  • Elcio Luiz Silvério

  • Gabriel André Silvério

  • João Augusto Kaiper

  • Luan Wastner PereiraUNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

  • Luiz Fernando KistUNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina



Resumo



A ordem de não reanimar, segundo Bandeira et al. (2014), é uma conduta que visa a não utilização do suporte avançado de vida para manter os sinais vitais em casos de pacientes que se encontram em estágio terminal e sofrem parada cardiorrespiratória, ou nos casos que os esforços para prolongar a vida não se justificam. Os objetivos com o presente estudo são discutir as situações em que a ordem de não reanimar é um ato legal e justificado dentro das normas do Conselho Federal de Medicina, nas resoluções CFM n. 1.805/2006 e n. 1.995/2012. Juntamente, busca elucidar os princípios e dilemas éticos e morais, tanto dos próprios profissionais da área da saúde quanto daqueles pacientes que se encontram diante de um divisor de águas: entre a vida e a morte.


A metodologia utilizada no estudo apoderou-se de artigos científicos buscados na Internet, resoluções do Conselho Federal de Medicina e Código de ética médica. De acordo com Torres e Batista (2008), os resultados do estudo mostraram que os médicos não são obrigados a reanimar o paciente em casos de morte nítida (rigidez cadavérica, decapitação e decomposição), além de casos em que o paciente ou responsável legal autorize a não reanimação ou havendo uma ordem judicial que impeça tal ato. A Resolução CFM n. 1995/2012, aborda a necessidade da existência de uma regulamentação de diretivas antecipadas de vontade do paciente no contexto da ética medica brasileira.


Também, considera a relevância da conduta médica diante de situações críticas vivenciadas por pacientes terminais. Já a Resolução CFM n. 1805/2006, dá ao médico o poder de decidir se os procedimentos de reanimação são ainda necessários ou não quando o doente se encontra em estado grave, em seu artigo 1º que diz: “É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.” Conforme França, Rego e Nunes (2010), os princípios éticos envolvidos abrangem a forma de morte, que deve ser digna e respeitando os valores do paciente, além de considerar o consentimento e a autonomia do doente ou do representante legal. Em conclusão, o médico, o paciente e os representantes legais têm papel essencial na decisão de não reanimar, reforçando os princípios éticos e morais que visam proporcionar uma morte digna ao ser humano que está em situação crítica.


No Brasil, há leis que regulamentam a conduta de não reanimação estabelecendo diretrizes de quando deve ser praticada e os procedimentos que devem ser utilizados.



Biografia do Autor

Luan Wastner Pereira, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

Área de Ciencias da Vida. Academico da quarta fase do curso de medicina.

Luiz Fernando Kist, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

Area das ciencias da vida. Academicos da quarta fase do curso de medicina.



Referências

REFERÊNCIAS

BANDEIRA, Amanda Gabriela Giusti et al. Ordem de não reanimar em países latino-americanos. Anais de Medicina, Joaçaba, v.1, n. 1, p.42-44. 2014. Disponível em: <http://editora.unoesc.edu.br/index.php/anaisdemedicina/article/view/4683/2308>. Acesso em: 13 ago. 2015.

BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n. 1.995 de 31 de agosto de 2012, Seção I, p.269-70. Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 ago. 2012. Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2012/1995_2012.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2015.

BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n. 1805 de 28 de novembro de 2006, Seção I, pg. 169. Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 nov. 2006. Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2006/1805_2006.htm>. Acesso em: 13 ago. 2015.

FRANÇA, Daniela; REGO, Guilhermina; NUNES, Rui. Ordem de não reanimar o doente terminal: dilemas éticos dos enfermeiros. Revista Bioética, Brasília, v. 18, n.2, p. 469-481. 2010. Disponível em: <http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/viewFile/577/551>. Acesso em: 13 ago. 2015.

TORRES, Rafael Villela Silva Derré; BATISTA, Kátia Tôrres. A ordem de não ressuscitar no Brasil, considerações éticas. Brasília. 2008. Disponível em: <http://www.escs.edu.br/pesquisa/revista/2008Vol19_4art01aordemnao.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2015.



Fonte: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/9436#:~:text=A%20ordem%20de%20n%C3%A3o%20reanimar,a%20vida%20n%C3%A3o%20se%20justificam.


Foto: https://www.istockphoto.com/br/fotos/ordem-de-n%C3%A3o-reanimar




quarta-feira, 9 de março de 2022

Herniação e Hipertensão Intracraniana

 

Herniação e Hipertensão Intracraniana

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.



Quadro Clínico

Paciente feminina, 39 anos, portadora de neoplasia cerebral primária operada há seis meses, e em seguimento ambulatorial, é internada por quadro de convulsões de difícil controle. Ainda no pronto-socorro, é verificada anisocoria, e intenso rebaixamento do nível de consciência que leva a paciente a ser intubada. A seguir ela é levada para uma tomografia computadorizada de crânio, que podemos ver nas imagens 1 e 2.



Diagnóstico e Discussão


Podemos ver sinais de craniectomia prévia, e uma grande massa tomando o hemisfério direito cerebral, com muito edema gerando hipoatenuação da substância branca. De mais crítico, observamos nítido desvio da linha média, apagamento do 3o e 4o ventrículos, e sinais de herniação com compressão do tronco cerebral. Sendo assim, temos uma situação emergencial de hipertensão intracraniana (HIC).


A HIC é uma complicação potencialmente devastadora do ponto de vista de lesão neurológica. Ela pode surgir como uma complicação de trauma, de tumores de sistema nervoso central (SNC), de hidrocefalia, e de alteração vascular como em tromboses venosas.


A melhor terapia para a HIC é a resolução da causa objetiva do aumento da pressão. Os exemplos incluem: a evacuação de um coágulo de sangue, a ressecção de um tumor ou uma derivação liquórica para uma hidrocefalia.


Porém diversas medidas gerais devem ser tomadas antes da resolução da causa etiológica para a HIC. Começamos com os cuidados ao intubar (IOT) o paciente, algo que será praticamente uma regra já que temos pacientes extremamente rebaixados do ponto de nível de consciências nessas situações. Deve-se escolher adequadamente de agentes paralisantes (se necessário) e sedação adequada. O pré-tratamento com lidocaína para IOT tem sido sugerida como uma intervenção útil para diminuir o aumento de pressão intracraniana associada com intubação; no entanto, boas evidências clínicas apoiando essa abordagem são escassas. Uma vez sob IOT, é preciso manter os pacientes adequadamente sedados pode diminuir a HIC, reduzindo a demanda metabólica, as assincronias com o ventilador, congestão venosa cerebral, e as respostas simpáticas de hipertensão e taquicardia.


Ainda quanto à ventilação mecânica, ela pode ser usada para reduzir a PaCO2 a 26 a 30 mmHg, o que já foi demonstrado que reduz rapidamente a HIC através de vasoconstrição e de uma diminuição do volume de sangue intracraniano. Uma mudança de 1 mmHg na PaCO2 está associado com uma mudança de 3% no fluxo sanguíneo cerebral. Hiperventilação também resulta em alcalose respiratória, que pode tamponar a acidose pós lesional. O efeito da hiperventilação na HIC é de curta duração (1 a 24 horas). Lembrar também do posicionamento desses pacientes em ventilação mecânica. Historicamente, os pacientes com HIC têm sido posicionados com a cabeça elevada acima do coração (geralmente 30 graus) para aumentar o fluxo venoso. Deve notar-se que a elevação da cabeça pode diminuir a pressão de perfusão cerebral.


Quanto ao manejo hídrico desses pacientes, eles não precisam ter nenhuma restrição severa. Os doentes devem ser mantidos euvolêmicos e normosmolares ou para hiperosmolares. Chega-se a esse resultado evitando aumentar a água livre e empregando fluidos isotônicos. Outros itens bastante empregados são os diuréticos osmóticos. Diuréticos osmóticos reduzem o volume do cérebro extraindo a água livre para fora do tecido e na circulação, onde é excretado pelos rins, desidratando assim o parênquima cerebral. O agente mais comumente utilizado é o manitol. É preparado como uma solução a 20%, e dado como um bolus de 1 g / kg. Doses repetidas podem ser dadas a 0,25 a 0,5 g / kg, conforme necessário, em geral, a cada seis a oito horas. O uso de qualquer agente osmótico deve ser cuidadosamente avaliado em doentes com insuficiência renal. Salina hipertônica em doses de bolus podem agudamente reduzir a HIC; no entanto, o efeito dessa intervenção precoce sobre os resultados clínicos de longo prazo permanece obscuro.


Quanto a medicamentos, há poucas opções. Os glicocorticoides foram associados a um pior resultado em um grande ensaio clínico randomizado de seu uso em traumatismo encefálico moderada a grave. A priori, não há indicação de uso dessas drogas na HIC. Porém há a possibilidade de usar anticonvulsivantes, especificamente os barbitúricos. A utilização de barbitúricos é baseada na sua capacidade de reduzir o metabolismo cerebral e fluxo sanguíneo cerebral, exercendo um efeito neuroprotetor. O pentobarbital é geralmente usado, com uma dose de ataque de 5 a 20 mg / kg, como um bolus, seguido de 1 a 4 mg / kg por hora. A monitorização com EEG contínua é geralmente usada nessa situação.


E ainda temos o manejo da temperatura do paciente. Primeiramente, falaremos sobre febre. Febre aumenta o metabolismo cerebral, e tem sido demonstrado que ela aumenta a lesão cerebral em modelos animais. Portanto, o tratamento agressivo da febre, incluindo dipirona ou paracetamol e refrigeração mecânica é recomendado em pacientes com HIC. Outro ponto é a hipotermia. Primeiro classificada como um tratamento para a lesão cerebral na década de 1950, a hipotermia terapêutica manteve-se um tema controverso no debate relativo à gestão do HIC. Não está recomendado como tratamento padrão para o aumento da pressão intracraniana em qualquer situação clínica.




Bibliografia

Kaye AH. Brain Tumors: An Encyclopedic Approach, 2nd, Churchill Livingstone, New York 2001. p.205.


Wilkins RS. Neurosurgery, 2nd, McGraw-Hill, New York 1996. Vol 1, p.347.



Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/6544/herniacao_e_hipertensao_intracraniana.htm

Imagem 1 – Tomografia de crânio


Imagem 2 – Tomografia de crânio